domingo, 29 de setembro de 2019

Viagem Brasília-Buenos Aires (volta) - 16º Dia (12/04/2019)

Décimo-segundo dia - Explorando Colonia (12/04/2019)


Hoje (novamente) deixamos a moto descansar no hotel e pegamos um remis rumo ao centro antigo, para explorar a (charmosíssima, devo dizer) cidade de Colonia del Sacramento.

Antes de mostrar um pouco da cidade, vamos lembrar um pouquinho de História. 

Como se lembram, o Brasil era uma colônia portuguesa. Tivemos nossa independência em 7 de setembro de 1822. Agora, o que pouca gente se lembra, é que a banda oriental do Uruguai já foi parte do Brasil. A região, de domínio português, tinha o nome de Província Cisplatina, cuja primeira cidade foi a Colónia do Santíssimo Sacramento, fundada em 1680. De fato, Colônia era considerada praticamente a "capital" do território português do que hoje é o Uruguai, enquanto que Montevideo (fundada em 1725), era a capital do território espanhol.

Quase três anos depois de nossa independência, mais especificamente no dia 25 de agosto de 1825, os uruguaios, com apoio de tropas argentinas, expulsaram os brasileiros e portugueses de seu território, declarando a independência da Republica Oriental del Uruguay

Voltando ao período de domínio luso-brasileiro na banda oriental do Uruguai (mais notadamente em Colónia), o estabelecimento português na Colônia do Sacramento — situada em frente a Buenos Aires — rapidamente converteu-se em um importante centro comercial; ali, os portugueses conduziam mercadorias contrabandeadas provenientes do Rio de Janeiro, especialmente açúcar, aguardente, tabaco e escravos, que eram trocados pelo charque e pela prata proveniente do Peru.

Essa importância comercial da cidade de Colónia do Sacramento para os portugueses explica a grande influência cultural/histórica/arquitetônica lusitana na cidade, que possui muitas construções históricas decoradas com azulejos (arte tipicamente portuguesa) e até mesmo um "Museu do Azulejo". Artesanatos de azulejaria são uma lembrancinha comum da cidade.

Nos dias atuais, a área turística de Colonia é dividida em duas regiões principais: o centro histórico (la ciudadela) e o centro "nuevo", área mais moderna da cidade onde ficam concentrados os cassinos, residências e hotéis. Há ainda a Intendencia (município) de Real de San Carlos, mais ao norte, que é conurbada com Colonia e pode ser visitada seguindo a Rambla. Há ainda os bairros de Los Nogales e Balneario Ferrando, que não visitamos.



Esta avenida , a General Flores, praticamente "divide" Colonia entre o Centro Histórico e o Centro "novo"

Iniciamos nosso passeio do Centro Histórico pela muralha da cidadela. Infelizmente não foi possível passar pela ponte e pelo "Portão de Armas" pois estavam em obras.



De lá, segue-se para a Praça 25 de Maio, passando pela Calle de los Suspiros.


Há várias lendas sobre a origem do nome da rua. As duas mais famosas dizem respeito: 1 - ao fato que condenados à morte passavam por essa rua antes de serem enforcados e jogados ao mar,sendo a rua onde eles davam seus "últimos suspiros"; 2 - outra lenda diz que nessa rua funcionavam bordéis, e como era uma cidade portuária, os marinheiros "suspiravam" pelas moças da noite.

Na Praça 25 de maio fica o Farol de Colonia, pode-se pagar para subir suas escadarias mas optamos por não fazê-lo.


Seguimos pela margem do rio, passando pelo Yacht Club e o píer.


Voltamos à Praça 25 de Maio passando pela Basílica do Santíssimo Sacramento. De lá, paramos em um café para comer empanadas e tomar uma (sensacional) cerveja artesanal local (Maltik Blonde Ale).


Na hora de pagar a conta, uma surpresa. O estabelecimento era novo (inaugurado há menos de dez dias!) e ainda não tinha máquina de cartão. Tive que ficar lá esperando enquanto Clarissa corria até a casa de câmbio mais próxima para trocar uns reais por pesos uruguaios.



