quinta-feira, 18 de julho de 2019

Viagem Brasília-Buenos Aires - 5º dia (01/04/2019)

Quinto dia - o dia é o "dia da mentira" mas esse relato é de verdade (01/04/2019)


Então. Acordei, tomei meu café da manhã e finalmente descobri quem eram os motociclistas brasilienses que também estavam em Bento Gonçalves. Tratam-se de dois motociclistas do Rotary Moto Club que estão voltando da região Sul para Brasília. Bati um papo com eles, trocamos contatos e com certeza voltaremos a nos falar em Brasília.

Mas enfim. Resolvi dar uma descansada de duas noites em uma mesma cidade antes de seguir viagem. Inicialmente tinha pensado em ficar em Bento Gonçalves até terça, mas vendo as opções de cidades próximas, achei uma alternativa mais inteligente vir até Gramado, que fica a apenas 120km de Bento, para esses dias de descanso.

Na saída da cidade, fiz a tradicional foto na frente do pórtico, que tem o formato de uma pipa de vinho.


O trajeto pra Gramado foi super tranquilo, saindo de Bento Gonçalves pela Rota do Sol até Caxias do Sul, aí então cruzando a cidade até pegar a BR-116. Daí passa-se por localidades como Nova Petrópolis até finalmente chegar-se a Gramado. Os 120km foram feitos em aproximadamente 2 horas. O vídeo a seguir está em modo "time lapse" (deixei em velocidade normal apenas a saída de Bento e a chegada a Gramado via Estrada das Hortênsias) e tem aproximadamente 17 minutos:


Saí de Bento ainda com meio tanque, que foi suficiente para chegar até Gramado. Chegando na cidade, antes de fazer meu check-in no hotel, parei no posto e completei o tanque.



Fotos 360 do rolé de hoje:
Aproveitei que iria ficar dois dias na mesma cidade e usei os serviços de lavanderia do hotel. Fiquei impressionado com a rapidez do serviço: em apenas quatro horas as roupas imundas haviam voltado limpas, secas e passadas. A propósito, fiquei no Serrazul (antigo Serra Azul), local em que havia me hospedado há exatos 30 anos viajando com os meus pais (então, em excursão de ônibus pela finada Soletur). 


O fato é que saí do hotel para almoçar e logo após o almoço resolvi já começar a explorar a cidade. Minha primeira parada seria onde? Claro, em um museu de motos, especificamente o  Harley Motor Show.


O Harley Moto Show é uma das atrações do mesmo grupo que também controla o museu de cera e o "Super Carros", dentre outras atrações turísticas da cidade. O preço do ingresso só para a atração é bem caro (60 reais), mas negociando na entrada foi possível comprar cinco ingressos (um para cada atração do grupo) por 130 reais (saindo a R$ 26,00 cada um). Não duvido que eles cobrem caro no ingresso "por atração" já pensando em vender o pacote completo que, realmente, é mais vantajoso.  Das cinco atrações incluídas a única que eu realmente não penso em visitar é a dos dinossauros. As demais, me interessam: o museu de cera, o Super Carros e o Hollywood (carros antigos).


Logo na entrada do Harley Motor Show uma escultura de cera do Motoqueiro Fantasma te recebe

Sobre o Harley Moto Show: é um bar temático/museu bem ao estilo americano, com algumas motos expostas (que vão desde HDs da década de 1930 até uma Sportster 2009, além de, curiosamente em local de destaque, uma Indian 1941) que vale a visita para quem é motociclista. 


Em local de destaque no Harley Motor Show, uma INDIAN. Chief 1941.


