Trazendo um pouco de nostalgia para o blog, resolvi postar aqui o relato (completo) da viagem que fiz em 2015, saindo de Brasília com destino ao litoral de Santa Catarina, a bordo da minha antiga Sportster 883R (com tanque de 1200 Custom, que coloquei tanto pelo visual mais clássico como para dar mais autonomia).
Esta foi a viagem de moto mais importante (e mais longa) de toda a minha vida, e espero ter a chance de repetir a dose (mesmo que seja para o mesmo destino) em breve.
O texto abaixo está exatamente igual ao postado no Fórum Harley, sendo que lá o relato foi dividido em "posts" no fórum e aqui está consolidado em um "textão" só, por isso não liguem para referências no texto como "no próximo post", "no post anterior" e afins. Resolvi preservar o texto original para manter a essência original do relato. A única alteração está na revisão, já que o texto no fórum usa BBCode e tive que converter tudo para HTML e ajustar a formatação para o blog. O fato é que de 2015 pra cá muita coisa mudou, como por exemplo o grupo dos "Lixões Harleyros" que hoje é um Moto Clube importante em Florianópolis, o meu amigo Júlio não anda mais de Harley e boa parte das obras então em andamento já deve ter sido concluída (ou não).
Foram muitas novas amizades feitas (boa parte dura até hoje), lições aprendidas, erros cometidos (que não cometerei quando viajar de novo), uma experiência realmente inesquecível para quem nunca havia feito uma viagem do tipo em duas rodas (já havia feito esse roteiro - sem a serra catarinense - de carro várias vezes, mas de moto foi a primeira).
Foram muitas novas amizades feitas (boa parte dura até hoje), lições aprendidas, erros cometidos (que não cometerei quando viajar de novo), uma experiência realmente inesquecível para quem nunca havia feito uma viagem do tipo em duas rodas (já havia feito esse roteiro - sem a serra catarinense - de carro várias vezes, mas de moto foi a primeira).
O relato é longo, então tire para ler quando tiver tempo disponível, e divirta-se!
Dia 01 - 13/março/2015
Origem: Brasília/DF
Destino: Leme/SP
Este foi o dia de início da jornada rumo a Santa Catarina. A véspera foi complicada. Estava uma pilha de nervos de tanta ansiedade por esta que seria minha primeira viagem de moto (não contando os passeios pelas redondezas de Brasília).
Por sorte (será?) a minha tarde no trabalho na véspera foi atípica. Em vez da tranquilidade tradicional, foi uma correria só... o que tirou minha cabeça da viagem do dia seguinte e ajudou a me tranquilizar.
Minha programação inicial era de acordar às 5:30 para saída às 6:00.
No dia da viagem, não levantei às cinco e meia. Pensei bem: se eu sair cedo demais minha esposa vai ficar ansiosa em excesso (de preocupação) e eu não quero isso. Optei então por sair um pouco mais tarde. Acabei saindo de casa às 7:15, parando para abastecer e sacar um dinheiro no banco 24 horas. Chegando ao posto mais próximo de casa, abasteci... mas não saquei o dinheiro pois o caixa estava fora do ar.
Saí com apenas 15 reais na carteira, disposto a parar no primeiro caixa no caminho para tirar algum dinheiro para não viajar liso. Saí do Guará por volta de 7:30, e às 8:00 estava passando pela divisa entre Distrito Federal e Goiás, na BR-040. Nesse "até o primeiro caixa" fui parar em Cristalina, a 125km de Brasília, por volta das 9:30. Parei para abastecer no posto de sempre (Posto JK), mas não tinha mais caixa rápido lá. A solução foi entrar na cidade, ir até o centro, onde achei uma agência do meu banco e saquei o dinheiro pra não depender só de cartão, o que acabou causando mais um pequeno atraso de meia hora.
Parada em Cristalina/GO para sacar dinheiro
Saí de Cristalina às 10:00, com o tanque e a carteira cheios, e peguei a BR-050 sentido São Paulo. Catalão/GO estava a 178km. Seria o ponto da próxima parada, para abastecimento e lanche. Cheguei ao Posto JK por volta de meio-dia. Abasteci e fiz um lanche básico e tomei um café, para seguir viagem. Avisei aos amigos do grupo de apoio no WhatsApp e aos familiares (esposa e pai) sobre meu paradeiro.
Parada em Catalão/GO para lanche e gasolina
Parada em Catalão/GO para lanche e gasolina
Na BR-050, em algum lugar de Goiás
Minha próxima parada seria em Araguari. Não para esticar as pernas, nem para abastecer, mas parei em Araguari para trocar a bateria da câmera GoPro, que estava no final. Só que essa parada teve uma curiosidade. Encontrei no mesmo posto outro motociclista de Brasília, um senhor de 70 anos, policial rodoviário federal aposentado, que estava viajando sozinho em uma Falcon 2005. Detalhe, a bagagem da Falcon era tanta que parecia que ele estava levando mudança (e eu que acordei de madrugada e tirei tralhas dos alforges pra diminuir o peso!!! kkkk). Acabou que fui bater um papo com ele, que está seguindo rumo a Montevidéu, para de lá pegar a Ruta Panamericana com destino ao Canadá. SOZINHO. Com 70 anos de idade. Meu, me senti a bosta do cavalo do bandido que o diabo amassou. O que estou fazendo (Brasília-Santa Catarina), perto dessa viagem dele, não passa de uma volta no quarteirão. Pra ser bem sincero, acho que eu nunca teria a coragem de encarar uma empreitada como a dele. Mas enfim... Ele me propôs irmos juntos por um trecho da viagem, o que eu quase topei, até que ele disse que sua velocidade de cruzeiro é de 80-90 km/h. Depois de quase uma hora de papo (ouvindo muitas boas histórias), nos despedimos e segui viagem, no meu ritmo (110-130). Fui tentar avisar os amigos e familiares sobre meu paradeiro, mas... sem sinal de celular.
Na BR-050, perto de Araguari, o aviso: Corra para as colinas!!!!
Na BR-050, perto de Araguari, o aviso: Corra para as colinas!!!!
Na BR-050, em Araguari, a Falcon do tiozinho que ia atravessar as Américas
Devo acrescentar que a rodovia está em excelente estado, quase toda duplicada. O único trecho sem duplicação hoje é após Cristalina (aproximadamente 30km da cidade) e a divisa com Minas Gerais, um trecho de aproximadamente 180km. Porém, como seria de se esperar, as obras das praças de pedágio estão indo em velocidade maior que as obras de duplicação. E outra, imagino que nesses pedágios dos trechos goiano e mineiro da BR-050, motos terão que pagar, viu? Nas praças quase prontas (onde já havia pessoal em treinamento embora ainda não houvesse cobrança), as placas a 1 km de distância (que ainda não exibiam os valores) consideravam as três categorias: "MOTOCICLETA", "AUTOMÓVEL", "COMERCIAL POR EIXO". Então, podemos esperar cobrança de pedágio para motos.
Na BR-050, em algum lugar de Minas Gerais
Na BR-050, em algum lugar de Minas Gerais
Na BR-050, em algum lugar de Minas Gerais
Outra boa surpresa foi o novo anel viário em volta de Uberlândia/MG (se bem que nem sei se é tão novo, a última vez que passei por ali foi em 2007). Esse novo anel viário é uma rodovia bem moderna, duplicada e sem aquela confusão que era o tráfego na zona industrial da cidade. Não sei se chega a economizar tempo, mas é bem mais seguro. Nesse trecho consegui dar um bom gás pra tentar tirar uma parte dos atrasos anteriores.
Em Uberaba/MG, nova parada para abastecimento. Minha idéia era ir até o posto Graal Antares, mas a luz da reserva da moto acendeu antes disso. Outro detalhe: em Minas Gerais (pelo menos na BR-050) a gasolina está BEM mais barata que em Brasília. Enquanto em Brasília eu pago R$ 3,59 o litro da gasolina comum, em todos os postos do Triângulo Mineiro na BR-050 o preço praticado era em torno dos R$ 3,19. Há um bom tempo eu não sabia o que era completar o tanque da moto, na reserva, com menos de R$ 40,00 kkkk. Aproveitei para almoçar ali mesmo (a comida cheirava bem e tinha boa aparência), e nova tentativa de avisar àqueles que aguardavam notícias, mas ainda sem sinal.
Alguns minutos depois, um momento especial para mim: estava entrando no Estado de São Paulo. Tudo bem que já fiz essa viagem de carro inúmeras vezes, mas era a primeira vez que eu ultrapassava as fronteiras mineiras de moto, para entrar no meu Estado natal. Lógico que não perdi a chance de fazer umas fotos perto das placas da Via Anhanguera.
Na Via Anhanguera, finalmente havia ultrapassado (de moto) a divisa entre Minas e São Paulo
Na Via Anhanguera, finalmente havia ultrapassado (de moto) a divisa entre Minas e São Paulo
Na Via Anhanguera, finalmente havia ultrapassado (de moto) a divisa entre Minas e São Paulo
Na Via Anhanguera, finalmente havia ultrapassado (de moto) a divisa entre Minas e São Paulo
Na Via Anhanguera, finalmente havia ultrapassado (de moto) a divisa entre Minas e São Paulo
Perto de Guará/SP, parei para fazer umas fotos referentes a uma "piada interna da família". Nunca entrei na cidade paulista de Guará, mas tenho ótimas lembranças dela da minha infância. Explico. Quando garoto, morava com meus pais em uma cidade satélite de igual nome, em Brasília (a mesma em que moro hoje)... e quando viajávamos de carro, sempre que passávamos por essa cidade fazíamos o comentário bobo de que estávamos chegando em casa. É uma bobagem, mas que me traz boas lembranças. Tirei foto perto das placas de acesso da cidade kkkkkkk. Parei em um posto na beira da estrada nessa cidade, para novamente tentar avisar aos que aguardavam notícias, e ainda sem sinal da Vivo. Já passavam-se algumas horas desde meu último informe, e sei que minha esposa e meu pai já deviam estar imaginando que algo aconteceu. Aproveitei a parada para uma coca-cola e um pão de queijo, e considerei comprar um cartão telefônico para usar o telefone público do posto, mas não tinham. Ligar a cobrar, de um número estranho no interior de SP ia ser muito mais estranho, então resolvi seguir.
Perto de Guará/SP, a "piada interna da família" (estamos chegando em casa?!)
Selfie perto de Guará
Paradinha para lanche perto de Guará
Em Orlândia/SP, vi um posto em frente a uma torre de celular, e entrei nele só pra ver se conseguia informar meu paradeiro. Consegui. kkkk Era por volta de 17 horas, e agora era só seguir até Leme/SP, onde eu me programei para pernoitar, por convite de um amigo.
Em Orlândia/SP, finalmente consegui sinal de celular!!!!! Avisando o povo
Parei em Ribeirão Preto/SP para o último abastecimento do dia e me dei conta que já estava escurecendo. Troquei a viseira do capacete e me dei conta que o tempo gasto (porque a meu ver interagir com pessoas com histórias de vida nunca é tempo perdido, é tempo apenas gasto) no bate-papo com o tiozinho em Araguari cobrou seu preço. Meu plano inicial era de chegar a Leme às 18:00, 18:30, enquanto ainda estivesse claro. Mas já estava escurecendo e eu ainda tinha mais de 100km para rodar. Tudo bem que as estradas paulistanas são uma maravilha e muito bem sinalizadas, mas estrada de noite é estrada de noite, é algo que eu detesto esteja de carro ou moto (o único jeito que eu encaro estrada à noite sem reclamar é de ônibus... pois durmo a viagem toda). Já havia rodado 700km e ainda tinha mais uns 125km até o acesso à cidade. Esse trecho eu nem filmei, pois já tinha gasto cinco baterias de GoPro durante o dia.
Ribeirão Preto/SP, fim de tarde, abastecendo pela última vez no dia
Começa a escurecer
Diz o Bagé (do fórum M@D) que em um "tiro" longo de moto em um dia, os primeiros 300km são os piores, e passou daí, até os 800, 900 se vai numa boa (o corpo acostuma), até que a partir daí a fadiga física toma conta. Mas acrescento, pra quem não gosta de pilotar/dirigir em estrada a noite, escureceu vira um inferno. Esses últimos 125km até Leme levaram (psicologicamente) uma eternidade.
Cheguei a Leme por volta das 19:30, e meu amigo estava me esperando com sua H-D Night Rod na rodoviária, bem na entrada da cidade. Às 20:00 estávamos na casa dele, onde fui muito bem recebido por sua família. Tomei uma merecida ducha, troquei de roupa, e saímos com alguns amigos para tomar umas geladas, passeio bem divertido e agradável, com uma turma bacana.
Em Leme/SP, na casa do Ricardo, o amigo do FórumHD que me hospedou
Fechando a noite com a galera no boteco em Leme/SP
Valeu Ricardo (Ryaga) pela força!!!!
Ao todo (contando o passeio à noite em Leme, meu amigo mora longe do centro), rodei hoje um total de 882.7km. Este é meu recorde pessoal (o máximo que já havia feito em um único dia foram 440km em bate-e-volta de Brasília a Goiânia).
Para amanhã o destino é Joinville/SC.
Dia 02 - 14/março/2015
Partida: Leme/SPDestino original: Joinville/SC
Destino "plano B": Curitiba/PR
Até onde fui: Registro/SP 👿👿👿👿
Bom, sabe aquele dia em que a programação fura todinha? esse foi um deles... kkkk
Meu plano original era acordar por volta das sete e meia da manhã, pra sair no máximo 8:30, 9:00 com destino a Joinville/SC. A idéia original era ir até Capão Bonito/SP, pra descer o Rastro da Serpente até os arredores de Curitiba, evitando totalmente a BR-116.
Porém... Arrumei o despertador do celular e esqueci de escolher um toque mais alto. Resultado, ele ficou tocando e não ouvi, e quando fui ver já eram 9:15 da manhã. [mad]
Até tomar banho, me arrumar e reorganizar a bagagem na moto, acabei saindo da casa onde me hospedei apenas as 11:15. Já sabia que o Rastro da Serpente, por ser uma rota mais demorada, estava descartado.
Me despedindo do Ricardo (Ryaga-FórumHD) e sua companheira Carmen, que me receberam com muita hospitalidade em sua casa
Saindo da casa do Ricardo
Peguei a Via Anhanguera sob forte chuva, entrei na Bandeirantes com chuva, e pensei: Juquiá também não vai rolar. O esquema vai ser Rodoanel-Régis.
Saindo de Leme/SP sob forte chuva
Saindo de Leme/SP sob forte chuva
Porém, por uma infelicidade do destino, perto de Campinas o tempo abriu, aí o trouxa aqui lembrou de várias pessoas (embora não se lembrasse quem eram) que diziam: A serra de Juquiá é legal, é o bicho pra andar de moto, é uma delícia de rodar, etc. etc. etc.
Então saí da Bandeirantes rumo a Sorocaba, para descer pra 116 por Juquiá.
