segunda-feira, 8 de julho de 2019

A parte chata de ter uma moto "diferente" e sem suporte oficial


Minha Roadmaster apresentou há alguns dias um problema no sistema de freios. Ela está com um vazamento na linha de freio traseira, na junção da tubulação com o banjo que vai na pinça do freio traseiro.


Começou como apenas um "gotejamento" e agora o vazamento aumentou. Como entra ar e umidade na tubulação, o fluido (que foi trocado há aproximadamente 9.000km) já está BEM contaminado (e bastou uma semana do início do vazamento para o fluido mudar sua cor de límpido transparente para "preto óleo velho"). Então, mesmo que o sistema de freios esteja funcionando adequadamente, achei melhor encostar a moto, pois a qualquer momento ele pode falhar sem aviso (ou pior, os contaminantes no fluido podem danificar o módulo do ABS tornando a solução do problema bem mais difícil e cara).

Há duas soluções possíveis para o problema:

A primeira, mais óbvia, é adquirir uma linha de freio original de fábrica e substituir.

A segunda, mais rápida (me economizaria alguns dias) porém mais trabalhosa, é confeccionar uma nova linha de freio sob medida.

Ambas têm custos similares: uma linha de freio original custa R$ 525,00 + o frete na Triple Triumph (oficina credenciada da Indian em SP). Uma linha de freio "confeccionada" custaria em torno de 350 reais mas dá mais trabalho: é necessário desmontar a atual para tirar as medidas e usar como modelo. Teria de enviar a peça usada para os fabricantes (como uma MBFlex ou uma RCA Freios da vida) e isso consome tempo (e custos adicionais de frete, que deixariam o custo da peça fabricada bem próximo ao da peça original nova). Mesmo assim, ainda seria uma solução mais rápida, já que a peça original não está disponível no estoque da Polaris Brasil e é necessário importá-la. O prazo estimado de entrega é de 30-45 dias. Todavia, levar a moto para a oficina e deixá-la desmontada lá aguardando a chegada da peça nova não é uma opção muito boa... a oficina que faz manutenção na minha moto é muito pequena e a moto parada lá ocuparia muito espaço e atrapalharia outros serviços. Prefiro não atrapalhar meu mecânico e levar as peças já em mãos para economizar o tempo DELE.

Sim, eu poderia fazer o trabalho eu mesmo, mas eu realmente não estou com vontade. Como a revisão da moto já exigiria o desmonte de parte da traseira, melhor aproveitar a mão de obra, não? 

Por esse motivo, apesar da inconveniência do maior prazo de entrega, optei por encomendar a peça original, que é a opção mais prática. Quando trocar a peça nova, eu já mando "copiar" a velha em alguma boa empresa que fabrique linha de freios assim já ficam com o "molde" (o que não evita problemas futuros caso venha a ter problemas com outros segmentos da linha de freio - se futuramente tiver problemas em outra parte da linha de freio, cairei no mesmo "dilema" novamente). 

Como resultado, a moto está encostada até a chegada da peça e a possibilidade de agendamento na oficina para a troca. Resolvi adiar a revisão geral que eu ia fazer até que a peça esteja em mãos, para fazer tudo de uma vez só lá com o "mestre" Toninho da TMotos (que é o único cara daqui de Brasília em quem confio para colocar a mão nessa moto). 

Por enquanto, então, fico restrito a rodar na BMW. Uma pena não poder ir na minha querida Indian ao Brasília Capital Moto Week, algo com o que eu já estava contando. 

Qual a "moral da história"? Pra ter uma moto "diferente", você tem que ter paciência, bastante paciência. E mais, tem que ter uma boa dose de teimosia. 

Em que pese peças de consumo serem facilmente encontradas no mercado nacional, para qualquer coisa "fora da normalidade" acaba sendo necessário importar (ou via representantes da Polaris, no meu caso, ou importar diretamente, que também era uma alternativa viável) as peças ou correr atrás de alguém que as fabrique. Tá certo, fosse uma Harley ou uma BMW, muito provavelmente uma peça original também demoraria esse tempo para chegar se encomendada em concessionária (já tive essas situações, 45 dias por um cubo de embreagem de Sportster e 3 meses por um pára-lama traseiro para a Deluxe)... todavia, para motos mais "comuns" existem opções "alternativas" no mercado original... mesmo pra confeccionar uma linha de freio nova, os fabricantes já têm o modelo pronto por serem motos com mais unidades rodando no Brasil. Para a minha moto eu teria de mandar fazer a peça, enviar para o fabricante para que eles copiem, e o prazo de entrega acabaria sendo bem próximo daquele da peça original. Não duvido nem que alguma linha de freio de moto nacional sirva "plug and play" naquele segmento da moto, já que a Indian é uma moto "métrica" e usa parafusos e banjos em milímetros (o banjo é de 10mm, medida padrão de muita moto nacional), sendo BEM provável que alguma outra moto use uma linha de freio de comprimento próximo e que possa ser instalado ali sem adaptações. Mas mesmo assim, requeriria o "desmonte" e o processo de busca.

Note, esse tipo de problema poderia ocorrer com qualquer moto. Fatores climáticos podem causar o ressecamento da tubulação de freios e o referido vazamento. A parte chata é a falta de suporte mesmo. Mas... eu sou teimoso, BEM teimoso... rsrsrsrsrsrs.

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