Mesmo que você compre só o ingresso individual por 60 reais (tudo bem, o Rodas do Tempo de Pirenópolis/GO cobra 20 e tem um acervo muito maior), pense o seguinte: se você sabe lá quando vai voltar à região, visite. A cidade vive de turismo então é importante movimentar a economia local, sim. Mesmo que você não queira comprar os badulaques vendidos na lojinha do museu, pelo menos visite. É caro? É. Mas é uma atração bacana, e se ninguém visitar, vai acabar. Se você quer ser turista, ajude a alimentar a indústria do turismo local, é o mínimo que você pode fazer pelas cidades que o recebem bem. Aliás, tem uma réplica da Capitão América do Easy Rider lá, você pode (pagando) fazer um ensaio fotográfico na moto, achei que seria uma recordação bem interessante e paguei (não lembro agora qual foi o valor exato, varia conforme a quantidade de fotos que você leva e se você recebe ou não as versões digitais em alta resolução das imagens - como peguei o pacote mais completo, com várias impressões e todas as fotos em meio digital, foi algo em torno de 200 reais - sim, não é barato mas tô fazendo minha parte pela economia local). 

Após a visita ao Harley Moto Show, voltei ao meu hotel para descansar, pois já havia combinado de encontrar um amigo "virtual" de longa data (estamos falando de amigos "virtuais" com interação quase diária), o Roberto "Make", do fórum Harley. Ele passou aqui pelo hotel para me buscar, fizemos um rolé de moto rápido pela cidade e fomos ao Bikers Pub, em Canela (pra quem não conhece a região, posso dizer o seguinte: Canela é outro município, mas a distância ao meu hotel era de apenas 6km). O vídeo do rolé INTEIRO dura 12 minutos he he he.



Comi um hambúrguer e batemos papo durante horas. Mais uma amizade virtual transformada em amizade presencial. Essa é uma das coisas que só a combinação Moto+Internet faz por você. E, dentro do meio motociclístico, espera-se que todas as diferenças (política e religião) sejam deixadas de lado em prol da amizade. Foi um papo muito bacana que apenas reforçou nossa amizade à distância.


Vale citar que com exceção do Caio (que faz o detailing na minha moto e andou nela - manobrou na verdade - por questões de trabalho), o Roberto foi meu primeiro amigo a fazer test-drive na Indian. kkkkk

Amanhã não pego estrada, continuo em Gramado para descansar e ver as outras atrações para as quais comprei ingresso....rsrssrsr

A distância percorrida no dia, conforme os logs do GPS, foi de 142km.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Viagem Brasília - Buenos Aires - 4º dia (31/03/2019)

Quarto dia - rumo ao Rio Grande do Sul, tchê (31/03/2019)


Depois de uma tranquila e excelente noite de sono, levantei às 9 da manhã (meus planos eram de acordar às 7 para estar em Bento Gonçalves na hora do almoço). Depois de uma ducha e um café da manhã, Leandro e Andréa me sugeriram: "conheces o Farol de Santa Marta, em Laguna?" Como só conhecia o lugar de "ouvir falar", já não ia mais dar pra almoçar em Bento Gonçalves, eu poderia dar um passeiozinho mesmo antes de pegar a estrada, mesmo que para isso tivesse que voltar alguns quilômetros.

Saímos então, eu na minha moto e eles na CB 1300 deles, rumo ao Farol de Santa Marta. O caminho até lá é uma estrada com visual lindo, cercada de dunas e passando por algumas praias isoladas (mas que no verão ficam movimentadas - por "isoladas" quis dizer "sem edificações por perto" - o único sinal de civilização no local nesta época de baixíssima temporada está na estrada, no "calçadão de madeira"e no estacionamento asfaltado feito pela prefeitura). Subimos a estradinha que chega à base do farol e descemos até a praia (esta mais urbana) onde estacionamos para fotos.


De lá, fomos para a parte mais central de Laguna, transportando a balsa na balsa.


Passamos pelo canto da praia onde ocorre o MotoLaguna anualmente. Há um trecho em que o calçamento está com marcas de pneu já "permanentes" da zoeira que ocorre todos os anos, hehehe. De lá, fomos até a "ponte velha" da 101, que hoje praticamente só é usada por turistas, que param lá para tirar fotos da ponte nova. Sim, fizemos isso também. No vídeo a seguir temos os melhores momentos do rolé por Laguna.