Rumo a Sorocaba para descer por Juquiá
O primeiro sinal que algo estava errado foi logo no acesso à estrada de Juquiá, quando você sai de Sorocaba ou Votorantim, não lembro. Uma buraqueira só, que você não passa de 30. Naquele momento deveria ter voltado pra Sorocaba e pego a Raposo com destino São Paulo pra pegar o Rodoanel (tudo bem que ia perder um puta tempo), mas quando esse trecho do acesso acabou e a verdadeira estrada apareceu, com asfalto de tapete, me animei de novo, e fui.
Nossa, a primeira metade da serra de Juquiá foi uma delícia. Imaginei que a estrada fosse toda daquele jeito, com algumas curvas de raio não muito fechado, clima bom, asfalto idem, velocidade média não muito alta mas não muito baixa, e um visual até bacana para curtir. Eu realmente ADOREI esse primeiro trecho da estrada, até Tapiraí.
Em Piedade/SP. Aqui eu ainda estava achando a estrada Sorocaba-Juquiá legal. 😂😂😂😂
Passou de Tapiraí, puta que pariu, que merda... 😂😂 Só se vê mato (passa no meio da Mata Atlântica, né?), só tem um único ponto de parada decente, não tem nada que lembre um acostamento, curvas apertadas pra caralho, só mato, buracos, mais mato, mais buracos, mais mato, nem um visual legal pra curtir, mais mato e mais mato, fica-se um bom tempo sem nem ver a luz direta do sol. Ah, e mais: pra completar, o tempo virou de novo e começou a chover. Ou seja, eu andando no meio daquele mato, num cagaço da porra, ficando estressado com aquelas curvas apertadíssimas, velocidade não passava de 40 salvo em alguns raros trechos de 200m de reta, e ficava imaginando que se acontecesse alguma coisa comigo ali, antes de chegar qualquer socorro já daria tempo de eu (se eu acreditasse nisso) morrer e reencarnar umas dez vezes. Não sei quanto tempo levei pra fazer esse trecho de Tapiraí até a BR-116, só sei que foi tempo pra caralho, e a estrada que eu comecei empolgado e elogiando, eu não aguentava mais, estava xingando a cada 5 segundos, parecia que aquela agonia não ia acabar nunca. Sabe criança viajando de carro, que fica perguntando "pai, já tá chegando?". Meu, me senti assim, e ainda por cima TENSO pela pilotagem travada que aquele trecho (que, repito, parecia que nunca acabava) exigia.
Serra de Juquiá. Um verdadeiro programa de índio...kkkkk
Serra de Juquiá. Um verdadeiro programa de índio...kkkkk
Serra de Juquiá. Um verdadeiro programa de índio...kkkkk
Serra de Juquiá. Um verdadeiro programa de índio...kkkkk
Véi, na boa? Verdadeiro programa de índio, porque só índio pra querer se embrenhar naquele mato. Eu tenho nome de índio mas não sou índio não, phorra... 😂😂
Fui adentrar na Régis Bittencourt por volta das 16:30, comemorando alegremente a volta a uma estrada civilizada [kaka] , tava doido pra chegar ao posto Graal de Registro pra fazer um lanche (é caro mas eu gosto dos lanches de lá) e esticar as pernas, tirar a bunda do assento da moto, levantar, porque eu tava totalmente dolorido. Ainda estava considerando a possibilidade de ir até Curitiba (até encontrei um grupo de harleyros do RJ em duas Fat Boys e uma Night Rod que me convidaram para acompanhá-los) , mas quando me dei conta que eu estava quebrado e ainda faltavam 220km até Curitiba (e chegando lá eu ainda ia ter que correr atrás de hospedagem), joguei a toalha. Resolvi parar por aqui mesmo, e amanhã continuo a viagem.
Posto Graal em Registro/SP, após a serra de Juquiá (fotos desse trecho vêm depois, o laptop não dá conta de abrir os vídeos, então só quando chegar em casa kkk). Encontrei um grupo de harleyros indo pra Curitiba, até me convidaram a me juntar a eles, mas estava tão cansado depois da serra de Juquiá que resolvi dormir aqui em Registro mesmo.
Aliás, muquiranagem do caralho da concessionária da Régis, fazer a gente parar na chuva, em um posto de pedágio cheio de óleo dos caminhões, arriscando escorregar e torcer um pé, pra tirar luvas molhadas (ensopadas na verdade) por causa de UM REAL de pedágio?! VTNC!!!!! Se você ver a quantidade "absurda" de moto que deve passar por lá, deve dar um lucro enooooooooooorme pra concessionária #sqn.
Se ontem eu rodei 887km, quebrando meu recorde pessoal, hoje fiz apenas 370, menos do que eu faço em alguns passeios tipo bate-e-volta pelas redondezas de Brasília.
Arrumei um hotel razoável (Lito Palace Hotel) com diária por 99 reais e estacionamento fechado, bem no centro da cidade. Uma ducha quente nunca foi tão relaxante como essa.
Bom, algumas lições foram aprendidas dos contratempos de hoje:
1 - Olha, se alguém diz que pra ser um "motoqueirociclista de verdade" você tem que gostar de fazer curva, então eu sou motoqueirociclista fake. Prefiro uma boa "highway" bem civilizada (desde que não tão monótona quanto o trecho goiano da BR-050 que é uma reta infindável) e com curvas de raio médio a uma estradinha isolada do mundo moderno 😂 e cheia de curvas travadas (agora se for uma estradinha cheia de curvas mas que pelo menos tenha um visual bacana pra compensar como a Serra do Rio do Rastro - que eu ainda acho que vou gostar - ainda vale... mas curva após curva após curva no meio do mato, sem nenhuma paisagenzinha legal pra ver, não, phorra, disse e repito, BAITA PROGRAMA DE ÍNDIO);
2 - Se eu detestei Juquiá, que é um trecho de apenas 50km irritante ao extremo, muito provavelmente se eu pegasse o Rastro da Serpente (150km de curvas), como era o plano original, iria querer me matar, de tal que seria meu desgosto. Já descartei qualquer possibilidade de passar por lá na viagem de volta;
3 - Não tem jeito, pra viagem render, tem que ser pelas vias principais. Rodoanel-Régis e pronto;
4 - Nunca mais em minha vida quero ouvir falar de Juquiá. Sério. A partir de hoje não vou mais mandar ninguém para à PQP, vou mandar à estrada de Juquiá. 😂
Bom, amanhã eu decido o que vou fazer e qual será o destino final. O passeio da SRR que eu estava programando de fazer amanhã ficou pra outro dia, já que até Floripa são 520km. Mas como a Andréa e o Leandro (do fórum M@D) me ofereceram hospedagem, uma das alternativas é passar de Floripa e descer até Jaguaruna para visitá-los.
Origem: Registro/SP
Destino programado: Jaguaruna/SC
Destino real: Florianópolis/SC
Após uma merecida boa noite de sono no Lito Palace, em Registro (proporcionada por um yakisoba quentinho acompanhado de uma Original gelada na noite da véspera), acordei às 7:30 da manhã. Tomei meu café da manhã, voltei ao quarto, tomei um belo banho e aproveitei para reorganizar as bagagens. Não recordo a hora exata de minha partida, mas suponho que tenha sido algo entre as 10 e 11 horas da manhã.
Saindo do Lito Palace Hotel, em Registro/SP
Manhã de domingo no centro de Registro/SP
Meus planos eram de ir até Jaguaruna, pra ficar na casa do casal Leandro e Andréa, do fórum M@D. Peguei a BR-116 sentido Curitiba, pegando bem pouco trânsito (domingo, além disso dia de manifestações por todo o País). Não houve grandes contratempos até a parada para almoço, em Campina Grande do Sul/PR, quando já tinha rodado alguns km a partir de Registro. Não havia qualquer sinal de chuva desde então.
Paradinha para foto na 116
Paradinha para foto na 116
Seguindo na 116
Seguindo na 116
Fiz um belo almoço no posto Alpino I (rede Pelanda), um verdadeiro pratão de caminhoneiro. Eles vendem como "sanduíche no prato" de "chuleta especial", mas se aquilo tudo coubesse dentro de um pão, seria um senhor pão. Na minha humilde opinião, três pessoas talvez não dêem conta daquele prato, que custou módicos 20 reais (parece muito, mas se considerar o tamanho...). Como não dei conta de comer tudo, sobrou muito. Não gosto de desperdiçar, mas também não vou comer até passar mal só por isso. Aproveitei a parada nesse posto (a aproximadamente 80km de Curitiba) para abastecer e segui viagem, saindo de lá pouco antes de 1 da tarde.
Parada para almoço, pouco antes de Curitiba, no posto Alpino II (Campina Grande do Sul/PR)
Parada para almoço, pouco antes de Curitiba, no posto Alpino II (Campina Grande do Sul/PR)
Motociclistas costumam parar aqui...
O pratão de camioneiro no Posto Alpino II
A sobremesa. Parece bobagem postar foto disso aqui, mas eu adoro esse torrone e não consigo achá-lo pra comprar aqui em Brasília
Não rodei cinco quilômetros após a saída do posto e a chuva (bem forte, aliás) começou. Detalhe, que como eu saí com sol estava usando as luvas de dedo aberto (sim, eu sei que não são as ideais para estrada, mas as fechadas ainda estavam ensopadas do dia anterior e já estavam me dando calos por conta do atrito), e a chuva estava tão forte que a pancada dos pingos nos dedos efetivamente era dolorida, parecia que eu estava tomando pedradas kkkkk (mas não era granizo).
Primeira chuva do dia, logo após o almoço
Rodei em torno de meia hora nessas condições, até que um engarrafamento monstro estava na rodovia. Imaginei que fosse por conta de obras, algum desvio daqueles que só roda um sentido por vez, ledo engano. Uma carreta deslizou na pista (fez um "L") e bloqueou totalmente a estrada sentido SP-PR. Por sorte para o camioneiro não passou de um grande susto. Quando digo totalmente, é totalmente, não sobrou espaço para passar uma bicicleta ali. O único que tentou se arriscar pelo canteiro central acabou atolado, já que o mato e terra estavam bem fofos por causa da forte chuva.
Mais de uma hora parado e tomando chuva na cachola
Fiquei ali parado por mais uma hora, tomando chuva na cachola (não havia nenhum lugar para nos abrigarmos), junto com outros motoqueiros, enquanto aguardávamos a remoção da carreta pela equipe de resgate. Detalhe, que a equipe demorou por conta de um acidente similar (porém com vítimas) na rodovia sentido SP.
Liberada a pista, segui, ainda sob chuva forte, que foi aliviando nas proximidades de Curitiba. Ao pegar a BR-376, a chuva continuou e engrossou novamente, e como eu estava com bastante frio, achei por bem parar para um café quente. Parei em um posto Ipiranga (que não lembro o nome) e tinha tipo um café colonial self-service, com um café coado tipo caseiro, e um bolo de milho muito bom, que serviu para aquecer o corpo. Tirei a água do joelho e segui viagem. Tirei uma foto da moto na porta da frente, onde estavam os adesivos dos motoclubes/motogrupos/etc que passaram por lá. Achei no meio deles um adesivo do M@D.
Adesivo pra carvalho kkkkk
Adesivo pra carvalho kkkkk
Um do M@D perdido ali no meio
Cafezinho com bolo bãããããooooo
Quando a chuva aliviou um pouquinho, segui viagem. Mas não tardou a voltar a engrossar. Entrei na BR-101 ainda sob forte chuva, puto da cara com aqueles pedágios que cobram moto, um atrás do outro. No meio do caminho , pouco antes de um dos trechos de serra, um cara de Florianópolis numa Fat Boy preta passa por mim e me cumprimenta. Pensei: Bom, o cara é local, provavelmente conhece a estrada melhor do que eu, vou acompanhando o sujeito.
Esse cara nessa Fat Boy (visível pelo mata-cachorro) me guiou por um bom trecho da viagem, na chuva. Muito obrigado seja você quem for.
Fui acompanhando o cara até Barra Velha, quando parei na parada Havan para um lanche, umas fotos, banheiro, esticar o corpo, avisar meu paradeiro a quem esperava notícias e colocar mais gasolina. Não sei quem é o cara da Fat, mas o fato de ele, sem nem saber quem eu era, ter literalmente me guiado (até mesmo sinalizando alguns percalços) naquela forte chuva é digno de agradecimento. Pena que não tenho como agradecer pessoalmente ao cara.
Parada Havan, em Barra Velha/SC. Tinha que tirar umas fotos com aquela Estátua da Liberdade cafona kkkkkkk
Parada Havan, em Barra Velha/SC
Parada Havan, em Barra Velha/SC
Parada Havan, em Barra Velha/SC
Momento palhaço do dia. Mas eu estava mesmo bem alegre de já estar na Santa e Bela Catarina.
Nesse ponto, como eram quase 17:00, tomei minha decisão: como já estava tarde, anoitecendo rápido e tempo chuvoso (velocidade mais baixa), achei mais prudente não ir até Jaguaruna. Agradeci ao Leandro e à Andréia pela oferta de pernoite, avisei que não iria mais pra lá e coloquei como meta chegar a Florianópolis.
Ao passar por Balneário Camboriú, estava escurecendo mas a chuva havia dado uma trégua. Parei para trocar a viseira do capacete, ir ao banheiro novamente, e segui.
Em Balneário Camboriú/SC, parada para trocar a viseira
Ainda cogitei a possibilidade de parar por ali mesmo, afinal tanto em Balneário quanto em Itapema tem uma rede hoteleira decente sem ter preços caros. Passei pela entrada de Itapema e começou a chuva de novo. Mas pensei: já estou perto, se cheguei até aqui vou até Floripa. Como os mais religiosos diriam: "segura na mão de Deus e vai" kkkkk
Após o pedágio de Porto Belo, a chuva engrossou, já era noite adentro. Mas não dava mais pra voltar... agora era "Floripa or bust!".
Os últimos 60km foram um martírio. Se no dia anterior, com a serra de Juquiá, o cansaço foi físico E psicológico (predominantemente físico apesar da distância menor), neste trecho o cansaço foi puramente psicológico. Foi um trecho em que pensei muito sobre a minha vida, decisões tomadas, escolhas feitas, etc. Foi um trecho que cheguei a ter lapsos de dúvida "porque eu estava fazendo essa viagem que estava fazendo". O acesso a Florianópolis parecia nunca chegar. À noite, no escuro, e a chuva engrossando ainda mais. Frio, muito frio. Vento. Caminhões a 120 por hora (eu estava segurando 90 na faixa da direita) me ultrapassando e jogando spray na minha cara. Visibilidade nula, a BR-101 não tem uma sinalização horizontal reflexiva tão boa quanto a da Anhanguera. Mais água. Roupa ensopada (nem a calça de cordura com forro interno de chuva deu conta daquele aguaceiro, eu estava ensopado até a alma). Nada de Floripa chegar. Perímetro urbano de São José, motoristas afobados e que não sabem usar o espelho. Eu sob chuva, pensando na MINHA vida. Pensando na minha família, nos que já se foram (lembrei muito de minha mãe ao passar por Nova Trento, pois no espelho do meu carro tenho uns escapulários de Madre Paulina, que eu tirei do carro dela que recebi de herança quando ela faleceu - não estão ali como símbolo religioso - todos vocês sabem qual é meu ponto de vista a esse respeito - mas sim como recordação de minha mãe) e nos familiares e amigos que que ainda estão aqui entre nós.
