Décimo-nono dia - voltando para Gramado (15/04/2019)
Levantamos cedo e tomamos nosso café, para pegar a estrada cedo rumo a Gramado/RS.
Pegamos a BR-116, que estava movimentadíssima de caminhões e "apressadinhos", mas mesmo assim a viagem foi super tranquila e sem qualquer tipo de susto.
Chegamos à região metropolitana de Porto Alegre por volta de 13h.
A previsão de chegada a Gramado seria às 15:30, o famoso "dá pra segurar a fome até lá".
Porém, após pararmos em Novo Hamburgo para abastecer, percebemos que não dava pra segurar a fome... rsrsrsr.
Por volta das 14, chegamos a Campo Bom (já na rota para Gramado) e paramos no Paradouro 4 Colônias. Lá tem um carro antigo no gramado, um Packard hot-rod com uma metralhadora no capô.
Pedimos nosso rango e como foi bom voltar a sentir o "tempero" brasileiro, comer aquele arroz com feijão que só nós brasileiros sabemos fazer!!!! (sim, ontem almoçamos já no Brasil, mas na hora que paramos, nosso PF veio sem feijão pois já tinha acabado).
Na parada para almoço identifiquei o segundo problema técnico da viagem: o retentor da bengala do lado direito havia estourado (o Toninho já tinha me orientado a comprar um conjunto novo pois provavelmente após a viagem eu precisaria trocá-lo - só havia sido trocado um - o esquerdo - pelo dono anterior) e estava "suando" óleo. Este problema surgiu nesse dia, não estava assim antes de sairmos de Pelotas (sim, eu sempre faço uma inspeção visual da moto antes de iniciar um dia de estrada).
Como a troca desse componente (que não é difícil de encontrar - é o mesmo de algumas motos japonesas como a Ninja 600R de 1998-2003 e da Boulevard 1800) em uma oficina qualificada (leia-se que saiba o que está fazendo, especialmente para desmontar o fairing) é algo que me consumiria pelo menos dois dias (tem que desmontar a frente inteira da moto), e considerando essas questões, e que a oficina qualificada mais próxima está em Blumenau/SC (e que eles - por serem oficina autorizada - só trabalham com peças originais Polaris e me pediram VINTE DIAS só pra esperar a peça), decidi deixar desse jeito mesmo e quando voltar pra Brasília eu arrumo. Já pedi uns kits de retentores de marca boa (All Balls) vendidos nos EUA e devem estar chegando mais ou menos na mesma época do meu retorno. Já vi moto rodar por muito mais tempo com retentor vazando sem ter problemas... não vão ser 2.500km que vão me causar maiores prejuízos, basta tomar cuidados todo dia antes de sair (passar um paninho para limpar a bengala para não correr o risco de entrada de detritos). O vazamento é ínfimo e a bengala não vai se secar até voltar pra casa.
Devidamente almoçados, seguimos para Gramado, via Igrejinha.
Mais ou menos uns 5km antes de chegar a Gramado a moto começou a fazer um barulho estranho de coisa arrastando a cada vez que eu usava o freio dianteiro. Como já estávamos perto e não tinha onde parar, fui direto para o hotel.
Na última faixa de pedestres antes do hotel, um cidadão atravessando a moto apontou para a frente da minha moto e disse "olha acho que tua moto tá com galho". Meu primeiro pensamento foi: "caralho, deve ter algo muito lascado aqui na frente para fazer esse barulho, tô ferrado".
Chegando ao hotel, identifiquei a causa do barulho. Tinha, de fato... um galho preso na parte inferior da moto... kkkkk. Ao frear a moto, com o movimento, ele raspava no chão (nem lembrei de fotografar isso então vai ficar só na memória mesmo).
Ficamos no Serrazul, onde toda a equipe do hotel me reconheceu de minha estada há quase duas semanas antes.
Vídeo 360 graus da última hora de viagem (só que em timelapse), chegando a Gramado:
Vídeo 360 graus da última hora de viagem (só que em timelapse), chegando a Gramado:
Aproveitei para mandar a roupa suja para a lavanderia (estava usando a mesma calça na estrada há uns 5 dias) e , no chuveiro, lavar o forro (removível) do meu capacete, já que após quase 20 dias e 5.000km (a propósito, hoje foi o dia em que a marca dos 5.000 desde a partida foi atingida) de suadeira o cheiro estava simplesmente insuportável.
Saímos (após um descanso) pra passear aqui no centrinho da cidade e fomos comer fondue à noite. Fomos no Le Chalet de La Fondue, recomendado pelo meu amigo Ivan, de Brasília.
Uma curiosidade: as casas de fondue da região não servem o fondue de carne que estamos acostumados a ver, com fritura por imersão em óleo quente. O que vem à mesa (além dos acompanhamentos típicos de fondue) é uma réchaud com uma placa de granito quente, que é usada para grelhar a carne. Digo pra vocês, é muito mais saudável e mais gostoso que o feito no óleo.
Junto com o fondue provamos um excelente vinho nacional, o Luiz Argenta Cabernet Sauvignon Gran Reserva 2011, o melhor vinho nacional que já tomei na vida.
Voltamos para o hotel para descansar e amanhã explorar a cidade.
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