Depois das fotos, resolvemos então os três almoçarmos juntos. Fomos no Bela Vista, um restaurante simples (mas lotado!) do outro lado da rodovia, que serve uma sequência de frutos do mar no esquema "pode repetir até explodir". Camarão, siri, mexilhão, pirão, moqueca, TAINHA... tudo isso, à vontade (se algum dos itens acabar é só pedir que repõem) , por apenas 48 REAIS POR PESSOA. Como frutos do mar realmente frescos são algo que não existe em Brasília, lógico que comi até bem.


De lá, nos despedimos antes de montarmos em nossas motos, fomos juntos até o trevo de Jaguaruna, onde nos despedimos "motociclisticamente" (uma buzinadinha e um aceno) , eles foram pra casa e eu segui meu caminho.

Fotos 360 das paradas do passeio:

Não lembro exatamente o horário em que cruzei a divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul (depois que eu fuçar os vídeos da Garmin Virb eu descubro isso) mas efetivamente eu estava incluindo mais um Estado na minha lista de "Estados em que já andei de moto". Isso será "marcado"efetivamente na moto, assim que eu descobrir onde guardei as bandeirinhas adesivas que ia colar durante a viagem. Acho que as esqueci em casa. 

Ao cruzar a divisa, a BR-101, que estava um perfeito tapete, começa a mostrar sinais de abandono. Não chega a ser uma via esburacada, mas nota-se que a conservação da estrada no trecho gaúcho não está, digamos, sendo feita com a mesma "dedicação" (de acordo com informações a rodovia estava privatizada, mas a concessionária a "devolveu" para o governo federal). Há alguns buracos rasos (vou chamar de trechos em que o asfalto perdeu camadas), outros trechos em que o asfalto está "frisado" na faixa da direita (isso pra andar de moto é uma droga!). Há ainda os limites de velocidade variáveis, 80 nos trechos de perímetro urbano e 100 nos trechos de rodovia aberta, só que esses trechos de 100 não chegam a durar 2 km em alguns locais!!! Era melhor deixar logo tudo a 80 e ficar por isso mesmo.

Mesmo com a questão da conservação (nota: a rodovia não está exatamente "ruim", só não está perfeita como as outras que passei - apenas poderia estar melhor), o trecho da BR-101 que passa próximo à Lagoa Itapeva, logo depois de Torres, oferece um visual bem bacana.

Parei para abastecer em um posto Ipiranga na localidade de Terra de Areia/RS, antes de subir a "Rota do Sol" rumo a Bento Gonçalves.

A "Rota da Chuva"

A Rota do Sol (ERS-453) tem esse nome por ser uma estrada construída com o fim de facilitar as viagens da população do planalto para o litoral. Possui, inclusive, alguns mirantes com vista maravilhosa para a serra, locais em que seria interessantíssimo parar se... não estivesse chovendo!

Não havia vestido a minha capa, e assim fui até que a chuva parou. Subi a serra sob chuva (não forte, mas molhava bastante devido à baixa velocidade, em torno de 50km/h) então passei batido pelos pontos de parada, pois uma coisa, de moto, é tomar chuva andando, dependendo da sua "vibe" naquele dia é até legal, outra coisa é ficar parado tomando água na cabeça PARADO pra fazer foto com visibilidade zero, isso ninguém merece.

A estrada possui boas curvas no trecho de serra, é de mão dupla (em alguns trechos, como nos túneis ela se divide em duas pistas) mas não é "travada" como a Serra do Rio do Rastro. Possui algumas pontes em curva e, também, TÚNEIS CURVADOS. Isso mesmo, você vai deitando a moto para fazer a curva, mas DENTRO DE UM TÚNEL!!! Sensação incrível para motociclistas. Na minha opinião, a estrada da Rota do Sol (ou pelo menos seu trecho de serra) é um destino obrigatório para motociclistas que viajam pelo Rio Grande do Sul.