Encarando o trecho da BR-101 entre Porto Belo/SC e Florianópolis/SC à noite, sob forte chuva, já de saco cheio
Encarando o trecho da BR-101 entre Porto Belo/SC e Florianópolis/SC à noite, sob forte chuva, já de saco cheio
Pensei muito bem: minha reserva no hostel era só para o dia seguinte (segunda-feira dia 16), então eu já tinha decidido que ia me dar um prêmio, uma noite de merecido conforto. Cheguei a pensar em dormir em algum motel pra usufruir de banheira de hidromassagem e afins kkkk mas como não sei quais são os motéis que prestam na grande Florianópolis, segui minha rota até a cidade.
No momento em que a ponte de acesso à cidade de Florianópolis era visível (por volta das 19:15), a bateria da GoPro já havia arriado, então não consegui filmar. Mas é aquele negócio, foi filmado pelos meus olhos, e aquele momento vai ficar pra sempre na minha memória. O momento de missão cumprida. O momento em que descobri o sucesso da experiência de teste de meus limites. A sensação de alívio por ter chegado após um dia ótimo (o primeiro) e dois de perrengue.
Resolvi procurar um bom hotel no Centro, e acabei ficando no Ibis perto da ponte Hercílio Luz. Cheguei tão cansado que não lembrei de tirar as fotos do odômetro para o registro de quilometragem (mas o fiz no dia seguinte,foram 520.1 km rodados desde Registro). Eu só queria tirar aquelas roupas molhadas, tomar uma ducha quente, comer alguma coisa e dormir. E sob protesto de alguns amigos catarinenses (que falaram pra eu ir tomar uma cerveja na beira-mar de qualquer jeito pra marcar a chegada kkkk - detalhe,eles não iriam comigo, só falaram "faz, seu frouxo"), me contentei com dois chopes Schornstein no bar do hotel. Amanhã eu exploraria as redondezas, hoje não, só queria ficar sozinho e descansar. Às 20:52 eu entrava no meu merecido chuveiro quente. Após isso, fui jantar e tomar meu chope (no bar do hotel) e dormir.
No Ibis Florianópolis. Cheguei, porra!!!!!!!!!!!!!
Comemorando a chegada, no próprio bar do hotel mesmo pois estava cansado pra baralho!!!!
Dia 04 - 16/março/2015
Em Florianópolis.
Hoje o dia seria atípico. Não teria muito como aproveitar a cidade, já que meio-dia teria que fazer o check-out do Ibis no Centro para me mudar para o hostel na Barra da Lagoa.
Acordei (restaurado) às 7:30 da manhã e, em vez de pagar os 17 reais daquele café da manhã meia-boca da rede Ibis, resolvi procurar uma boa padaria para comer um café da manhã mais gostoso e simples (eu como pouco, não justifica os 17 reais do hotel). Encontrei no Foursquare uma padaria muito bem recomendada, a aproximadamente 500 metros do hotel, e para lá fui, caminhando.
Depois daquele aguaceiro constante dos últimos dois dias, eu bem que merecia essa manhã de sol...
Tomei meu café da manhã (um "cortado" - café espresso com leite, um pão francês na chapa com manteiga e queijo minas, e fiz o luxinho de comprar um alfajor no caixa) por 14,00, ainda menos do que pagaria no Ibis (e saí bem satisfeito). Voltei ao hotel para dar uma olhada na zorra que eu havia feito quando entrei com aquela tranqueirada molhada.
Resolvi colocar a calça de cordura + forro de chuva + segunda pele ensopada e com três dias de uso contínuo numa sacola e levá-las até uma lavanderia. Sei que iria me mudar, mas não tem problema dar uma voltinha de moto até o centro para buscá-las na quarta-feira né? kkk
Como a lavanderia fica em um supermercado da rede Angeloni, resolvi dar uma explorada no mercado, e tive um momento "como não pensei nisso antes". Comprei um conjunto de sacos de embalagem a vácuo (um que vem até a bombinha de sucção) para reorganizar as malas. As roupas que ocuparam dois alforges inteiros (estufados), couberam quase todas em um deles. Claro, se eu tivesse pensado nisso antes, a chance era que eu trouxesse mais tralha desnecessária, mas o fato é que consegui liberar um bom espaço na bagagem.
Como é que eu não pensei nisso antes?
Meio-dia fiz meu check-out e, até montar todas as tralhas na moto, já era quase 12:30, e segui com destino à Barra da Lagoa. Com o trânsito pesado de Floripa na hora do almoço, e ainda um pouco cansado do dia anterior, não quis me arriscar pegando corredor feito os motoqueiros doidos daqui (que passam em lombada de CG como se estivessem de moto trail), então levei quase uma hora para chegar lá.
Chegando ao Hostel
Fiz o check-in no hostel, avisei meus conhecidos locais. Um deles, o Alex (420Rider no fórum HD) me disse: "já tô chegando aí". Levou exatamente três minutos pra chegar (coincidentemente ele mora a 200 metros de onde estou hospedado) e ouvi o ronco da Harley parando na porta.
Ele (que já havia almoçado e estava de "guia" nesse dia) me levou para almoçar em um lugar bacana aqui perto, chamado "Meu Cantinho". Tem uns PFs muito bons, mandei um peixe-espada frito, acompanhado de salada, arroz, feijão, batata-frita e farofa (mais um daqueles pratos ditos "individuais" que alimentam facilmente duas pessoas), por apenas 20 pilas. Comida de ótima qualidade por preço bem bom.
De lá, pegamos a estrada sentido Norte da Ilha, para visitar o André Blanck (também do FHD), na Garage 72, sua oficina. Trocamos umas idéias, e depois o Alex me guiou de volta, passando algumas dicas de passeios pra fazer mais na frente.
A Garage 72, do André Blanck
Voltei para o hostel, troquei de roupa e resolvi pegar uma praia. Fui até a Joaquina.
A caminho da Joaquina
A moto virou 25000km exatamente no estacionamento da praia da Joaquina! (não, eu não consigo tirar foto decente do painel digital de dia)
Praia da Joaquina
Tomei uma cervejinha gelada (eu mereço!) e dei um "tibum" (também merecido) naquela água fria. Tomar banho frio voluntariamente é bem diferente hahahaha
Sim, eu mereço!
Voltei ao hostel para dar uma descansada por volta das 19h (pilotei de noite com a viseira escura por um trecho, já que a clara tinha ficado na bagagem), e às 21:30 peguei a moto de novo e saí pra jantar. Fui ali na região da Lagoa, achei um local meio natureba, pois queria comer uma comida leve (já tem alguns dias que eu estou seco por uma salada decente), um tal de DNA (pensei: é mais "light", tá cheio, deve ser bom né?). Gostei muito do suco (muito bom mesmo) mas não da comida, que achei rançosa e sem gosto.
Cheguei ao hostel e fui dormir, ainda cansado demais para escrever o relato de ontem e o de hoje, que estou escrevendo dia 17, terça.
Dia 05 - 17/mar/2015
Descansando em Floripa.
Bom, no quinto dia, nada de muito especial. Apenas fiquei curtindo a cidade e descansando... fiz stand-up-paddle na Lagoa da Conceição e à tarde fui à praia da Barra da Lagoa para dar uma relaxada.
Roletando em Floripa
Roletando em Floripa
Stand-Up-Paddle na Lagoa da Conceição
Roletando com os Lixões
No sexto dia, fui pegar uma praia pela manhã, e à tarde dei uma passeada no Iguatemi Shopping, pois não tinha mais nada aberto para almoçar e eu precisava (urgentemente) comprar um novo par de óculos escuros. Aproveitei para ir ao centro buscar as roupas que eu havia deixado na lavanderia na segunda de manhã.
Roletando por Floripa
Roletando por Floripa
Roletando por Floripa
Roletando por Floripa
Roletando por Floripa
Roletando por Floripa
Comprei alguns mantimentos para fazer minha própria comida no albergue e coloquei no alforge.
Por volta das 6 da tarde, fui ao point de encontro dos "Lixões Harleyros", uma turma do Fórum HD aqui de Floripa, que é o bar Koxixo´s, na Avenida Beira-Mar norte. MEU! cada figura. O grupo é bem misturado. Toda quarta-feira eles fazem a Noite do Hamburguer, em que eles vão para o boteco e na seqüência vão atrás de algum hamburger de responsa (coisa fina mesmo).
Encontro dos Lixões Harleyros no Koxixo´s, na Av. Beira-Mar Norte
Encontro dos Lixões Harleyros no Koxixo´s, na Av. Beira-Mar Norte
Encontro dos Lixões Harleyros no Koxixo´s, na Av. Beira-Mar Norte
Encontro dos Lixões Harleyros no Koxixo´s, na Av. Beira-Mar Norte
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Rolé dos lixos por Floripa rumo a São José
Fomos comer o hamburger da noite em uma lanchonete em São José, na Grande Florianópolis. Infelizmente não vi o hamburger especial no cardápio e comi um "xis" comum (que apesar de ser comum estava muuuuuuuuuito bom). Quando já estava alimentado e sem espaço para qualquer coisa a mais, aí que vi que tinha um tal hamburger de costela com pão especial... raios!!!
Dia 07 - 19/mar/2015
Descansando em Floripa e mandando tralha de volta pra casa
Novamente mais um dia de descanso, stand-up-paddle na Lagoa pela manhã, almoço feito por mim mesmo no albergue, e praia da Barra da Lagoa à tarde. Deixei algumas roupas numa lavanderia aqui das redondezas.
SUP na lagoa
SUP na lagoa
SUP na lagoa
Ah, digno de nota desse dia é que resolvi fazer uma "limpa" na minha bagagem. Despachei um monte de coisas que ou não estava usando ou estavam me trazendo mais problemas que benefícios.
Mandando as tralhas desnecessárias de volta
Mandando as tralhas desnecessárias de volta
Foram embora ao todo 4.5kg de bagagens, sendo que aí incluí todo o conjunto de segunda pele e a calça de cordura, além de uma das action cams (o cartão de memória pifou e como eu não iria comprar outro despachei a câmera de volta), o tripé da câmera fotográfica (não usei e não vou usar, só ocupa espaço), parte do material de higiene pessoal (ex: barbeador elétrico), algumas roupas (cheguei à conclusão que trouxe roupa até demais) e outras miudezas, etc. Como minha esposa vai trazer na bagagem dela meu "kit motoboy" da Pantaneiro, vai ser ele que vou usar na volta, se precisar. Por enquanto, a calça "resistente a água" (que na verdade não é resistente porra nenhuma kkkk) da Harley-Davidson vai ter que aguentar.
Juntando a limpa de bagagem ao uso dos sacos de vácuo que comprei outro dia, reduzi minha bagagem ao mínimo necessário. Pra viajar de moto é preciso desapegar. Levar bagagem enxuta.
Ah, outra curiosidade do dia. Visitei o mirante da Lagoa da Conceição, e lá conheci um motociclista chamado Júlio, do Rio de Janeiro, viajando em uma H-D Electra Glide 2014 cinza. Depois volto a esse tópico.
A minha Sportster e a Electra Glide do Júlio
Harley realmente não anda. Esse ciclista aqui tava indo mais rápido que eu :lol:
Fim de tarde na Barra da Lagoa
Camarão e cerveja de verdade pra fechar a noite (a pé)
Dia 08 - 20/mar/2015
Realizando um sonho e conhecendo pessoas na estrada
Itinerário do dia: Florianópolis-Serra do Rio do Rastro-Florianópolis, com direito a caminho errado na volta.
Km rodados: 521.7
Este foi um passeio totalmente não-planejado. Minha idéia era fazer a Serra do Rio do Rastro só quando fosse voltar para Brasília, porém hoje foi um dia atípico.
Não haveria café da manhã no hostel hoje por conta de um problema com o fornecedor (a equipe me devolveu parte da diária, inclusive), então eu resolvi tomar café numa padaria aqui perto. Levantei por volta de 8 da manhã, me arrumei para ir à praia (estava sol) e às 8:45 estava de café devidamente tomado. Pensei em ir até a Praia Mole, mas quando saí da padaria tive uma sensação meio estranha, parecia que o tempo estava virando. Voltei ao hostel (onde tinha uma visibilidade melhor do céu) e realmente, o céu estava ficando preto e ventando. Não era tempo pra praia.
Nisso, então, me deu uma "louca" e resolvi subir, trocar de roupa, vestir toda a tralha de estrada e dar um perdido até a Serra do Rio do Rastro.
Saí tão na loucura que me esqueci de algumas coisas importantes: baterias extras para a GoPro (só levei uma mais a que estava na câmera), carregador (cabo micro-USB) do celular, etc.
Meus planos eram de fazer o caminho sugerido: subir a serra até o mirante em Bom Jardim da Serra, de lá seguir até Urubici e voltar pra Florianópolis pela BR-282. Mas não foi bem o que aconteceu...
Av. Beira Mar Norte
Peguei a BR-101 sentido sul, já no continente, por volta das 10:15, levei uns 45 minutos para sair da Barra da Lagoa até a BR. A previsão calculada pelo GPS é que toda a viagem levasse em torno de 4 horas e meia.
Procurei parar o mínimo necessário, apenas para abastecer e lanchar caso sentisse fome ou sede (como fiz um café da manhã reforçado provavelmente não precisaria). Pegando a BR, a primeira parada foi em Imbituba/SC, a terra natal da minha falecida mãe. Ainda que tenha parentes lá, eu optei por não visitá-los dessa vez. Minha tia está muito velhinha e eu não quero assustá-la chegando lá sozinho e de moto... kkkkk Tomei uma coca-cola (meia lata na verdade) e segui meu caminho.
Túnel do Morro Agudo, em Paulo Lopes/SC, pouco antes de Imbituba/SC (a terra natal da minha falecida mãe)
De Imbituba, a próxima parada foi na entrada de Tubarão , onde vi a primeira placa turística da Serra do Rio do Rastro... fiz algumas fotos e segui. Parei no posto Ipiranga de Gravatal para abastecer, e segui rumo Braço do Norte para chegar em Lauro Muller e subir a serra.
Fotos rápidas em Tubarão/SC - rumo à serra!!!!
Fotos rápidas em Tubarão/SC - rumo à serra!!!!
Parei novamente na placa de entrada de Lauro Muller (para fotos!! lógico!!) e segui meu caminho.