Vista da Plaza 25 de Mayo

Enquanto esperava, tomei mais umas cervejinhas  he he he (incluindo uma Carlsberg que há anos não tomava já que não vendem mais no Brasil). As empanadas (excelentes, aliás) foram nosso almoço do dia.


Paga a conta, pegamos o remis de volta ao hotel. Descemos uns 300 metros antes, pois estava ocorrendo uma prova de ciclismo, uma etapa da Volta del Uruguay. Assistimos um pouco da corrida e concluímos o passeio do dia.

Chegando ao hotel, um monte de motocicletas no estacionamento! Os policiais que estavam fazendo a segurança da prova estavam todos hospedados lá.



À noite, saímos para jantar em um restaurantezinho que não recordo o nome (eu havia escrito esse relato, bem como o do dia anterior, no dia seguinte, mas perdi o rascunho e tive que fazer tudo de novo mais de um mês depois - por sorte o resto dos relatos da viagem feitos "mais em tempo real" não foram perdidos - só os do 15º e 16º dia estão pecando nos detalhes).

Algumas fotos 360 graus desse dia:



Para o 17º dia, o destino é Punta del Este.




Viagem Brasília-Buenos Aires (volta) - 15º Dia (11/04/2019)

Décimo-quinto dia. Deixando Buenos Aires depois de um susto (11/04/2019)


Nossa passagem de Buquebus rumo a Colonia del Sacramento estava marcada para as 11 da manhã. Sabendo do inferno que é o trânsito de Buenos Aires (especialmente na região do Puerto Madero), achamos por bem sair mais cedo para evitar atrasos.




Iniciamos nossa "operação de guerra" para fazer o check-out do apartamento alugado via AirBnB, já que a proprietária não poderia pegar a chave pessoalmente:



  1. Descer com a bagagem
  2. Acomodar a bagagem na moto
  3. Tirar a moto da garagem pelo elevador (necessário o controle remoto junto com a chave)
  4. Abrir a portaria e DEIXAR ABERTA (mesmo por dentro só abre com a chave)
  5. Voltar ao sétimo andar, abrir o apartamento, colocar a chave sobre o balcão e bater a porta
  6. Sair e fechar a portaria
Enquanto esperava minha esposa subir com a chave e voltar, aproveitei pra fazer umas fotinhas das redondezas do apartamento:


Havia chovido a noite inteira (e estava uma garoinha bem insistente), e devo dizer: o asfalto portenho é EXTREMAMENTE escorregadio. Chega a ser pior que o asfalto de Brasília nas primeiras chuvas do ano (quando todo o óleo e terra acumulados durante os seis meses de seca viram um verdadeiro sabão), então a cada parada com a moto eu tinha a sensação nítida que meu pé ia escorregar e iríamos eu, minha esposa e a moto pro chão.

Numa dessas, quando estavamos perto da Av. Nove de Julho, eu todo atrapalhado naquele "anda e para" do trânsito portenho, com a moto esquentando absurdo no meio das minhas pernas, sem conseguir firmar o pé direito (pois a sola da bota não dava aderência naquele sabão), na hora em que estou saindo (devagar pra não cair)... paf!

Um taxista afobadinho acerta a traseira da moto. 

Sério, acho que o pânico da hora me fez conseguir TRAVAR A BOTA no chão para que não caíssemos. Não sei como , mas não escorreguei e não caímos. 

Encostei uns 30 metros mais à frente para conferir os danos (aparentemente nenhum - mas depois de alguns dias descobri que meu pára-lamas traseiro amassou na pancada) fiquei olhando feio pro taxista mandando ele embora e dizendo pra ele se f*der (e vendo o capô do Siena dele totalmente afundado pelo suporte do tour-pak) e fui embora. "Cada um paga o seu" né?

(em tempo: mesmo com esse "incidente" e um pouquinho de prejuízo descoberto alguns dias depois, ainda acho que valeu à pena atravessar de moto pra Bs As - eu queria fazer isso, de atravessar no Buque com minha própria moto, então fiz! tá valendo!). 

Recuperados do susto, passamos em frente ao Obelisco no caminho para o Puerto Madero, e finalmente chegamos ao terminal do Buquebus.


Fizemos um lanche rápido (últimas medialunas de Buenos Aires), e os trâmites de embarque/aduana. Voltei para a área de veículos enquanto Clarissa seguiu para o embarque de passageiros.