Ao terminar a subida da serra e entrar no planalto, a viagem torna-se mais monótona. Ainda há algumas curvinhas leves (para eu que moro em Brasília até posso dizer que tem curvas), o trânsito em alguns trechos fica travado por causa de veículos lentos (uma coisa que notei no Rio Grande do Sul é que os motoristas, diferente de outros lugares por onde passei, respeitam bem as faixas de "não ultrapasse"). Então, às vezes, havia LONGOS trechos de ultrapassagem proibida, com 10, 20, 30 carros presos atrás de um caminhão (isso em um domingo!) a 30, 40 por hora. Tudo bem que já não estava mais chovendo ali (mas ainda peguei um pouco de chuva em outros pontos do planalto) mas isso faz a viagem efetivamente render pouco.

No vídeo a seguir temos a subida da serra da Rota do Sol (aproximadamente 20 minutos), muito divertida, especialmente os túneis em curva... (na parte final do vídeo está a chegada a Bento Gonçalves/RS).


Cheguei a Caxias do Sul por volta de 17h45, ou seja, estava perto de Bento Gonçalves. O trecho entre Caxias e Farroupilha tem o pior asfalto que peguei em toda a viagem, com direito a algumas crateras (não caí em nenhuma).

Aliás, eu queria descobrir quem foi o engenheiro de tráfego que inventou os tais "demarcadores", uma praga das ruas e estradas da região. Para quem não é daqui explico: são tachões colocados NO MEIO da faixa. Em estradas movimentadas, aquilo lá é um tremendo perigo para nós, motociclistas , pois muitas vezes não conseguimos vê-los a tempo já que as placas que indicam sua existência estão literalmente em cima deles (pior ainda pra quem anda de triciclo, que nem tem como desviar daquilo). O meio das faixas é a área menos esburacada da pista, mas a gente tem que ficar LIGADO pra sair do meio da faixa quando aparece um troço desses.

sério, mano, mas que p...

Cheguei na porta do hotel Dall'Onder, em Bento Gonçalves, às 18h30, exatamente o horário que o GPS havia previsto quando saí de Jaguaruna.


Estacionei minha moto na garagem e vi duas outras motos estacionadas, uma GS 1200 e uma Ultra Glide. Olhei as placas e não acreditei: também são de Brasília! Não duvido que sejam alguém que eu até conheça.


Depois de tomar um banho pra descansar da viagem, fui até a casa do meu amigo Evandro, do fórum M@D, onde fui recepcionado com um belo churrasco (mais uma geladeira de cerveja esvaziada com sucesso! kkkk) !




A distância percorrida no dia, conforme os logs do GPS, foi de 447km. (O mapinha do dia está no outro computador e será incluído oportunamente).

Amanhã o destino é Gramado, bem pertinho daqui. Vou ficar dois dias lá pra descansar antes de seguir viagem, já que estou com boa folga na programação.



Viagem Brasília-Buenos Aires - 3º dia (30/03/2019)

Terceiro dia - invasão indígena no café do HOG (30/03/2019)


O destino do terceiro dia era Jaguaruna/SC. O objetivo era ficar na casa de um casal de grandes amigos motociclistas, o Leandro e a Andréa, os quais conheci pelo fórum M@D (e pessoalmente em 2008 em um evento do mesmo fórum, além, é claro,de algumas visitas deles a Brasília). O fato é que eu estava "devendo" essa visita desde minha viagem de 883 em 2015, situação em que simplesmente não aguentei fazer os quiômetros extras entre Florianópolis e Jaguaruna.

Dessa vez consegui chegar (falo sobre isso mais à frente), mas vamos focar no "processo".

Como mencionado no post anterior, desci até Curitiba, na Roadmaster, acompanhado de Rogério e Simone, de São Paulo, que vieram também em sua Roadmaster.

Chegamos ontem à noite a Curitiba, por volta de 21:20, depois de encarar a Régis Bittemcourt à noite e com chuva.

O que ocorre é que eu e Rogério tínhamos pensado em aparecer no café da HD Curitiba, nas DUAS Indian Roadmaster, só pela farra. Aí sugeri: Duas? Tem mais uma.