Placa da Serra do Rio do Rastro em Lauro Muller/SC
Placa da Serra do Rio do Rastro em Lauro Muller/SC
Placa da Serra do Rio do Rastro em Lauro Muller/SC
Olha, eu venho de uma região em que as estradas não têm curvas. E basta lembrar da péssima experiência que me foi a serra de Juquiá, em São Paulo. Mas a experiência de hoje foi totalmente diferente, eu quase diria transcendental.
Primeiro: hoje não peguei uma gota sequer de chuva. Isso deu mais segurança ao passeio, sem preocupações com escorregar à toa devido ao piso molhado (o que foi uma constante em Juquiá).
Segundo, o dia estava lindo, céu azul (exceto no mirante) , sem nuvens (idem), pouquíssimo movimento na estrada (dia útil).
Terceiro, a pista estava seca (salvo aqueles locais próximos às cachoeiras onde molha), e a visibilidade nos pontos de parada (exceto o mirante) era total.
Subindo a serra: céu limpo e pista seca
Subindo a serra: céu limpo e pista seca
Quarto, em quase todas as paradas achei alguma família tirando fotos e disposta a me ajudar, me clicando. Interação com pessoas, parte do meu objetivo da viagem.
Olha a cara de alegria do cidadão... kkkkkkk
Olha a cara de alegria do cidadão... kkkkkkk
Realmente, o visual é incrível.
Mas isso não tirou a beleza e a magia do passeio, muito pelo contrário, adicionou mais à experiência.
Nevoeiro na serra. Ainda fiquei parado um tempo pra ver se virava, mas não virou... :(
Mas mesmo enevoada é bonita pra dedéu
Mas mesmo enevoada é bonita pra dedéu
Mas mesmo enevoada é bonita pra dedéu
Um pouco triste por não conseguir ver muita coisa lá de cima... pôrra, foi enevoar nos últimos metros da subida!!! kkkk
Palavras para definir? É difícil. Maravilhosa, espetacular, divina, não são palavras fortes o suficiente para definir a beleza da Serra do Rio do Rastro.
Durante a subida parei em vários pontos para fotos. Tirei fotos de alguns motociclistas que desciam a serra em suas reluzentes big trails. E em uma das paradas, quem estava descendo, me reconheceu e acenou para mim? O Júlio, que conheci na véspera.
O povo de jaca também brinca...
O carinha da BM fazendo pose pra foto. ;-)
E o grupo da Shadow e da BM indo embora...
O Júlio descendo na Ultra e acenando pra mim kkkk (ficou embaçada por causa da umidade no case da câmera)
Ao chegar ao mirante (visibilidade lá em cima não era tão boa por causa da neblina, mas ainda assim um espetáculo da natureza), gravei um vídeo para a minha amada esposa Clarissa, em agradecimento por ela ter enfrentado seus receios e medos e me deixado fazer essa viagem sozinho. Fiz o vídeo sim, pois ela merece. O fato é que a emoção, naquele momento em que eu me dei conta que estava lá em cima, tomou conta de mim, e eu tive que engolir o choro para não desabar em lágrimas. Me dei conta de que eu estava efetivamente realizando um sonho, em estar ali, de moto, curtindo aquele visual maravilhoso. E me dei conta da importância daquele momento para mim, ainda segurando as lágrimas que insistiam em tentar sair.
Fiz algumas fotos, tal, contemplei aquela beleza, respirei fundo aquele ar límpido e fui para o café do mirante para um merecido lanche. Pedi um misto quente e um espresso (que teimam em chamar de "expresso", com "x" aqui em SC) médio.
Enquanto saboreio meu lanche, quem aparece? O Júlio! Ele ficou indo e voltando na serra, só pela satisfação em fazer aquelas curvas, sendo que seus planos eram de dormir do lado de cima da serra para ver o visual dela com a iluminação noturna. Ficamos batendo um bom papo enquanto lanchávamos, e daqui a pouco escutamos estrondos fortes. Não era raio, era um grupo de harleyros que estava chegando, kkkkk.
O Júlio, o carioca da Ultra que conheci no dia anterior em Floripa. Baita figuraça o cara
Enquanto eu terminava meu lanche, o Júlio saiu para fumar um cigarro e já foi lá se enturmar com os caras. Também cheguei perto e me apresentei (e ele já solta: "esse é o cara de Brasília que desceu numa 883 que eu tava falando!!!" - o que é bem estranho já que todo mundo ali só tinha de Softails para cima).
O grupo vinha de Caxias do Sul/RS, vieram por cima (não subiram a Serra do Rio do Rastro, iriam descê-la), e estão indo para Itajaí/SC (próxima a Balneário Camboriú) para o encontro dos Harleyros que vai rolar amanhã. Bem, fiquei com uma escolha difícil: fazer a rota planejada e turística, indo por Urubici para visitar o Morro da Igreja e descer pela BR-282, sozinho, ou descer a serra que tinha acabado de subir para viajar por um bom trecho com novos camaradas? Optei (e devo dizer, foi uma escolha acertada) pela segunda opção. Resolvi descer com os caras. Me despedi do meu novo amigo Júlio, que ia ficar ali por Bom Jardim da Serra mesmmo, e desci pela SRR.
Bom, por que foi uma escolha acertada não ter ido para Urubici? Primeiro, pela oportunidade de conhecer novas pessoas (um dos objetivos da minha viagem, devo dizer), é claro. Segundo, pela oportunidade de rodar com companhia, que também é bom. E valeu à pena também porque o visual da serra pra quem desce também é MUITO LEGAL. Então Urubici fica pra outro dia (antes da volta para Brasília?).
Já havia filmado minha subida solitária da serra, agora filmei a descida em grupo, estávamos em 8 motos (todas H-D, afinal os caras estavam indo para um evento dos Harleyros Original Custom kkk) ao todo (duas V-Rods, uma Sportster, uma Road King e as demais eram Softails de vários modelos). Já ganhei um apelido da turma, o "Brasília".
Descendo a serra com os harleyros de Caxias do Sul
Descendo a serra com os harleyros de Caxias do Sul
Descendo a serra com os harleyros de Caxias do Sul
Descendo a serra com os harleyros de Caxias do Sul
Descendo a serra com os harleyros de Caxias do Sul
Descendo a serra com os harleyros de Caxias do Sul
Descendo a serra com os harleyros de Caxias do Sul
Descendo a serra com os harleyros de Caxias do Sul
Descendo a serra com os harleyros de Caxias do Sul
Descendo a serra com os harleyros de Caxias do Sul
Como desci filmando, fui no final do pelotão, e em um dado momento percebi algo errado. Os caras erraram o caminho!!! Em vez de pegarem a estrada para Orleans, foram até Urussanga (meu, eu não passei nem perto de Urussanga na ida de Floripa para a SRR). Com isso, o desvio foi de quase 50km. Paramos para abastecer em Jaguaruna/SC, e seguimos, sendo que perto de Garopaba a noite chegou (por sorte não havia qualquer sinal de chuva, exceto de insetos). Seguimos em um ritmo tranquilo, o limite da via era de 110 km/h, seguramos 100 o tempo todo.
Parada em Jaguaruna/SC para abastecer.
Um acidente gravíssimo no km 207, já perto do acesso à Florianópolis (uma carreta tombou e pegou fogo), deixou um engarrafamento monstro, que pegamos alguns quilômetros antes de Palhoça (pior estava o engarrafamento pra quem SAÍA da ilha de Florianópolis - este ia até perto de Itacorubi, isso no norte da ilha, nem sei até onde ia o engarrafamento pra quem vinha do sul da ilha). Nos despedimos, e eles seguiram para Itajaí e eu peguei o acesso a Floripa.
Confesso que estava MUITO preocupado, pois estava há horas sem bateria no celular e não havia avisado minha família acerca do "perdido" que dei, minha família literalmente não sabia meu paradeiro (nem sabiam que eu tinha ido pra SRR). Cheguei ao hostel na Barra da Lagoa quase às 9 da noite. Imediatamente liguei para avisar minha esposa, que estava totalmente desesperada com a falta de notícias.
Pegando a esposa no aeroporto
Bom, hoje foi sábado, dia 21. Como comentei no relato do último dia, cheguei tarde à Barra da Lagoa. Meus planos para ontem eram de chegar da SRR e arrumar minhas coisas, pois hoje cedo faria check-out do hostel pois às 9 e meia da manhã teria de estar no aeroporto, para buscar minha esposa e irmos para a praia dos Ingleses, já que ficaríamos em um hotel lá, com uso das diárias da Bancorbras.
Como comentei anteriormente, fiquei praticamente a semana inteira (exceto o primeiro dia) no hostel sozinho no quarto (o que devo dizer que foi frustrante, pois uma das minhas idéias com o hostel era de interagir com outras pessoas e conhecer gente), mas aconteceu que justo na véspera do meu check-out arrumaram um colega de quarto pra mim.
Na real, isso não seria problema. Só que eu cheguei da SRR por volta das 20:30 e o meu colega de quarto JÁ ESTAVA DORMINDO, ou seja, eu não poderia fazer barulho. Tive que "dar um jeito" pra arrumar minhas coisas. Catei o que pude, fazendo o mínimo de barulho possível, e levei para o corredor. Lá arrumei tudo e acomodei o que pude na moto, deixando o mínimo para levar no dia seguinte e perder menos tempo na saída.
Outro problema, o cara que estava dividindo o quarto comigo (pelo jeito) foi dormir molhado de praia. O quarto estava com um cheiro de mofo insuportável. Pra piorar, um calor desgraçado, e o ventilador ligado no máximo. Como resultado, no dia seguinte acordei com uma tosse alérgica das brabas. Fiquei com essa tosse seca chata por uns três dias. 😓
Não sei o que o cara fez no dia anterior, não foi balada (às oito e meia da noite ele já estava chapado na cama), mas eu acordei as sete e meia da manhã e ele ainda estava dormindo, aparentemente na mesma posição. Se ele não roncasse alto pra caralho eu diria que o cara tava morto. Catei minhas coisas e deixei o quarto, e meu colega de quarto nem tomou conhecimento da minha existência. Peguei a moto e fui para o aeroporto.
Chegando ao aeroporto
Pra quem não conhece Floripa, lá é tudo longe. Coisa normal em um passeio de moto dentro da cidade é fazer 100, 120km. Pra mim, estando sozinho, isso não seria problema. Mas confesso que estava preocupado sobre como minha mulher iria lidar com isso. Seria bem cansativo pra ela, pra não dizer o mínimo, fora a questão da ansiedade dela (ainda em tratamento) que seiam um fator a mais de preocupação... Além disso, como sabemos, a Sportster não é a moto custom ideal para fazer longos passeios garupado. Ela é ótima para rodar solo, mas é miudinha para andar a dois.
Esperando no aeroporto
Outra preocupação que eu tinha (afinal a conheço hahaha) é se ela iria respeitar o limite de bagagem preestabelecido, que era a mala de sissybar de 52 litros que comprei e deixei em casa com ela para que ela trouxesse no avião mais a bolsa do capacete com o que ela conseguisse colocar junto. Dito e feito, foi o que aconteceu kkkkkkkkkkkk. Além da mala de sissybar cheia, ela ainda trouxe uma mochila. Junte-se isso à bagagem que eu já tinha (os alforges laterais cheios e uma mochila) foi um puta trampo acomodar tudo na moto, que ficou entulhada de coisas.
O reencontro 😍
A bagagem toda amarrada (alforges laterais e traseiro, mochila, etc.)
Teve um lado bom nisso. No trajeto aeroporto-Ingleses (dá mais ou menos uns 45 km), ainda mais sendo um sábado de manhã (dia em que muitos ditos "motociclistas" resolvem tirar a moto de casa pra passear até a padaria da esquina - isso se não estiver chovendo, claro), fomos cumprimentados por diversos deles, que viam aquela cena surreal de um casal , em Florianópolis, em uma Sportster com placa de Brasília, a moto imunda e cheia de bagagem, o que pensavam? Os dois desceram juntos de lá, parabéns!! Mal sabiam que eu tinha acabado de pegar minha mulher no aeroporto kkkkkkkkkkkkkkkk A curiosidade das pessoas com a cena era impressionante, todo mundo olhava, nos carros, motos, etc.
Como eu sei bem como minha mulher tem seus problemas de ansiedade e como eu estava me reacostumando a andar com peso extra (e era peso além do que eu estava acostumado, pois era a minha esposa mas um montão de bagagens minhas e dela), evitei ao máximo de pegar corredor nesse trecho. Pegamos a rodovia SC-401 (Rodovia José Carlos Daux) com destino à Praia dos Ingleses, com algum pouco trânsito na Beira-Mar Norte e trânsito pesado perto dos Ingleses (por conta de obras na rodovia) e, como resultado, saímos do aeroporto às 10:30 (foram 45 minutos pra acomodar as tralhas e prender tudo com segurança) e chegamos ao hotel às 11:45 (1h15 pra fazer 45 km).
Túnel no retorno ao norte da ilha
Túnel no retorno ao norte da ilha
Entrando na Av. Beira Mar Norte
Voltando ao Norte da Ilha, rumo Ingleses
O quarto do hotel ainda não estava liberado, então retiramos a tranqueirada toda (exceto o que estava dentro do alforge), as jaquetas (sim, tava um baita calor nesse dia, só vestimos tudo porque não tínhamos onde guardar kkkkkkk) e deixamos no guarda-volumes do hotel e saímos para almoçar, ali pelos Ingleses mesmo (fomos num restuarante chamado "Paixão de Verão", ali no centrinho dos Ingleses, onde comemos um ótimo camarão e tomei uma cervejinha).
Não vou negar: até estávamos considerando (ainda que com as diárias de Floripa já pagas pelo título, o hotel ficaria como "base" para os passeios quando levaríamos o mínimo de bagagem necessário para os rolés) ir até Itajaí para o encontro dos Harleyros (sim, ela toparia), mas eu tive uma noite MUITO mal dormida (além de ter ficado até tarde acordado postando o relato especial sobre a SRR, ainda tive o problema da arrumação de bagagem feita às pressas e sem acordar o colega de quarto, o colega de quarto que roncava alto, a tosse causada pelo cheiro de mofo no quarto, e a tensão de rodar dentro da cidade com peso extra e preocupado com a minha mulher), então eu decidi ficar em Florianópolis mesmo para descansar e tomar uns remédios pra alergia que havia se instalado com força. Por sorte conseguimos um "upgrade" gratuito de quarto pelo título, e pegamos um quarto que tinha até jacuzzi. Então foi o dia de relaxar e matar a saudade... À noite saímos a pé mesmo, para jantar ali pela região.
Dia 10 - 22/mar/2015
O Ribeirão da Ilha e a volta na Ilha, a dois
Olha, podem dizer que é restaurante de turista (e é!) mas se tem um lugar que (ainda que caro pra caralho) eu não deixo de ir quando visito Florianópolis é o restaurante Ostradamus, no Ribeirão da Ilha. Tá, os locais podem até me dizer que tem coisa melhor, mas eu GOSTO da comida de lá, sinto saudades e sempre que venho pra Ilha da Magia eu vou uma vez lá (e só uma, pois dinheiro infelizmente não dá em árvore). E do outro lado da rua ainda tem o café Tens Tempo (do mesmo dono), que faz uns doces portugueses incríveis e um café ótimo para arrematar o almoço, então se juntar a comida com as paisagens do caminho, vale o passeio.
