terça-feira, 30 de novembro de 2021

V-Strom 650XT - Breve review após 1500km

 Já se vão alguns meses desde que adquiri minha Suzuki V-Strom 650XT  e em que pese eu não ter rodado tanto assim durante esse tempo, já dá pra fazer um breve review da moto.






Adquiri a moto zero km (em que pese eu ter jurado de pé junto que nunca mais ia comprar uma moto zero km!) na concessionária Espaço Motos, aqui em Brasília/DF, pelo valor de R$ 58.990,00. Cheguei a cogitar comprar uma seminova, mas as poucas que achei estavam bastante rodadas (com mais de 40 mil km rodados), com pouquíssima diferença de preço para a zero km (em torno de R$ 3.000,00) e nenhuma delas era na cor que eu queria: preta com os aros em alumínio anodizado amarelo (na verdade mesmo, todas as que achei eram na cor amarela, que não é exatamente a minha preferência).


Recebi a moto no dia 28 de julho de 2021 e fiz alguns passeios na estrada com ela, e só comecei a usar no dia-a-dia mesmo recentemente, já que eu estava em regime de home office em virtude da pandemia e só retornei ao trabalho presencial (em regime de escala, ou seja, não uso a moto todo dia) há coisa de 45 dias, sendo que nesse meio tempo tirei férias e fiquei duas semanas fora do trabalho. Por isso mesmo, não rodei tanto, longe da média de 30 km/dia + passeios de fim de semana que eu costumava rodar, na Indian, antes da pandemia, saindo bem pouco, geralmente quando ia para a rua resolver algum problema (normalmente dentro do próprio bairro) e um ou outro eventual passeio de fim de semana (coisa que quase não fiz de julho pra cá). 

A moto saiu da concessionária com o cavalete central e o protetor de carenagem (com pedaleiras), ambos da marca Scam, instalados. No dia seguinte em que retirei a moto da concessionária já fui até a ADV Moto Parts, revendedora Givi aqui no DF, para instalar o kit de três baús. Optei pelo topcase E52 Maxia e pelos laterais E460, todos padrão Monokey. Os suportes instalados também são da Scam, e ainda foi acrescentado um bagageiro Chapam no top case. Adquiri, ainda, pelo MercadoLivre, um suporte para GPS, instalado no suporte do pára-brisas, que eu mesmo instalei em casa.

No primeiro final de semana com a moto, já testei a mesma na estrada, indo com meu amigo Túlio (em sua BMW GS 1250) até São Jorge, na Chapada dos Veadeiros (Goiás) , a aproximadamente 200km de Brasília, para um almoço.  

Nesse primeiro dia de estrada tive dois incidentes com a moto, ambos decorrentes de falha na revisão de entrega. O primeiro foi a mola do cavalete central (instalado na concessionária) que caiu no caminho, me obrigando a amarrar o cavalete com abraçadeiras plásticas, e o segundo , quase chegando em casa, foi uma das porcas do suporte do motor que foi perdida (por sorte o pino de suporte ficou "preso" pela minha perna e não caiu da moto), provavelmente porque o torque não foi devidamente conferido na revisão de entrega. Ambos os problemas foram prontamente resolvidos pela concessionária no primeiro dia útil seguinte, e não mais ocorreram.

O fato é que rapidamente eu fiz a primeira revisão, dos 1.000km, daí pra frente, por falta de oportunidade, o uso da moto diminuiu um pouco.