Invasão indígena na Harley-Davidson The One Curitiba


Meu amigo Luiz "Fireball", membro do Fórum HD, dono de uma Deluxe CUSTOMIZADíSSIMA mas TAMBÉM de uma Indian Roadmaster, o qual havia inclusive oferecido hospedagem para mim (mas eu já tinha fechado a reserva no hotel), e mais: literalmente O CARA que me convenceu a comprar a Indian (serei eternamente grato rsrsrsrs) é mineiro de Belo Horizonte mas mora em Curitiba. Na parada do Graal de Registro já mandei pra ele a sugestão: ˜cara, a gente vai no café da HD amanhã. Vai com a gente? A condição é TAMBÉM ir na Indian".

Ele topou, e por volta de 10h da manhã haviam no estacionamento da The One Harley-Davidson não uma nem duas Roadmasters, mas TRÊS. Considerem como uma "invasão indígena em território HD" rsrsrsrs


Conheci (pessoalmente) o Indrigo, da HT Moto Turismo, que é um grande amigo do Rogério (meu companheiro de estrada do dia anterior) , além de VÁRIOS amigos do Luiz de Curitiba.

Ficamos todos lá fazendo um social até por volta de 12:30, quando decidi que eu tinha que "pegar o beco" para cumprir meu cronograma. Jaguaruna/SC estava a aproximadamente 420km de Curitiba e pelo menos hoje eu queria chegar ao meu destino ainda de dia.

Como o Rogério e a sua esposa Simone iriam ficar mais um dia em Curitiba, me despedi deles e o Luiz me "escoltou" até o pedágio da saída para Joinville. Nos despedimos, ele voltou pra casa e eu segui meu caminho.

Na estrada - terceiro dia


Foquemos, então, na viagem. Diferentemente do clima "incerto" dos dois primeiros dias, o terceiro dia foi de "céu de brigadeiro" da origem ao destino. Saí de Curitiba sob céu limpíssimo e sol forte, até Jaguaruna nas mesmíssimas condições.

A BR-101 Sul, saindo de Curitiba, encontra-se TOTALMENTE DUPLICADA e (das rodovias que cobram pedágio de moto) o pedágio tem o preço mais "camarada"das que passei: R$ 1,30 para motos.

O asfalto estava em excelentes condições, sem qualquer buraco ou excesso de curvas. Isso significa que a viagem efetivamente rendeu.

Três trechos continuam a me emocionar nesse trajeto: o primeiro é a descida do morro entre Balneário Camboriú e Itapema, a primeira vez em que se vê o mar em todo o trajeto (lembrando que, de Brasília, eu já havia rodado pelo menos uns 1.500km). O segundo são os túneis na BR-101 Sul. Não há melhor sensação que acelerar sua moto/carro dentro de um túnel (claro, respeitando os limites da via). A terceira emoção veio ao passar próximo a Imbituba/Laguna/Mirim pela 101 por volta de 17h, final de tarde, uma vista LINDA da Lagoa do Mirim, região onde minha mãe nasceu.

A Ponte Anita Garibaldi, a "ponte nova" de Laguna (que estava em sua fase final de construção quando passei por lá em 2015), é uma atração à parte.

Outras curiosidades do trecho: uma motocicleta (mesmo uma touring) de Brasília chama MUITO a atenção na região. Além dos curiosos tradicionais em paradas para lanche e abastecimento, cheguei até mesmo a ser FILMADO por passageiros de uma minivan nas proximidades de Garopaba.

Bom, depois dessa massagem no ego, voltemos à viagem. A estrada está em perfeitas condições, e o único trecho "chato"foi na região metropolitana de Florianópolis, em que o tráfego estava BEM carregado.  Todo o resto foi bem sossegado e cumprido apenas na base do "cruise control". Consegui, dessa vez, chegar ao destino antes do anoitecer.

Foram feitos três abastecimentos nesse trecho. O primeiro, na saída de Curitiba. O segundo, na Parada Havan, em Barra Velha/SC (sim, o ritmo foi um pouco mais forte na BR-101/SC),onde também parei pra almoçar. 


O terceiro foi já na entrada de Jaguaruna, a moto já na reserva mas perto do destino, abasteci para amanhã.

Chegando à casa dos amigos Leandro e Andréa, o Leandro filmou minha chegada, rsrsrs.


Fui muitíssimo bem recebido, com direito a churrasco!!!!