Então, acordamos, tomamos café da manhã, fomos ao mercado pra comprar algumas coisas, voltamos e nos arrumamos para ir ao Ribeirão da Ilha. Como o tempo estava mais nublado, começando a esfriar, achamos prudente usar o "paramento completo" (calça, jaqueta, etc.).
Bom, a praia dos Ingleses e o Ribeirão da Ilha estão em extremos opostos da Ilha de Santa Catarina. Então, seria praticamente uma viagem (e é, pois a mudança de cenário durante o passeio é incrível). Já havia feito esse passeio várias vezes de carro, mas de moto seria a primeira vez.
Como eu nunca lembro de cabeça o caminho pra lá, coloquei no GPS. E aconteceu o mesmo que da outra vez em que fui, o GPS (mesmo com os mapas devidamente atualizados, aliás, eu tava usando o Waze que é online) errou o endereço por uns 5 km, me mandando pelo caminho mais longo e dizendo que eu havia chegado ao destino quando eu estava até na rua certa, mas bem distante do local (no mesmo local em que parei com o GPS offline há quatro anos kkkkk). Como eu já sabia onde estava segui em linha reta até chegar ao restaurante.
Ribeirão da Ilha, um bairro muito charmoso
Ribeirão da Ilha, um bairro muito charmoso
Ribeirão da Ilha, um bairro muito charmoso
Ribeirão da Ilha, um bairro muito charmoso
Como era de se esperar, uma fila de espera imensa, petiscos de cortesia servidos durante a espera (dessa vez serviram lula à dorê e ostras gratinadas para a multidão de esfomeados que esperavam mesa), até que nos chamaram. Para quem não conhece o restaurante, a decoração interna dele é toda em estilo náutico, além de "pratos da boa lembrança" e alguns itens relacionados a motocicletas (sim!).
Decoração do Ostradamus - "Harley-Davidson Parking ONLY!!" 😁😁😁
Pedimos ostras ao gengibre de entrada (eu prefiro as "in natura" mas como minha mulher não gosta, pedimos as cozidas mesmo), e um prato chamado "Panela do Tusta", que é tipo uma caldeirada (mas eles dizem que não é, conversa fiada) de frutos do mar, perfeitamente maravilhosa. Infelizmente sobrou muita comida (não demos conta), e como não tínhamos onde esquentar no hotel (não é apart, geralmente em apart você tem um microondas), acabou ficando pra trás.
Clarissa assustada com os preços no cardápio kkkkk
Panela do Tusta. TOP!!!!
Depois fomos ao Tens Tempo Café, comemos doces portugueses com um café espresso (que, repito, os "manezinhos da ilha" teimam em chamar de "expresso" com "X") e quando olhei pela porta e vi os azulejos na frente do restaurante me lembrei de uma coisa: um ano atrás eu estava no mesmo lugar, e tirei foto de um motociclista (de São Paulo) em uma Electra Glide, usando a porta do café como "moldura", sonhando se um dia eu também estaria ali na minha própria moto. Decidi que era a hora de fazer uma foto igual, só que dessa vez o motociclista finalmente seria eu e a moto finalmente seria a minha.
A imagem que eu queria fazer
Esses azulejos portugueses são incríveis! Baita cenário!
Esses azulejos portugueses são incríveis! Baita cenário!
Esses azulejos portugueses são incríveis! Baita cenário!
Voltamos para a Praia dos Ingleses, dessa vez pela Lagoa, para mudar o caminho. Aproveitei pra passar na Barra da Lagoa, na esperança que a lavanderia onde deixei minhas roupas há uns dias estivesse aberta (não estava, afinal era domingo) para buscá-las. Pior, segunda seria feriado local (aniversário da cidade) e eu já estava ficando sem roupas limpas para usar.
Túnel no caminho para o Norte da Ilha
Túnel no caminho para o Norte da Ilha
De noite, uma caminhada até o centrinho para um lanche, e voltamos para o hotel. Lá chegando, um monte de big trails no estacionamento, todas de motociclistas bolivianos que estavam voltando de Punta del Este com destino à Bolívia.
Uma das motos dos bolivianos
Distância total rodada no dia: 127km (Ingleses ao Ribeirão da Ilha via SC-401, Ribeirão da Ilha aos
Ingleses via Lagoa da Conceição)
Dia 11 - 23/mar/2015
Feriado local - e um descanso para a moto
Minha primeira reação ao acordar (depois de tomar o café da manhã) foi de ligar para a lavanderia, para ver se eles funcionariam hoje. Como eu esperava, não abriram, ou seja, eu teria mais um dia com escassez (efetivamente sem - não fosse minha esposa ter trazido de Brasília, de presente, uma camiseta do seriado Sons of Anarchy eu não teria nenhuma camiseta limpa) de roupa limpa.
O tempo estava meio esquisito (mormaço) mas ainda assim convidativo para praia. Fomos para a praia dos Ingleses, onde fiquei tomando sol, comendo petiscos e tomando cerveja, mas não fui pro mar.
Ostras gratinadas no Ibiza Beach Bar
Esse carinha levou o dog pra fazer SUP com ele.
De tarde fomos dormir, e à noite fomos pro centrinho pra comer uma pizza. Nesse dia, a moto teve um merecido descanso, não saiu do hotel.
Dia 12 - 24/mar/15
Barra da Lagoa, a dois
Bom, nesse dia nossos planos eram de ir até a Lagoa da Conceição, para fazer stand-up-paddle. Porém, lá chegando, nenhum dos instrutores estava presente. Estava ventando MUITO, o que tornava o ambiente não muito bom para a prática do SUP por principiantes. Então, voltamos até o Mirante Ponto de Vista para umas fotografias e resolvemos ir almoçar na Barra da Lagoa.
Clarissa curtindo o passeio na garupa [;D]
Clarissa curtindo o passeio na garupa [;D]
No caminho...
No caminho...
No caminho...
Mirante Ponto de Vista, entre a Praia Mole e a Barra da Lagoa
Mirante Ponto de Vista, entre a Praia Mole e a Barra da Lagoa
Fomos ao restaurante "Meu Cantinho", que eu já conhecia (a indicação do Alex "420Rider" do fórum HD) para comer um belo almoço por um preço justo. Saindo do restaurante,aproveitei pra passar na lavanderia e buscar minhas roupas, e de lá, fomos para a praia da Barra da Lagoa curtir um final de tarde belíssimo.
Praia da Barra da Lagoa
Fim de tarde na Barra da Lagoa
Fim de tarde na Barra da Lagoa
Fim de tarde na Barra da Lagoa
Fim de tarde na Barra da Lagoa
Fim de tarde na Barra da Lagoa
Fim de tarde na Barra da Lagoa
Fim de tarde na Barra da Lagoa
Fim de tarde na Barra da Lagoa
À noite, fomos comer um Yakisoba fantástico e barato no Yakissoba da Ilha, próximo ao centrinho dos Ingleses.
Dia 13 - 25/mar/15
Almoço e cineminha no shopping para relaxar
Novamente tentamos fazer SUP, e o vento estava ainda pior que no dia anterior, e não havia uma pessoa sequer alugando pranchas.
Casal que roda unido...
Levando minha mulher pra rodar em Floripa [;D]
Passando pela Lagoa da Conceição
Deixamos pra lá, resolvemos dar uma volta no Shopping Iguatemi para almoçar e dar uma passeada na sombra. Acabei aproveitando para ver "O Jogo da Imitação", que eu estava louco pra ver (afinal de contas sou formado em Computação) mas já havia saído de cartaz em Brasília. Na volta do cinema passamos em uma sorveteria na Lagoa (Max Gelateria) e voltamos ao hotel. À noite fomos (de moto dessa vez) ao centrinho pra comer um sanduíche.
Saindo à noite
Baita sandubão (a gente dividiu, eu não dou conta de comer isso sozinho kkkk)
Baita sandubão (a gente dividiu, eu não dou conta de comer isso sozinho kkkk)
O melhor estava por vir, no dia seguinte...
Dias 14 e 15 - 26 e 27/mar/2015
Serra do Rio do Rastro, a dois
26/03/15
Acordamos na quinta-feira meio de saco cheio de praia. Estava sol mas ventava muito. Decidimos, então, meio "na louca", fazer um passeio diferente.
Deixamos as coisas no hotel e resolvemos fazer um "bate-e-fica" na SRR. Levamos apenas o mínimo necessário para uma noite (ou quase isso como comentarei mais à frente).
Seria uma prova de resistência para ambos: para a minha mulher, na garupa, e para mim, com a tensão extra de fazer o passeio com ela, preocupado com seu estado.
Já sabia que a viagem levaria em torno de quatro horas, isso em ritmo "normal", mas eu também sabia que faríamos mais paradas e a velocidade média seria menor, então a viagem levaria mais tempo.
Saímos da Ilha por volta das dez e meia da manhã. A primeira parada (para abastecimento) foi já em Palhoça (eu resolvi secar um pouco mais o tanque antes de encher), quando aproveitei para fazer uma necessária mudança na moto, o ajuste da inclinação do guidão, que estava ideal para andar solo, mas não garupado, quando eu ficava um pouco mais pra frente.
De Palhoça, pegamos a BR-101 Sul, e paramos em Imbituba (na parada da Ferju) para almoçar e dar uma descansada, olhando (mas não comprando nada) as roupas da loja de malhas tradicional da entrada da cidade (me lembro dessa loja desde quando me lembro por gente). Gastamos um bom tempo nessa parada, onde funcionários curiosos do restaurante perguntavam sobre a viagem (viram a placa de Brasília na moto e a câmera no capacete). Nem lembro que hora era, se já era quase uma da tarde ou se já passava disso.
A próxima parada seria em Gravatal/SC, para abastecimento e descanso rápido. Tomamos água e um picolé no posto, esticamos bem as pernas para seguir rumo a Lauro Muller e Bom Jardim da Serra.
Paradinha em Lauro Muller para beber uma água e descansar um pouco
Ao contrário da minha visita na semana anterior, dessa vez pegamos forte neblina durante toda a subida da serra. Mesmo assim, o passeio foi belíssimo e inesquecível!!!!!!!
Paramos em uma curva onde existe um espaço de descanso e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Deixei minha esposa fazer suas orações enquanto eu fotografava. E ela ficou besta em vez a perícia dos camioneiros descendo e subindo a serra, manobrando naquelas curvas apertadas com visibilidade zero. Realmente, não deixa de ser um espetáculo.
Clarissa fazendo seus agradecimentos
Cerração na SRR
Cerração na SRR
Cerração na SRR
Um dos momentos mais divertidos e felizes da viagem. A Clarissa curtiu demais. Ela ficou se divertindo vendo o povo descer e subir a serra naquele nevoeiro
Chegamos ao mirante, tomamos um chocolate bem quente, e começou a chover. Como a visibilidade era nula, resolvemos não conferir a vista.
Um lanche e um chocolate quente no Café do Mirante
Como era um momento especial, resolvi tirar os escorpiões do bolso e ver se teria um quarto vago ali no Eco Resort mesmo.
O 1km entre a rodovia e a recepção do Resort foi bem difícil... chovia aquela garoinha chata e gelada, já estávamos bem cansados, não era via asfaltada, com algumas pedras soltas e escorreguentas, definitivamente não era um ambiente muito amigável a motos. Mas chegamos à recepção para ver se tinha quarto.
Havia dois chalés disponíveis: um "chalé família", mais barato (menos caro né?) por 490 a diária, e um chalé de casal, com hidro com vista e todos os confortos, por 590 a diária. Por motivos óbvios eu não ia ficar de murrinhagem e economizar cem reais pra deixar de ter uma chance de presentear minha mulher por seu companheirismo e apoio nos dez anos que estamos juntos.
Ficamos no chalé 16, com uma bela vista para o lago e o restaurante do resort. Tomamos um bom vinho, e curtimos o quarto.
A vista do Chalé 16 ("Quero-Quero")
A vista do Chalé 16 ("Quero-Quero")
A vista do Chalé 16 ("Quero-Quero")
À noite, como estava frio e com pouca visibilidade (e eu não queria encarar aquele piso molhado de brita do resort à noite, de moto, sem enxergar), resolvemos jantar no restaurante do resort mesmo, o que foi uma grata surpresa financeira: pratos muito bem servidos e de ótima qualidade, mais baratos que em muitos restaurantes "a la carte" da região. Média de preço dos pratos (individuais em que dois comeriam facilmente) em torno de 30 reais. Eu diria que comida em restaurantes do mesmo nível em Brasília não sairiam a menos de 50 o prato. Pra arrematar, uma cerveja Lohn Bier Viena (de uma cervejaria de Lauro Müller) por apenas 15 reais a garrafa de 600. Quer mais o quê?
Vista noturna do chalé
Cerveja Lohn Bier
Voltamos ao quarto e tivemos uma ótima noite de sono, reconfortante e merecido, naquele quarto aquecido enquanto havia aquele friozinho gostoso lá fora.
Distância rodada no dia: 267km. (Ingleses - Bom Jardim da Serra, via BR-101 subindo a SRR)
27/03/15
Acordamos por volta de nove da manhã, e fomos tomar o café da manhã. O tempo parecia que estava abrindo, com o sol tímido por trás das nuvens. Comemos um excelente café da manhã, e voltamos ao quarto para arrumar nossas coisas e sair. Às 11:30 fomos fazer o check-out e tive outra grata surpresa: por estar de moto teria direito a 10% de desconto na diária kkkkk. Como a diária já havia sido paga, o desconto referente à diária foi dado diretamente sobre o consumo de frigobar e restaurante.
Fizemos mais algumas fotos, e resolvemos dessa vez seguir as várias dicas e voltar por Urubici e BR-282.
Nosso chalé, o 16 "Quero-Quero"
Nosso chalé, o 16 "Quero-Quero"
Nosso chalé, o 16 "Quero-Quero"
Dá pra ver a moto na garagem né?
Um pouco do Rio do Rastro Eco Resort
Um pouco do Rio do Rastro Eco Resort
Um pouco do Rio do Rastro Eco Resort
Um pouco do Rio do Rastro Eco Resort
Dentro do Rio do Rastro EcoResort tem uma placa comemorativa (de 2013) referente a um "Motorcycle Challenge". Então, esse totem virou ponto de fotos, muitas fotos.
Aqui flagrei Clarissa tentando fazer uma selfie:
Que ficou assim:
Demos ainda uma paradinha no mirante da serra, para fazer umas fotos e tentar ver alguma coisa. Mas estava bem encoberto.