Minhas impressões até agora: eu gostei muito da ergonomia da motocicleta. Posição de guidão e pedaleiras é ótima, não força tanto minha lombar quanto o guidão afastado daquela GS 1200 Adventure que peguei em negócio na Heritage, e consegui rodar facilmente 500km em um dia sem qualquer sinal de cansaço (e sem precisar fazer nenhum ajuste nos comandos da motocicleta). A embreagem é super leve, parecendo quase inexistente (e a Suzuki implantou um sistema de auxílio muito interessante, que acelera levemente o motor quando a embreagem engata, reduzindo ENORMEMENTE a quantidade de "apagões" do motor ao desembrear). O fato de sentar em posição mais elevada que em uma custom também é um plus, já que dá uma melhor visibilidade do trânsito à frente, o que traz mais segurança, principalmente quando se trafega na cidade. O assento tem densidade e largura corretas para a proposta da moto, e, em que pese estar (bem) mal acostumado com o sofazão ultra-largo da Roadmaster, até agora não senti necessidade de substituir o assento por um banco tipo conforto. Tenho que ver como será rodando com garupa, já que até agora não tive chance de levar minha esposa para um passeio, curto ou longo. Talvez, se ela achar a garupa ruim, eu acabe comprando um banco conforto. 

O motor da moto responde muito bem. Como se trata de uma moto bem mais leve do que eu estava acostumado (ela tem, na prática, metade do peso da Roadmaster), a potência bem parecida deixa a moto bem ágil. O fato do torque da 650 ser bem inferior (e vir em giros bem mais altos) que na Roadmaster não faz diferença na prática, já que é uma moto com proposta bem distinta (e, novamente, a diferença de peso aqui anula essa "falta" de torque em comparação ao que eu estava habituado). 

Vale, aliás, mencionar: a diferença de peso torna ações cotidianas, como manobrar a moto ou andar em trânsito travado, muito mais fácil. Como ela também não é tãããão alta como era por exemplo a GS Adventure, planto os pés completamente no chão, o que facilita "dar ré" na moto. 

A performance da moto é adequada à proposta. Pessoalmente, depois de vários anos andando em moto custom com escapamento esportivo, estou adorando essa tocada mais "silenciosa" da V-Strom. Não penso em colocar nenhum tipo de escapamento esportivo nessa moto. Acelera bem nas saídas de sinal, retoma bem nas ultrapassagens em estrada, e os freios são excelentes. A suspensão copia bem as irregularidades do asfalto. Gosto também da liberdade adicional que esse estilo de moto me traz, de poder fazer uns passeios em off-road, ir para uma cachoeira ou algo parecido, mesmo em off-road leve  (que seria possível de fazer com uma custom) é bem mais agradável. O controle de tração é um "plus" muito bem-vindo (que eu não tinha na Roadmaster), todavia o fato de a V-Strom 650 usar acelerador tradicional por cabo me fez perder um item que eu usava bastante que era o piloto automático. Tentei me adaptar com aqueles do tipo "presilha", mas não consegui, bem como com aqueles apoios de punho, que também me incomodam. 

O consumo de combustível, que é algo muito elogiado pelos donos de V-Strom 650 por aí, é algo que realmente não me empolgou, especialmente em rodovia. Na estrada, em velocidades "normais" (cruzeiro de 110-120km/h), o consumo de combustível fica em torno dos 17-18 km/l, ou seja, bem similar ao que eu conseguia com a Roadmaster e seus 430kg, área frontal enorme e motor de 1800 cilindradas. Para conseguir os 25-27km/l que os donos de V-Strom dizem que ela faz, eu teria que andar a 80-90km/h no máximo, mas nessa faixa de velocidade eu também já consegui 25 km/l na Indian, em um passeio do HOG. Já na cidade, a vida melhorou bastante. Se na Indian, no meu trajeto diário (trechos curtos de trânsito, o restante em vias expressas com velocidades de 70-80km/h, alguns semáforos pelo caminho e alguns trechos de corredor nos horários de pico) eu raramente passava dos 14 km/l, eu tenho conseguido médias de 18,5 km/l. Ou seja, no uso diário, além da economia com manutenção (que é bem mais barata e simples na Suzuki que na Indian, especialmente pela maior disponibilidade de mecânicos para mexer na moto quando a garantia acabar), dá pra economizar uns trocados com gasolina.