Muito papo e conversa fiada, fui dormir às 00h, já preparando-me para o quarto dia, sentido Bento Gonçalves via Rota do Sol!

A distância percorrida no dia, conforme os logs do GPS, foi de 467km.

Viagem Brasília-Buenos Aires - 2º dia (29/03/2019)

Segundo dia - "tá com a Macaca?" (29/03/2019)



O segundo dia foi o dia que parecia que ia dar tudo errado mas no final deu tudo MAIS CERTO que o planejamento original.

Eu havia combinado com meu amigo Rogério, de São Paulo e também dono de uma Roadmaster, de nos encontrarmos em um posto de Sorocaba às 9 da manhã, de onde sairíamos pra fazer o Rastro da Serpente até Curitiba.

Eu programei meu despertador para as 7:15 da manhã. Eu até acordei, mas quem disse que eu conseguia me levantar????

Eu estava simplesmente incapacitado da cervejada da noite anterior. Sem condições de subir numa moto, ainda mais para fazer uma estrada relativamente técnica como o Rastro da Serpente. Minha cabeça parecia que ia explodir. 

Sério, eu estava tão mal que eu estava cogitando a possibilidade de nem descer mais para Curitiba naquele dia. Tava pensando em tirar o dia, descansar e descer só no sábado, o que ia ferrar minha programação e também a de pessoas que estão me esperando em outras cidades por onde vou passar.

Mandei uma mensagem pro Rogério dizendo que talvez ele e a esposa fossem descer sozinhos, pedindo mil desculpas, etc e tal. E não é que ele foi lá na casa do Robson me visitar? Ficamos batendo papo até mais ou menos meio dia, eu melhorei da ressaca (kkkk) e falei: "vambora". 

A manhã foi pra descansar com um bom papo!

DUAS Roadmaster em Sorocaba?(Ainda na casa do Robson)

O Robson nos escoltou até a saída de Sorocaba, onde tirou essa foto das duas Roadmasters reunidas:

Na saída de Sorocaba

Seguimos na Raposo Tavares rumo a Capão Bonito, e quando paramos em Itapetininga para almoçar, discutimos as opções, a questão do horário e anoitecer na estrada, e decidimos: ir pelo Rastro da Serpente não seria uma boa opção. Vamos pela Régis Bittencourt mesmo, pois ainda que tenha a fama de "rodovia da morte"é uma estrada totalmente duplicada, com asfalto de excelente qualidade e muitíssimo bem sinalizada. Bastava arrumar um trajeto que evitasse o pior trecho da rodovia (isso significaria ir pelo interior até Registro onde pegaríamos a BR-116). Isso significa dois furos na minha programação: não fiz o Rastro da Serpente e peguei a BR-116, outra coisa que eu não queria fazer. 


Parada para rango e decisões

De Itapetininga seguimos até Registro, e eu devo dizer que este foi o trecho mais divertido, mais sensacional e mais lindo até agora. 

Depois que se sai da excelente (mas monótona) Raposo Tavares, pega-se no caminho para Registro umas estradas com asfalto não tão bom (mas as Roadmasters tiraram de letra) mas com bastante curvinhas hehe. Mas a minha surpresa foi quando paramos em uma guarita no meio do caminho: estávamos entrando na famosa Serra da Macaca!!!! 

A Serra da Macaca, apesar de inúmeros elogios, era outra rota que eu NÃO ESTAVA QUERENDO PEGAR. Terceiro "furo de programação".

Caras, ainda bem que fomos por lá!!!!!! Que lugar SENSACIONAL!!!!!!

Trata-se de uma estrada que corta um parque estadual, área de reserva ambiental. Não é uma estrada rápida: o piso dentro da reserva é de paralelepípedos (não asfalto) e tem MUITAS curvas, não tem acostamento e o limite de velocidade é de 40 km/h. Isso significa que gasta-se um bom tempo para cruzar os menos de 50km desse trecho. E uns 2km depois que entramos na reserva, começou a chover. Paramos para colocar nossas capas de chuva e seguimos (e eu num cagaço tremendo de escorregar naquelas curvas). O cheiro de natureza, o visual incrível do lugar, as curvas da estrada fazem dela uma tremenda atração para motociclista (nota: recomendada apenas para quem curte passeio lento: jaspeiros vão detestar).