Pelo menos os quatis deram o ar da graça:
quatis, quatis e mais quatis
quatis, quatis e mais quatis
quatis, quatis e mais quatis
Pouco antes de São Joaquim, começou uma garoinha chata e gelada. Tive que reduzir a velocidade pois a pista estava BEM molhada (e minha mulher fica nervosa ao andar na chuva). Olha, como disseram, o caminho pra Urubici é realmente bem bonito, a estrada é linda, mas naquele frio, sem roupas adequadas (como saímos "na louca" no dia anterior esqueci a capa de chuva em Florianópolis, acredite quem quiser [mad] ), e tenso de preocupação de estar naquela situação (e ter colocado minha mulher naquela situação) não consegui curtir tanto assim a beleza da estrada, não parei para nenhuma foto no caminho (não tirei nenhuma na GoPro). Mas realmente é uma estrada de visual bem agradável, gostosa de pilotar, e que deve ser deliciosa com tempo limpo (ou mesmo na chuva, com roupas adequadas). Vi muitos motociclistas nesse trecho, principalmente em big trails.
Fomos chegar a Urubici por volta de 13:15, procuramos um lugar para almoçar e paramos no Zeca´s Bar, perto do ginásio de esportes. Nunca um arroz com feijão bem quentinho foi tão reconfortante!!! kkkkkk.
Saindo de lá, fui ao posto Ipiranga ali perto para abastecer (o dono é motociclista) e tive o primeiro (e único) problema mecânico da viagem: o varão do câmbio (do comando avançado) soltou-se. Prendi com arame (depois achei a borrachinha perdida no chão do posto mesmo, e guardei pra arrumar depois) e está aguentando bem (na verdade está melhor pra passar marcha agora kkkk - nota posterior: veio ATÉ BRASÍLIA amarrado com arame).
Paramos no primeiro mercadinho que encontramos aberto para comprar alguns agasalhos extras pra aguentar a viagem e alguns rolos de filme de PVC para embrulhar as calças e reter o calor.
Pegamos a BR-282 ainda sob forte chuva. Estrada de visual maravilhoso que eu já conhecia (já tinha viajado por lá de carro, embora sem chuva), mas bem perigosa, movimento intenso e motoristas loucos, mesmo com aquele aguaceiro. Procurei ser gente boa , como estava andando devagar com a esposa na garupa, sempre que eu identificava uma possibilidade de ultrapassagem, jogava a moto pra direita e sinalizava aos motoristas impacientes para passarem.Paramos para um café e pastel no Café da Tia Chica, perto de Alfredo Wagner, estabelecimento familiar de pessoas simples, que nos trataram com muita hospitalidade, a senhora que cuidava da cozinha (será a própria Tia Chica que dá nome ao estabelecimento?) nos tratou com muito carinho, nos fez sentir como se estivéssemos na "casa da vovó". O pastel de queijo frito na hora estava delicioso!
De lá, fomos parar só em Santo Amaro da Imperatriz, em um posto na beira da rodovia, onde tomamos um chá quente com limão e compramos um jogo de capas de chuva descartáveis pra aguentar o resto da viagem.
Tadinha! Olha a cara de cansada...
Chegamos a Palhoça por volta das 18:00, sob forte chuva e trânsito intenso. A imprudência generalizada dos motoqueiros locais nos corredores me fez ficar na faixa de rolamento. A mão esquerda já estava cansada daquele anda-e-pára, mas eu realmente não estava mais com meus reflexos em ordem para trafegar, à noite, na chuva, com garupa, sem enxergar nada, pelo meio dos carros.
Mais trânsito dentro de Floripa, mais uma hora e meia até chegar aos Ingleses, para um merecido banho quente e uma boa noite de sono. Ainda saí (a pé) até o centrinho para pegar um jantar (o restaurante do hotel já estava fechado na hora em que saí) e peguei um táxi pra voltar.
Amanhã o destino é Bombinhas.
Dias 16 e 17 - 28 e 29/março/2015
Rumo a Bombinhas
Depois de dois dias na estrada (o bate-e-fica para a Serra do Rio do Rastro), chegou a hora de deixarmos Florianópolis rumo a Bombinhas.
Quebrados como estávamos, acordamos tarde, às 9 da manhã. O céu estava encoberto mas sem cara de chuva. Tomamos café da manhã no hotel. Lembrei de que no dia de check-in, nos fizeram esperar por um bom tempo, aí fui perguntar se poderia fazer um late check-out pois ainda precisávamos arrumar as malas, a resposta foi um monossilábico "não". Foi o prego final na tampa do caixão do hotel, cuja equipe já estava nos dando nos nervos desde nossa chegada, não por algo contra a gente, mas simplesmente porque íamos a cada dia percebendo os desleixos deles com o cuidado nas instalações. De fato, houve dias em que não tomamos o café no hotel (incluso na diária) devido à falta de higiene no buffet de café da manhã. Sério, o pessoal do hostel era (muito) mais cuidadoso com o asseio dos utensílios e alimentos que a equipe do hotel dos Ingleses.
Bom, arrumamos nossas bagagens às pressas (eu havia comprado mais sacos de compactar roupa na véspera),fizemos o check-out exatamente às 11 da manhã (minha esposa deixou uma bela carta de reclamações na caixa de sugestões do hotel) e até terminarmos de arrumar as tralhas na moto eram quase 11:45. Partimos, então, rumo a Bombinhas.
A tralheirada amarrada na moto. [kaka]
Saindo!!!! (não fui de bermuda, comprei uma calça nova na esquina)
Antes de sair do bairro, uma parada numa loja de roupas para comprar uma calça nova para mim, já que a única que eu havia trazido (que tinha usado bem pouco até então, já que na viagem de vinda vim com a de cordura e o kit de segunda pele - aqueles mesmos que mandei via correios de volta pra Brasília) estava ensopada de água e lama e obviamente ainda não havia secado da chuva do dia anterior.
Por volta das 13:00 (por causa do trânsito) estávamos chegando ao centro de Florianópolis, e às 13:15 entrávamos na BR-101.
Passando pela Ponte Hercílio Luz, nos despedíamos de Floripa
Já no trecho urbano da BR-282, pouco antes de pegar a BR-101 rumo norte.
Já na BR-101.
Já na BR-101.
Foi uma viagem bem tranquila, paramos apenas uma vez em Tijucas para tomar uma água e comer um salgado (eram 14:00), e pegamos apenas um pouco de chuva no trecho final da viagem, já em Porto Belo. Levamos uma eternidade para passar por Bombas (devido às obras na Avenida Leopoldo Zarling, que deixaram um verdadeiro lamaçal na via principal da cidade, principalmente sob chuva), e às 14:45 chegamos na Pousada Guarujá, na praia de Quatro Ilhas, a pousada do meu primo de consideração (ex-marido da prima da minha mãe), o Claudemir.
Tamo chegando!
Entrada de Porto Belo/SC
Baía de Porto Belo
Avenida Leopoldo Zarling, em Bombas (Bombinhas/SC), em obras há um tempo... No seco, beleza, mas na chuva vira esse lamaçal
Chegando à Pousada Guarujá, em Quatro Ilhas
Na pousada
Na pousada
Na pousada, à noite, ainda chove
Confesso que estava um bocado preocupado com a amarração das bagagens, que estava bem carregada (mochilas amarradas sobre os alforges laterais, alforge traseiro bem cheio e com certeza além do limite de carga do bagageiro, etc.), já que existem alguns trechos conhecidos de estrada acidentada (os trechos de calçamento em Porto Belo e a região em obras no centro de Bombinhas). Mas deu tudo certo.
Deixamos nossas coisas no quarto e saímos pra caçar algo pra almoçar, ainda achamos um bom restaurante self-service (18 reais por pessoa) aberto e lotado. Avisei meus primos da nossa chegada e minha prima já perguntou onde estávamos, disse onde estava (tomando um café) e ela disse "esperem aí que vou encontrar vocês", lá veio ela grávida de seis meses para nos ver... à noite saímos com meus outros primos para jantar na pizzaria de outro primo kkkkkkkk.
Sobre Santa Catarina em geral, a região está lotada de uruguaios, parece que o período pré-Páscoa é um grande feriado prolongado pra eles (pelo menos foi o que me disseram).
Hoje, 29, ainda chove bastante, então estou deixando a moto descansar. Como aqui é tudo perto, quando preciso pego um guarda-chuva e vou a pé. De manhã, meus primos vieram, o baixinho de 1 ano e pouco, figurinha da família, já subiu na moto pra tirar foto e ficou fazendo barulho de motor kkkkkk
Acho que a moto nunca mais vai ficar limpa de novo kkkkkkkkkkkkk. Já são quase seis mil km desde a última lavada, que foi na revisão feita 45 dias antes da viagem. Mais o que já rodei por aqui... A moto tá lá parada e tomando chuva, a chuva lava um lado (o direito), mas o esquerdo não.
Dias 17 e 18 - 29 e 30/março/2015
Um merecido descanso, ainda que sob chuva
Chegamos dia 28 a Bombinhas, sob chuva. Pegamos justamente a época de mudança de estação, então chove e chove forte há três dias. Isto significa que não dá pra pegar praia kkkk. Mas o clima está propício para uma boa descansada do corpo. Os dias estão sendo usados para descanso e para rever meus primos.
Dias 17 a 22 - 29/março a 03/abril
Curtindo Bombinhas
Como comentei no relato anterior, chegamos a Bombinhas sob frio e chuva, ainda que a viagem tenha sido tranquila. O primeiro domingo também foi de chuva (nem deu pra aproveitar a praia nem passear de moto, já que chuva + moto + ruas de paralelepípedos não é algo exatamente recomendável), e na segunda (que também amanheceu sob chuva) resolvi aceitar a oferta de empréstimo de carro do meu primo pra dar umas voltas. Pegamos a picapinha Strada e fomos dar um rolé em Balneário Camboriú, e para nossa surpresa quando voltamos ao final da tarde o céu estava abrindo.
Saindo no carro do meu primo pra resolver umas coisas em Balneário
De terça (31/03) a sexta (03/04), então, ficaríamos por conta de praia. Aproveitando praia. Na terça foi assim (ainda tive chance de dar um perdido de tarde pra fazer umas fotos pela cidade), mas na noite de terça minha esposa passou mal (provavelmente uma intoxicação alimentar), e não dormiu direito. Ainda que na quarta-feira ela não estivesse mais com sintomas de intoxicação alimentar, estava muito fraca e fomos ao posto de saúde da cidade, onde rapidamente ela foi atendida, tomou soro com medicação e ficou melhor.
Praia do Mariscal
Praia do Mariscal
Praia do Mariscal
Praia do Mariscal
Praia do Mariscal
Praia do Mariscal
Praia do Mariscal
Praia da Conceição
Praia da Conceição
Canto Grande
Canto Grande
Canto Grande
Canto Grande
Praia de Zimbros
Praia de Zimbros
Praia de Zimbros
Praia de Zimbros
Praia de Zimbros
Praia de Zimbros
Vista do Mirante de Bombinhas (sim, agora tem um mirante no morro do acesso à cidade)
Vista do Mirante de Bombinhas
Vista do Mirante de Bombinhas
Vista do Mirante de Bombinhas
Vista do Mirante de Bombinhas
Na quinta-feira então curtimos bastante a praia, efetivamente o dia todo assando no sol, kkkk. A cidade, com exceção dos uruguaios que a invadiram por conta do feriado de Páscoa, estava bem tranquila.
Na sexta-feira, ela pegaria o vôo pra Brasília na parte da tarde, partindo do aeroporto de Navegantes. Peguei de novo o carro do primo emprestado pra levar ela ao aeroporto, deixei-a no aeroporto e voltei para a pousada.
Meus planos eram de iniciar a volta na segunda-feira, depois do feriado, mas achei por bem antecipar a viagem. Então fui dar um último tibum na praia de Quatro Ilhas antes de sair da cidade. Fui me despedir dos meus primos no restaurante da família na sexta à noite, terminei de arrumar minhas coisas e dormi cedo.
Amanhã, qual será o caminho a tomar, vai depender do clima. O que sei é que começo a volta pra casa.
Dias 23 - 04/abril
Começando a voltaPartida: Bombinhas/SC
Destino: Tunas do Paraná/PR
Tinha algumas idéias para o dia de hoje. Uma delas era acordar bem cedo, pra dar um perdido até Florianópolis e passar na H-D pra comprar uma camiseta de lembrança e me despedir dos Lixões.
Porém, acordei às 07:40 (não tão cedo quanto queria), tomei meu café e comecei a arrumar a bagagem na moto. Coloquei o alforge traseiro e me dei conta que a capa de chuva estava não muito acessível caso precisasse. Então, tive que desfazer todas as amarras, pra pegar a capa de chuva e amarrá-la ao sissybar, para deixá-la mais acessível. Deixei-a (aparentemente) BEM amarrada. Só que essa escolha não foi muito boa, como comentarei mais à frente... rsrssrs
Perdi um tempão na organização da bagagem e fui (quase) sair da pousada do meu primo às 9:30. Já estava com o motor ligado, e meus outros primos chegaram, pois queriam se despedir de mim. Então, entre mais uma despedida, sair da pousada, parar num posto de pagamento da TPA (pedágio ambiental), etc. fui sair de Bombinhas às 10 da manhã... Acredito que eram umas 10:30 quando finalmente cheguei à BR-101.
Bagagem no lugar...
Bagagem no lugar...
Pronto pra ir...
Pronto pra ir...
Rebocando um barquinho...
Bom, diz a lei de Murphy motociclística que se você deixar sua capa de chuva em local acessível, vai fazer um puta sol e não vai cair uma gota d´água. De fato, foi exatamente o que aconteceu.
Fiz algumas paradas para lanche e abastecimento pelo caminho: Parei em Araquari/SC para lanche e esticar as pernas; parei em Tijucas do Sul para reabastecer; Parei em São José dos Pinhais (grande Curitiba) para café, água e banheiro.
Parada no Sinuelo, em Araquari/SC
Parada no Sinuelo, em Araquari/SC
Parada em São José dos Pinhais/PR
Parada em São José dos Pinhais/PR
Nesse ponto eu decidi que não subiria pela BR-116. Pegaria a Estrada da Ribeira (BR-476) para subir o Rastro da Serpente, até Capão Bonito/SP.
Para tanto, eu teria que pegar a BR-277, e entrar em Curitiba para ir até Pinhais e Colombo pra pegar a BR-476. Só que, como SEMPRE acontece quando vou a Curitiba... me perdi na cidade. E com isso perdi um baita tempo.
Perdido em CWB... [kaka]
E o GPS? Bem, o GPS, em um trecho, me ficou fazendo andar em círculos, até que achei alguém (dois policiais militares em um posto de gasolina) para me dar informação. O GPS ainda ficou uns 3 km me mandando voltar, até que acreditou que eu estava na estrada certa e disse "Siga na rodovia por 65km" (rumo a Tunas do Paraná).