Seguro, como ocorre em toda big trail e crossover, é bem mais caro que em motos custom. Se na Indian, com tabela FIPE acima dos 70 mil reais, eu pagava 1400 reais/ano de seguro, o seguro da V-Strom, com a mesma classe de bônus (aproveitei a antiga apólice do smart - que havia sido migrada pra Scout até a venda - para ela) , acabei de pagar R$ 3.500,00 na renovação (pela Porto Seguro, já que diferentemente da Indian, o preço da Allianz para a Suzuki estava proibitivo). 

Aliás, pode parecer exagero ou coisa de poser, mas eu tenho usado a moto no dia-a-dia com todo o conjunto de baús. Como está na época de maiores chuvas aqui em Brasília (e o motor do Fusca - que precisei fazer, detalharei isso em outro post no futuro - ainda não está pronto, estou sem carro), eu acabo tendo que andar sempre precavido, com todo o meu kit de chuva. Como eu tenho MUITA preguiça de dobrar a capa de chuva, não consigo guardá-la no topcase junto com o meu capacete (que é um Bell SRT modular que apesar de ser tamanho 58 é bem grandinho) , e ainda tenho que levar as galochas que ocupam um baita espaço, então eu uso os laterais para os apetrechos de chuva, guardando o capacete (não gosto de carregar o capacete quando saio da moto) e luvas no topcase.    

Ainda pretendo instalar mais alguns acessórios na motocicleta. Eu comprei uma caixa de fusíveis/relês auxiliar para minimizar a necessidade de mexer com a fiação original da moto ao instalar acessórios, e assim que eu arrumar um tempo para instalar essa caixa (não fiz ainda por falta de tempo pra mexer na moto), devo instalar os punhos aquecidos e o GPS Garmin (para isso, preciso trazer a Indian de volta da oficina, já que a base do GPS está instalada nela). Além disso, pretendo adquirir um protetor de radiador e um pára-brisas maior, com altura regulável, da Givi (Airflow).Preciso, ainda, instalar um apoio para garupa (almofada) no baú, para que minha esposa tenha um pouco mais de conforto quando finalmente ela andar na moto.

O fato é que em que pese não ter rodado tanto assim nesse tempo, eu posso dizer que estou plenamente satisfeito com minha escolha por mudar de estilo de moto e adotar algo mais prático e minimalista. Claro, há seus percalços na nova escolha: é uma moto bem mais visada para roubo e, por isso, quando viajar, tenho que escolher melhor minhas rotas pra evitar de cair em ciladas. 

Segue um pequeno vídeo de review que eu fiz logo após a revisão dos 1.000km.



A Indian? Ainda não foi vendida, nem mesmo anunciada. O fato é que eu tive uns problemas técnicos com a moto (acabei tendo de mandar a moto no reboque para a autorizada em São Paulo, a Garazas 257, e como foi necessária a importação de algumas peças pela Polaris, ainda não ficou pronta - o trabalho está quase concluído e devo buscá-la na próxima semana, para aí então começar a trabalhar a venda da mesma), e então ainda não anunciei a moto antes de resolver esse problema. O problema não era nada grave - eu danifiquei o trambulador do câmbio ao desmontar a primária para uma manutenção (mão suína), mas precisou de uma intervenção especializada, então aproveitei pra fazer o recall do sensor de posição de marcha e fazer uma revisão geral na motocicleta, além de pequenos reparos de estética. A manutenção era pra já ter sido concluída há tempos, porém o lote de baterias da Motobatt ficou preso na alfândega por um tempo e isso atrasou um bocado a conclusão dos serviços, já que a moto precisava de uma bateria nova (a que estava instalada já tinha três anos) e a única marca que vende uma bateria adequada pra essa moto no Brasil é a Motobatt. Quem pegar a moto, pegará ela totalmente revisada e pronta pra pegar estrada. 

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