Filmei toda a travessia do parque,  está no vídeo a seguir (contém também um pedaço da saída de Sorocaba e da Raposo como introdução).

Primeira parte do segundo dia.

Saindo do parque, os paralelepípedos viram (na rodovia "Neguinho Fogaça", sim, esse é o nome oficial da estrada) asfalto de EXCELENTE QUALIDADE até chegar à BR-116, na saída de Registro. Detalhe, essa rodovia também tem muitas curvas e também foi um trecho delicioso para pilotar.

Paramos, já anoitecendo, no Graal Buenos Aires (já na Régis Bittencourt) para abastecer as motos, esticar as pernas e tomar um café (não lanchei, Rogério e a esposa lancharam). Foi uma parada bem longa, de quase uma hora, mas esse descanso foi providencial.

Saindo de Registro já no escuro

Poisé, voltamos naquela história da "moto confortável". Assim como em 2015 (na HD 883) eu fui só até Leme (uns 150km antes de Sorocaba) e cheguei QUEBRADO lá (diferentemente da minha chegada a Sorocaba ontem), na viagem de 2015 (que também teve cervejada no primeiro dia rsrsrs) eu cheguei a Registro (por Juquiá) TOTALMENTE PODRE e parei para dormir naquela cidade, dessa vez foi diferente.

Curitiba or Bust


Já era noite, estávamos na Régis, mas decidimos: estamos juntos, todo mundo com reserva paga no hotel, são só 200km (meu GPS falava em 173km até a porta do meu hotel) , a moto é confortável e a gente aguenta? BORA PRA CURITIBA. 

Digo pra vocês: detesto a Régis. Detesto mais ainda pegar estrada à noite. Régis à noite? De moto ainda? Essa ideia seria condenada por muitos motociclistas "raiz". Sério. Mas dessa vez estava acompanhado (tá, em 2015 eu tinha conhecido uns harleyros nesse mesmo posto e não segui com eles até Curitiba porque eu simplesmente não aguentava mais, tava quebradasso) e em moto boa. Então fomos. 

Esse foi o quarto furo de programação original do dia. Pegar dois dias seguidos de estrada à noite. 

Valeu à pena? MUITO. Apesar de ser um trecho extremamente cansativo (eu já estava com duas noites maldormidas seguidas nas costas) e termos pego (muita) chuva, e mesmo faltando uns 100km para Curitiba eu já estar completamente dolorido, viemos. E foi muito bom (também filmei toda a aventura de Registro a Curitiba pela Régis À NOITE - o vídeo é longo, está na íntegra).





Cheguei ao meu hotel às 21:20, novamente, cansado, até um pouco dolorido, mas não "quebrado".  Tudo plenamente resolvido com um relaxante muscular, uma boa ducha e um pouco de alongamento. 

Detalhe: o hotel está CHEIO de motociclistas (eu, mais um grupo de São Paulo, e outro do Paraguai - Rogério e a sua esposa foram pra outro hotel em outro bairro de Curitiba). 


As motos paraguaias (uma Suzuki e duas Yamahas) ao lado da Indian

Os motociclistas paulistanos daqui do hotel iriam acordar cedo para ir à Serra do Rio do Rastro e, embora eu não fosse fazê-la nesse momento (decidi fazer só na volta) , como meu destino do terceiro dia era Jaguaruna/SC (praticamente no pé da serra) , eles me convidaram para acompanhá-los. Mas como eles vão sair às 6:30, já tive duas noites maldormidas e já havia programado programa para o dia seguinte, cedo, antes de ir para a estrada de novo, não rola (enquanto redigi o rascunho desse relato já passava de meia-noite, nem a pau ia acordar às cinco da manhã kkkk). 

Confesso que, ao chegar, não conferi no odômetro a quilometragem rodada. Mas o log do GPS fala em 438km rodados em 7 horas e 5 minutos de viagem.