Se meus planos eram de almoçar em Tunas do Paraná, às 14:30 eu estava em Colombo, e parei, faminto, num Subway pra almoçar. Mandei um sanduba e um chá mate com limão e segui meu caminho, conferi a bagagem, tudo em ordem. E peguei a Estrada da Ribeira/Rastro da Serpente rumo Capão Bonito.
Devo dizer o seguinte: a estrada (pelo menos esse primeiro trecho) é muito gostosa pra andar. Possui curvas de raio variado, pouco movimento (pelo menos hoje que é sábado de semana santa), tirando um ou outro caminhão que te trava por uns 15 minutos em trechos sem visibilidade para ultrapassagem segura, a viagem foi bem tranquila. Então, me espanta eu quase não ter visto motociclistas da região de Curitiba passeando por lá. Tunas do Paraná está a 50 minutos de Colombo, ou seja, é um bom destino para um bate-e-volta saindo de Curitiba e região (na lanchonete Straub tem uma grande quantidade de adesivos de motoclubes e motogrupos). Mas... nesses 50 minutos, tirando as motos pequenas dos habitantes locais, só vi UMA moto grande, uma Boulevard M800 que seguia sentido Curitiba. Ah, e três motos no Posto Straub, todas de Curitiba: uma CB500X, uma Vulcan 900 e uma XT660R.
Levei exatamente 50 minutos do Subway da BR-476 em Colombo até o posto Straub, em Tunas. Ou seja, quase quatro horas da tarde. Tendo em vista que Apiaí/SP está a quase duas horas daqui, achei melhor parar pra dormir por aqui mesmo. Fiquei então no Hotel Straub, recomendado pelo Portal D Moto.
O hotel é simples mas aconchegante e bem limpinho (os lanches da lanchonete do posto Straub também são gostosos).
Quarto do Hotel Straub
O único problema é que não consigo sinal de internet no celular aqui nem a pau kkkkk. Então, tive que ligar pros parentes pra avisar onde estou, nada de WhatsApp. Mandei SMS para um amigo avisar no grupo de apoio do Whats onde estou.
Agora, a piada do dia. Deixei a capa de chuva acessível né? Agora estou torcendo pra de hoje pra amanhã o sol não ir embora, e o tempo não virar. Por que? Simples, eu perdi a phorra da capa de chuva nas curvas da Estrada da Ribeira... kkkkkkkkkk
Para amanhã, estou me programando para subir o Rastro da Serpente até Capão Bonito/SP, e de lá ir até Ribeirão Preto, pois quero tomar um chope no Pinguim. Dá 600km daqui até lá.
Comprei uns belisquetes, água e três cervejas no mercadinho do lado do hotel e mais tarde vou andando até ali na esquina pra fazer um lanche.
Uma geladinha pra fechar o dia
A noite de sábado agitadíssima em Tunas do Paraná/PR (cri...cri...cri...)
Hoje rodei 350km.
Páscoa no Rastro da Serpente
"Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim? Uma curva, duas curvas, três curvas assim!"
Partida: Tunas do Paraná/PR
Destino: Ribeirão Preto/SP
Então...
Tendo em vista a vida noturna agitadíssima de Tunas do Paraná (rsrsrsrs) eu fui dormir BEM cedo. Já tinha dado uma dormida no começo da noite, e dormi de novo depois de comer um sanduíche na lanchonete do Straub.
Então, por volta de 7 da manhã eu já estava de pé, o que não me adiantaria de muita coisa, já que o Straub havia me informado no dia anterior que a lanchonete só abriria para o café da manhã (incluso na diária) "por volta de 8:30". Como a moto também estava trancada no estacionamento (que dependia deles para abrir) eu estava efetivamente preso. Então resolvi fazer bom uso do tempo, começando a arrumar as coisas desde cedo, para perder o mínimo de tempo possível na saída.
Outra coisa que me preocupou é que, confirmando minhas expectativas (e contrariando meus desejos), amanheceu chovendo na cidade de Tunas. Detalhe que eu já estava a meio caminho de Apiaí, e também não compensaria, a aquela altura do campeonato, voltar para pegar a 116, pois seria uma retorno de quase 100 quilômetros. Ademais, não devemos esquecer do que aconteceu no dia anterior: eu perdi a capa de chuva em uma das curvas da Estrada da Ribeira.
Às 8:30 eu fui para a porta da lanchonete, já carregando tudo, sendo que abriu às... 9 da manhã. Mas pelo menos, enquanto eles arrumavam tudo pra abrir, eu pedi pra abrir a garagem para eu ir tirando a moto para começar a organizar a bagagem. Depois de organizar a bagagem, tomei meu café.
A lanchonete/posto/recepção do Hotel Straub (o hotel é a mais ou menos 50 metros dali), em Tunas do Paraná/PR
O Hotel Straub
Estava um pouco frio, então achei prudente usar o forro interno da jaqueta. Ainda persistia aquela garoinha chata quando saí, por volta das 10 da manhã. Por sorte, a garoinha não durou 10km e nem chegou a me molhar... afinal de contas era domingo de Páscoa, e eu não teria nenhum lugar pra comprar uma capa de chuva pelo caminho.
Comecei, então a subir o Rastro da Serpente (Estrada da Ribeira), na verdade eu já havia começado no dia anterior, mas era a partir de Tunas que o trecho mais gostoso da estrada começaria.
Devo dizer que a estrada superou minhas expectativas. Pelas descrições e relatos (eu encarei só de teimoso) eu imaginaria uma estrada cheia de curvas travadas como Juquiá, sem nada de interessante para ver pelo caminho, mas não foi o que encontrei.
Acrescento ainda o seguinte: o Rastro da Serpente é uma estrada muito bonita. Nem de longe lembra a serra de Juquiá. E as curvas não são tão travadas como as da Serra do Rio do Rastro, por exemplo. Trata-se de uma região com grande potencial turístico, existem trechos com visuais incríveis, porém como não havia onde parar, não foi possível tirar fotos, então o visual ficará só na minha memória mesmo. Bem que essa estrada merece uns mirantes pelo caminho...
Algumas cenas da subida do Rastro da Serpente:
Em aproximadamente uma hora e meia (por volta de 11:30) eu chegava a Apiaí. Quase não cheguei, pois não quis abastecer no posto Straub, e por pouco não tive pane seca a 4km de Apiaí. Nesse trecho, a bomba de gasolina já não conseguia mais puxar combustível nas curvas kkkk. Estava literalmente "só no vapor".
Logo que encostei no posto na entrada da cidade, uma família em um carro veio puxar papo (o gurizinho deles é doido por moto). Esse papo foi útil, pois me deu uma informação importante,que aquele posto onde eu estava não era o único da cidade, e que tem outro onde os motoqueiros costumam se reunir. kkk. Como eu não tava confiando muito naquele posto "sem bandeira", mandei botar só "dérreau" , usei o banheiro do posto e segui para o centro da cidade. Mas antes disso, tive uma chance de me emocionar, pois no rádio do posto tocava uma música caipira de raiz que eu não ouvia há mais de 30 anos (e eu nunca tinha ouvido gravada, só em cantoria de viagem), "Lampião de Gás". A música do lampião de gás muitas saudades me traz...
O posto na entrada de Apiaí. Não é o que os motoqueiros geralmente se reúnem, mas a moto tava funcionando só no cheiro...
Por sorte o posto dos motoqueiros (como sempre cheio de adesivos de MCs e MGs) era um BR. Então lá completei o tanque e tomei um café cortesia. Comprei um patch e um pin da BR 476 de lembrança, tinha também o certificado da estrada, mas não peguei este. Como eu estava subindo a estrada, pegaria o certificado em Capão Bonito (quem dera!).
Este sim é o posto onde os motoqueiros se reúnem...
Procurando a tal placa do Rastro da Serpente em Apiaí (que segundo relatos que eu havia lido era em uma praça no centro da cidade), tive a oportunidade de dar uma passeada por ela. Não achei a placa (que depois vim a saber que tinha sido movida para uma praça na própria estrada,o que é mais coerente) , e devo confessar que me arrependi de não ter seguido até lá na véspera. Apiaí, ao contrário de Tunas que é uma cidade de primeira (se engatar a segunda você passou), tem uma estrutura de comércio maior, mais opções de hotelaria. Nada contra o hotel do Straub que realmente é bem aconchegante, limpo e confortável, mas em Apiaí eu teria mais opções de escolha para comer à noite, sabe. Não teria passado o dia inteiro (almoço e janta) à base de sanduíche (o sanduíche da lanchonete do Straub, aliás, todos os lanches de lá, são muito bons, mas eu tava doido num prato de comida, tipo um bife com arroz e batata sabe?). Fora que economizaria uma hora e meia no dia seguinte.
Na primeira (ou última se você vier sentido Capão Bonito-Tunas) placa do Rastro da Serpente, em Apiaí/SP
Na primeira (ou última se você vier sentido Capão Bonito-Tunas) placa do Rastro da Serpente, em Apiaí/SP
Na primeira (ou última se você vier sentido Capão Bonito-Tunas) placa do Rastro da Serpente, em Apiaí/SP
Na primeira (ou última se você vier sentido Capão Bonito-Tunas) placa do Rastro da Serpente, em Apiaí/SP
Depois de Apiaí/SP, até Capão Bonito/SP, o asfalto piora bastante de qualidade, mas nada impossível de gerenciar. Basta ter um pouco mais de atenção e não abusar que não terá problemas. Fui de Harley-Davidson Sportster, uma das motos mais duras que existe, e não achei tãããão ruim assim.
Cheguei a Capão Bonito perto das duas da tarde, e achei o Porthal Rastro da Serpente que estava, quem diria, aberto! Em pleno domingo de Páscoa! Como geralmente nesse dia mesmo os motoqueirociclistas estão com suas famílias, eu era o único cliente. Tomei uma coca-cola com gelo e limão, e enquanto era apresentado ao lugar pelo barman Levi (não sei se ele é sócio da casa ou apenas funcionário) que documentou toda a minha visita, eu vi: capas de chuva!!!!!! Capas caras, é verdade (são daquelas de nylon mais compactas, não as de motoboy como a Pantaneiro que perdi), mas como não tinha outra opção, e ainda tinha uns 400km até Ribeirão Preto, paguei os 160 mangos da capa e comprei. Ainda comprei uma camiseta de "souvenir" do Porthal (eu gosto de colecionar camiseta, pois é uma lembrança que você também usa, não fica só ocupando espaço). O certificado? Só em Apiaí!!!! :(
O "Porthal Rastro da Serpente", em Capão Bonito/SP
O "Porthal Rastro da Serpente", em Capão Bonito/SP
O "Porthal Rastro da Serpente", em Capão Bonito/SP
O "Porthal Rastro da Serpente", em Capão Bonito/SP
Sobre a suposta "dificuldade" do Rastro da Serpente, é uma estrada que exige, acima de tudo, respeito de quem pilota. Respeite a estrada e ela o respeitará. Exige alguma perícia técnica mínima, mas eu diria que é mais fácil que Juquiá (eu me considero um "principiante cagão em curvas" e me diverti mu?ito na estrada). As curvas são, também, menos travadas que as da Serra do Rio do Rastro.
Eu diria que as dificuldades (ou o desafio) do Rastro da Serpente estão mais em dois fatores:
1 - a resistência de quem pilota, afinal de contas são 200 e poucos quilômetros de curvas. Não recomendado para fazer com garupa, principalmente se sua garupa enjoa fácil;
2 - A qualidade do asfalto, especificamente no trecho entre Apiaí/SP e Capão Bonito/SP onde há grande tráfego de caminhões das fábricas de cimento da região durante a semana (todo o resto está um tapete, com elogios ao trecho paranaense que sempre foi criticado nos relatos que vi).
Embora tivesse um restaurante até decente ao lado do Porthal, eu optei por não almoçar lá. Preferi seguir viagem e otimizar meu tempo na base dos lanches.
Não sei por que, mas eu fiquei com a impressão, durante o trajeto, que andei errando o caminho. Devo ter perdido alguma saída quando estava passando por Sorocaba, sei que fui sair na Bandeirantes só em Limeira, sem passar por Piracicaba e Tatuí como eu previa. Devo ter perdido uns bons quilômetros e pelo menos uma hora nessa volta desnecessária que fiz pela Raposo Tavares. Meu, chegou uma hora que eu comecei a achar que ia chegar em São Paulo... kkkkkkkk
Na Raposo Tavares. Estava perdido? Sinceramente, não sabia... kkk
Na Raposo Tavares. Estava perdido? Sinceramente, não sabia... kkk
Na Raposo Tavares. Estava perdido? Sinceramente, não sabia... kkk
Ah, antes de chegar à Bandeirantes, os 160 reais gastos na capa (basta lembrar que era domingo de páscoa, então não teria opção de comprar nada mais barato em outro lugar...) mostraram seu valor. Parei sob uma ponte para vestir a capa, outros motoqueiros (sem capa) parados, um deles um cara numa esportiva, com macacão de couro (que se molhar nunca mais consegue tirar), e uma viatura da Polícia Rodoviária de SP também ali... kkkk
Parando pra vestir a (recém comprada) capa de chuva
Aguaceiro no caminho para a Rodovia dos Bandeirantes
O guardinha puxou papo comigo, ficou batendo papo comigo até a hora que eu montei na moto e segui viagem naquele aguaceiro.
Peguei a Bandeirantes já no final da tarde, mas como não estava exatamente cansado (e o sistema Anhanguera-Bandeirantes é uma das poucas rodovias nas quais eu rodo à noite sem preocupação) segui viagem até Ribeirão. Não tirei a capa de chuva em nenhum momento, pois como estava fazendo um friozinho leve mas chato aquele dia (lembrando que eu ainda estava com o forro na jaqueta de couro) a capa ajudou a manter-me aquecido.
Na Rodovia dos Bandeirantes
Um belo fim de tarde na Adalberto Panzan (Acesso Bandeirantes-Anhanguera).
Acessando a Via Anhanguera
Cheguei a Ribeirão Preto por volta das 19:00h, sendo que meu objetivo para o dia era arrumar um hotel no Centro, o mais próximo possível do bar Pinguim (tá, baita programa de turista, eu sei). Fiquei no Monreale Hotel (antigo Vila Real), a 100 metros do bar. Subi com minha bagagem, deixei a moto no estacionamento, e fui celebrar a "missão cumprida" por volta das 21:00h. Tomei três chopes (sim, só isso), jantei e voltei ao hotel para uma merecida noite de sono.
Missão do dia cumprida!
Eu mereço!!!!
Saúde!
Amanhã, o último dia. Daqui de Ribeirão, só paro quando chegar em casa.
Dias 25 - 06/abril
A volta pra casa...
Origem: Ribeirão Preto/SP
Destino: Guará II, Brasília/DF
Dormi bem, acordando, totalmente restaurado, por volta das 7:15 da manhã. Levantei, tomei um banho, liguei o laptop para pagar algumas contas que venciam no dia e baixar as fotos e vídeos do dia anterior para limpar o cartão de memória da GoPro, e fui tomar meu café da manhã. Regressando, arrumei minhas coisas e fiz o check-out do hotel por volta das 9 e meia da manhã.