Algumas fotos 360 do dia:

Viagem Brasília-Buenos Aires - 1º dia (28/03/2019)

Vamos então começar a série dos relatos da viagem.


Relatos da viagem saindo do forno!!!

Prezados amigos.

Hoje (finalmente!!!) começo a postar os artigos com os relatos da minha recente viagem a Buenos Aires, saindo de Brasília/DF na Indian Roadmaster.

Acompanhe para mais detalhes!!!

segunda-feira, 8 de julho de 2019

A parte chata de ter uma moto "diferente" e sem suporte oficial


Minha Roadmaster apresentou há alguns dias um problema no sistema de freios. Ela está com um vazamento na linha de freio traseira, na junção da tubulação com o banjo que vai na pinça do freio traseiro.


segunda-feira, 1 de julho de 2019

JBL lança oficialmente no Brasil seu kit de som para motos - JBL Cruise

Em Agosto eu publiquei um artigo sobre a escolha de um sistema de som para sua moto (atualizei hoje), e dentre as várias opções de sistema de som para instalar fixo na moto, eu citava o Cruise da JBL.

O fato é que a JBL originalmente lançou a caixinha modelo "Wind" (de apenas 3W) como sendo para uso em bicicletas E motos, mas o fato é que ela é muito fraquinha para ser usada onde deve quando de moto: na estrada. Acima de 60 km/h ela torna-se virtualmente inaudível (eu tenho uma que estou usando na BMW, é realmente muito fraquinha, tem radinho de pilha que é mais potente que ela), o próprio "vento encobre a Wind" (trocadilho intencional), e olha que a GS é uma moto bem silenciosa  (está com escapamento original) e tem uma baita proteção contra o vento. Pra cidade, beleza, dá certo, mas a maior parte das vezes em que queremos curtir uma musiquinha na moto é na estrada, quando estamos tranquilos, e não na cidade onde a atenção deve ser muito maior por conta do trânsito intenso, desviando de motoristas ao celular, etc., não é? 

Provavelmente as reclamações de donos que acreditaram na propaganda de que a Wind seria ideal para usar em motos (quando não é, ela serve mais pra bicicleta mesmo) levou a JBL a desenvolver as caixinhas modelo Cruise:




Diferentemente da minúscula Wind que é apenas um falante de 3W, a Cruise usa 2 falantes de 20W RMS (uau!) e pareia com seu celular via Bluetooth como é de praxe nos produtos da marca. Infelizmente ela não possui o slot para cartão SD da Wind (podia ter né?), mas como ela é ligada direto ao sistema elétrico da moto, pelo menos você não precisa recarregar a bateria das caixinhas toda vez que for usar. 

Ela possui uma porta USB, mas pelo que li no manual nada é mencionado sobre uso dessa porta para playback de músicas, então provavelmente é apenas uma porta de energia para recarregar a bateria do seu smartphone (o que não é de todo ruim, já que muitas motos sequer possuem tomada 12V ou USB para esse fim - minha BMW mesmo não tem). 

A parte legal: Já tem quase um ano que esse sistema está disponível nos EUA (para comprar no Brasil ou você importava diretamente ou comprava de revendedores "alternativos" no site de leilões MercadoLivre),  mas na última semana (não sei precisar em que dia) a JBL resolveu começar, sem alarde, a oferecê-la OFICIALMENTE no Brasil, ao preço de R$ 1.499,00. Sei que foi de alguns dias pra cá, pois da última vez em que visitei o site há 15 dias (quando comprei a Wind, pois precisava de uma caixinha nova pra usar em casa de qualquer forma) ela ainda não estava no catálogo. 

Sim, é caro, é o dobro do preço das Lexin facilmente encontradas no ML, mas estamos falando de produto com suporte oficial do fabricante (e, cá entre nós, um design bem mais agradável, especialmente quando instalada em motos mais "modernas"). 


V-Strom 650XT - Breve review após 1500km

 Já se vão alguns meses desde que adquiri minha Suzuki V-Strom 650XT  e em que pese eu não ter rodado tanto assim durante esse tempo, já dá ...