Peguei minha moto no estacionamento, e comecei a arrumar a bagagem, sendo observado pelos transeuntes curiosos que ali passavam, um ou outro perguntava algo, e tive até que ouvir uma história triste de um tiozinho que perdeu o filho de 21 anos num acidente de moto há alguns anos (sendo que o tiozinho era bem insistente em contar sua história).
Deixando o Monreale Hotel, no centro de Ribeirão Preto/SP
Por volta das 10 eu já estava com tudo arrumado, e resolvi parar na H-D Ribeirão para comprar uma camiseta (kkk). Errei o caminho e perdi um puta tempo pra achar a loja (eu tinha passado por ela na noite anterior), em conseqüência só consegui sair da cidade por volta de 11:30 da manhã.
Paradinha estratégica na H-D Ribeirão Preto
Paradinha estratégica na H-D Ribeirão Preto
Paradinha estratégica na H-D Ribeirão Preto
Peguei a via Anhanguera e fui embora.
Primeira placa indicando a distância até Brasília
Procurei parar só o mínimo necessário ("xixi, café, chiclé" e gasolina), tendo feito paradas em Ribeirão Preto (kkkk entrou na reserva logo que saí da cidade, eu achava que dava pra rodar mais um pouco), Uberaba/MG (curiosidade: em 200 metros sob chuva - entre o começo da chuva e a cobertura do posto de gasolina - me molhei mais que em outras chuvas que peguei durante quilômetros e quilômetros - vesti a capa e tirei ela fora em Araguari pois vi que não pegaria mais chuva), Araguari/MG, Catalão/GO e Cristalina/GO. Eu até quis almoçar em Araguari, no Posto Brasileirão (onde já parei várias vezes), mas o restaurante fechou, apenas o posto de gasolina (recentemente reformado) está funcionando. Tirei até algumas fotos na frente do restaurante abandonado. Meu almoço acabou sendo um empadão goiano em Catalão/GO perto das 4 da tarde.
Restaurante do Posto Brasileirão, em Araguari/MG, abandonado. Parece que as obras pararam há um booom tempo...
Meu almoço: Empadão goiano às 3 e meia da tarde, em Catalão/GO
Não há muito o que dizer. Os pedágios do trecho de MG e GO da BR-050 estão em fase de testes, e começarão a cobrar no dia 12/04. Ah, motos também pagarão pedágio, como ocorre na BR-101 (SC) e BR-116 (PR/SP). Como é uma estrada que eu já conheço e cansei de passar, não fiquei prestando muita atenção nas coisas em volta, me concentrei na pilotagem e em chegar logo em casa.
Exceto, talvez, o fim de tarde, que estava muito bonito, e pediu fotos.
Próximo ao "Templo da Ciência", em algum lugar perto de Cristalina/GO
Próximo ao "Templo da Ciência", em algum lugar perto de Cristalina/GO
Próximo ao "Templo da Ciência", em algum lugar perto de Cristalina/GO
Próximo ao "Templo da Ciência", em algum lugar perto de Cristalina/GO
Os fins de tarde aqui no cerrado são realmente belíssimos
Selfie da minha própria sombra
Na última parada, em Cristalina/GO, já estava quase caindo a noite. Sabia que o último trecho (aproximadamente 140km até a porta de casa) seria quase todo (uns 100km) de pista de mão dupla e não tão bem sinalizada quanto outras estradas que trafeguei à noite. Mas já estava tão perto de casa, e sabia que o asfalto é bom, fui assim mesmo.
Um cafezinho pra aguentar o trecho final...
Nesse trecho eu baixei BEM a velocidade (em comparação aos trechos anteriores), por causa da noite. Devo confessar que já passei ali de carro inúmeras vezes, e umas quatro vezes de moto, mas de moto e à noite foi a primeira vez. Em alguns trechos dessa parte da estrada, você não vê qualquer visão de iluminação pública, é só você, o seu farol (e dos outros veículos) e o céu. E, meu... que céu!!!!!! De carro nunca havia notado as estrelas naquela parte da estrada em que não tem iluminação urbana para "atrapalhar", mas de moto você consegue ver. Confesso que se não fosse o alto risco de atropelamento, eu pararia a moto no acostamento, apagaria todas as luzes e ficaria ali parado alguns minutos admirando aquele belíssimo céu limpo e estrelado. Me contentei em olhar através da viseira do capacete, dando algumas olhadas para o alto de vez em quando.
Por volta de 19:45, eu adentrava no Distrito Federal, e com o término da rodovia sob concessão, começou a buraqueira. Em toda a viagem, tanto na ida quanto na volta, o pior asfalto é o do Distrito Federal. Nem mesmo o trecho de Apiaí-Capão Bonito consegue ser tão ruim. Acho que a único piso mais chato de trafegar foram as ruas de paralelepípedos em Bombinhas... porque até os trechos de calçamento em blocos de Florianópolis eram melhores.
Às 20:20, depois de 735km, 9 horas depois da minha saída da cidade de Ribeirão Preto, eu estacionava a moto na minha vaga de garagem de casa. Missão cumprida. Viagem concluída. Sonho(s) realizado(s). Valeu cada quilômetro, cada experiência, cada perrengue, cada minuto de sofrimento foi compensado por muitos outros de alegria. É uma experiência que nunca mais sairá da minha memória.
Às 20:20, estava finalmente em casa
Deixei toda a bagagem lá (levei só a mala tanque) e subi, para matar as saudades da minha mulher (que eu não via há apenas três dias, mas parecia muuuuuito mais tempo), avisar as pessoas que aguardavam notícias , familiares e amigos (obrigado aos amigos do grupo de apoio do WhatsApp, Luiz Fernando "Luigi", Leandro e Andréia do fórum M@D, PauloRF, Bruno "Under", Fabiano "County Sheriff", Alex "420Rider" e Ricardo "Ryaga" do Fórum HD).
Balanço geral da viagem:
Km na saída: 23175
Km na chegada: 28550
Km total rodados: 5375
Horas em cima da moto (medidas no painel, marcador zerado na saída): 84,9
Cidades visitadas:
- Brasília/DF (casa)
- Cristalina/GO (para sacar dinheiro no banco)
- Leme/SP (pernoite na casa do Ricardo "Ryaga")
- Sorocaba/SP (de passagem pela cidade rumo Juquiá);
- Tapiraí/SP (de passagem rumo Juquiá);
- Juquiá/SP (de passagem rumo Registro);
- Registro/SP (pernoite no Lito Palace Hotel);
- Florianópolis/SC (alguns dias na cidade);
- Porto Belo/SC (de passagem rumo Bombinhas);
- Bombinhas/SC (alguns dias na cidade);
- Balneário Camboriú/SC (passeio);
- Itapema/SC (de passagem rumo Balneário-Bombinhas pra fugir do pedágio kkkk)
- Curitiba/PR (de passagem rumo a Tunas do Paraná, me perdi kkkk)
- Colombo/PR (de passagem rumo a Tunas do Paraná)
- Tunas do Paraná/PR (pernoite);
- Adrianópolis/PR (de passagem rumo a Capão Bonito/SP);
- Ribeira/SP (de passagem rumo a Capão Bonito/SP);
- Apiaí/SP (de passagem rumo a Capão Bonito/SP);
- Guapiara/SP (de passagem rumo a Capão Bonito/SP);
- Capão Bonito/SP (parada no Porthal Rastro da Serpente);
- Ribeirão Preto/SP (pernoite no Monreale Hotel, rumo Brasília);
- Brasília/DF (de volta para casa)
Problemas mecânicos/elétricos/whatever: Apenas o varão do comando avançado do câmbio que se soltou em Urubici/SC. Amarrei com arame e vim assim até Brasília. Ainda não arrumei. [kaka]
Impressões da minha primeira viagem de moto: Inesquecível. Mal posso esperar para fazer a próxima (se é que terei chance de fazer outra kkkk). Aprendi a relaxar mais com a programação, não ser tão rígido. Comecei com a idéia de registrar tudo, cada despesa, cada abastecimento, cada consumo médio (tinha até preparado uma planilha pra isso), mas já antes do terceiro dia larguei mão dessa paranóia e "deixei rolar naturalmente".
Combustível: A mudança de proporção de álcool na gasolina de 25 para 27% aconteceu durante a minha viagem. A diferença no consumo foi perceptível, da ordem de 10%.
Pedágios: Nas rodovias estaduais em que passei em SP (Anhanguera/Bandeirantes, Raposo Tavares, Santos Dumont e seus demais nomes entre Campinas e Sorocaba), moto não paga. No trecho paulistano da BR-116, pedágio a R$ 1,00. No trecho paranaense da BR-116, pedágio a R$ 0,95, mesmo preço dos trechos paranaense e catarinense da BR-101. Em Bombinhas, pedágio urbano (tarifa ambiental para visitantes) para motos é, se não me engano, R$ 2,34 por cada dia que você passa pelo ponto de fiscalização (pode passar dez vezes num dia e pagar uma só vez, se passar só duas vezes, uma na entrada, e outra na saída depois de dez dias, paga só duas vezes). No trecho da CCR MGO (BR-050 MG e Goiás), a cobrança de pedágio para motos vai começar agora dia 12/04, e se não me engano a tarifa é de R$ 2,60 (!), são várias praças entre Cristalina e Uberaba (umas quatro ou cinco).
O que planejei fazer e não fiz:
- Esticar até o Rio Grande do Sul (não cheguei nem na divisa dos estados de SC e RS);
- Mergulhar na praia da sepultura em Bombinhas (não tive tempo, sempre faço isso quando vou lá);
- Conhecer Governador Celso Ramos, em SC;
- Ir a Blumenau e Pomerode em busca do apfelstrudel perdido (é uma piada interna da família);
- visitar os amigos do fórum M@D que não via há longa data;
- Ir até a Baixada Santista (o que acabou sendo uma boa pois o meu período de retorno coincidiu com o incêndio da refinaria, tem quem diga que o ar da cidade ficou quase irrespirável);
Sonhos REALIZADOS (itens que já posso riscar da minha "Bucket List"):
- Fazer uma viagem legal de moto (pelo menos 1000km de distância de casa, rodei ao todo 5375km em 25 dias, tá valendo kkkk);
- Ir a Santa Catarina de moto e visitar meus primos;
- Ir à praia na minha própria moto (a mais próxima de Brasília está a 1100km);
- Ir até meu Estado natal de moto (São Paulo);
- Serra do Rio do Rastro, de moto (bônus extra: voltar lá levando a minha mulher, não foi planejado e não tem preço);
- Rastro da Serpente, de moto;
Curiosidades diversas:
1 - Na semana seguinte do perrengue de Juquiá, quando minha mulher está comigo em Florianópolis, estamos assistindo ao Diário do Olivier na GNT (nesta temporada ele está "viajando" de moto pelas serras brasileiras), e ele tinha passado justamente por Tapiraí (destino Iguape). Quando estou voltando, posto minha foto no Porthal Rastro da Serpente via Facebook e minha mulher comenta "que legal!! vai fazer esse roteiro?" . Achei aquilo estranho pra caramba (minha mulher achando legal que eu vá fazer uma rota com nome tão "sugestivo" e da qual ela provavelmente nunca ouviu falar? em situação normal ela entraria em pânico e diria palavras como "por favor tome cuidado", nunca "que legal!" - se bem que ela adorou a SRR). Depois vim a descobrir que no Diário do Olivier exibido naquela semana o Olivier Anquier tinha feito aquele trajeto até Ribeirão Grande. Como a gente é bastante fã do cara... coincidências legais.
2 - A Harley como "quebra-gelo". Véi, na boa. Boa parte do pessoal que eu conheci durante a viagem também andava de H-D. O pessoal do FórumHD que eu encontrei mesmo, galera sangue bom pra caramba (um me hospedou em sua casa, outros eu conheci lá), eu não teria tido a oportunidade de conhecer se estivesse em outro tipo de moto (até porque não acessaria o fórum). Tá certo que estou em débito com os amigos do fórum M@D, já que acabei desencontrando de todos na viagem (o casal Leandro e Andréia, de Jaguaruna/SC, o Robson e o Kalixto, em Joinville, o Hugo "HAZ", que já morou aqui em Brasília e não vejo há anos e está morando em Florianópolis), mas isso foi apenas coincidência (e todos eu já conhecia pessoalmente de outras oportunidades no passado). Aliás, o povinho mais metido com quem dei de cara na viagem era uma panelinha que só andava em uma custom japonesa de um modelo que não vou falar. Povinho mal educado do caralho, não quiseram nem me dar informação, fecharam a cara pra mim, isso porque se dizem "motogrupo", VSF. Acho que eles só iriam falar comigo se eu também tivesse naquele exato modelo de genérica da Harley, nem se eu tivesse numa custom japonesa de outro modelo eles se dignariam a serem cordiais [kaka] Mas posso dizer com certeza, essa viagem eu tinha que fazer de Harley, se estivesse em outra moto, seria algo totalmente diferente do que foi.
3 - A moto (de qualquer modelo) como "quebra-gelo". Viajar de moto atiça demais a curiosidade das pessoas em volta, principalmente aquelas que não andam de moto. As pessoas SEMPRE vinham me perguntar de onde eu era, e, principalmente lá no sul, se assustavam quando eu dizia que tinha vindo de Brasília, 1700km dali. Se bem que até em Ribeirão Preto (730km daqui de casa) se assustaram quando eu disse que era de Brasília.
4 - Do que senti falta? Do ronco do escapamento [kaka] pois coloquei o original pra não viajar com aquela zoada na orelha. Talvez teria chegado surdo ou maluco em SC mas seria muito mais divertido... kkkk (o pior é que eu me acostumei com a moto silenciosa)
De resto, o que dizer, valeu TOTALMENTE a pena. [legal]
Agradecimentos:
1 - Primeiro à minha mulher, sem que ela autorizasse [kaka] a viagem nunca teria acontecido kkkkk
2 - Aos amigos do M@D e Fórum HD que compuseram o grupo de apoio à viagem no Whatsapp: M@D: Andréa, Leandro, Luigi; Fórum HD: Fabiano "County Sheriff", Ricardo "Ryaga", PauloRF, Bruno "Under", Alex Marques "420Rider";
3 - Aos amigos que me hospedaram ("Ryaga" e família) ou se propuseram a tanto (Leandro e Andréa);
4 - Aos amigos que me receberam muito bem para tomar uma gelada em sua cidade, os "Lixões Harleyros" de Floripa, e aos que se propuseram a me receber com o mesmo propósito (Robson e Kalixto, do M@D);
5 - A todos que se dispuseram a acompanhar, deram algum tipo de dica ou orientação, sugestão de roteiro, de passeio, de hospedagem, ou apenas comentando e incentivando, meu obrigado.
6 - A todos os novos amigos que fiz nessa viagem, meu muito obrigado!
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