E logo estávamos no Buquebus "Atlantic", mais antigo que o "Francisco Papa" mas com uma estrutura diferente, rumo a Colonia. Aguardei amarrarem direito a moto no piso do ferry-boat...


... e subi para a área de passageiros, de onde nos despedimos da Argentina. 


Chegamos a Colonia por volta de 13:00, e nos preparamos para sair logo do Buque e seguir para o hotel. 


Ficamos no Costa Colonia, o mesmo hotel em que fiquei na minha estada "sozinho" há alguns dias. Só que dessa vez peguei um quarto com vista (a seguir uma imagem já do final da tarde). 



Segue aqui o vídeo do passeio do dia, com direito ao registro do "empurrão" do taxista. (Não se esqueça, os vídeos são em 360 graus, então você pode girar a câmera à vontade, e por isso mesmo é melhor visto em tela cheia):



Checando no TripAdvisor, vimos alguns bons restaurantes na cidade e chamamos o remis. Perguntando ao motorista, dentre os três restaurantes indicados qual seria o melhor deles, ele foi taxativo: "vão ao Charco Bistro que não se arrependerão, é de longe o melhor". De fato, posso dizer que o Charco Bistro está entre os melhores (se não o melhor) restaurantes em que comemos durante toda a viagem. O restaurante fica dentro de uma pousada na área histórica de Colonia, com vista para o Rio da Prata. O cardápio é sensacional, a carta de vinhos idem (tomamos um vinho Tannat da própria região).

Dizem que o "Uruguai é caro". Não acho. Talvez seja meu referencial distorcido por morar em Brasília (cidade BEM cara), sei lá. Claro, Buenos Aires é muito mais em conta, mas daí a dizer que o Uruguai é caro? Não, eu diria "menos barato". 

Nosso almoço, composto por entrada (cubierto, o couvert deles, para dois), dois pratos individuais (uma bondiola de cerdo - paleta suína - para ela, eu pedi um carré de cordeiro, ambos com acompanhamentos sensacionais), mais um vinho excelente (não era dos mais baratos da carta) e um tiramisú (dividido por dois) de sobremesa saiu por aproximadamente 290 reais, sem considerar o desconto de aproximadamente 18% do IVA que já vem direto na fatura do cartão. Para comparação, em qualquer restaurante de mesmo padrão aqui em Brasília, com 290 reais eu não tomaria sequer um vinho de igual qualidade (o vinho foi quase metade do valor da conta - 1200 pesos - aproximadamente 120 reais - em um vinho LOCAL é um valor BEM alto para os padrões uruguaios). E nem preciso dizer que sobrou comida (os pratos são absurdamente bem servidos), que levamos para o jantar. 

Como a manhã em Buenos Aires tinha sido cansativa e estressante, resolvemos deixar para explorar a cidade no dia seguinte. Então tirei a tarde para tentar resolver o problema da minha buzina, que já me irritava há dias com seu funcionamento intermitente e estava me deixando em apuros, não funcionando quando eu mais precisava dela. 

Peguei um remis, fui a uma tienda de auto repuestos (loja de auto-peças) , comprei uma buzina de carro e montei na moto. Deixei a corneta lá, retirei apenas o compressor da buzina a ar e liguei a buzina "temporária", decidindo por deixar pra fazer o reparo definitivo apenas após chegar em casa.


desmontando a tralha

O resto do dia foi de descanso. 

sábado, 28 de setembro de 2019

Viagem Brasília-Buenos Aires - 14º Dia (10/04/2019)

Décimo-quarto dia - Perfume, Parrilla e visita à Indian Motorcycle Argentina (10/10/2019)

Hoje pela manhã, após um  café da manhã em uma cafeteria nas redondezas do apartamento fomos até o centro da cidade (usando Uber) para passear e comprar dois perfumes (uma das únicas coisas que efetivamente compensa trazer daqui da Argentina) e algumas "Vauquitas" (mini tabletes de doce de leite, que eu adoooooooro) para levar pra casa.


Passeamos pelo Obelisco. 


Desta vez, pelo fato de termos usado a moto na cidade no dia anterior (em vez de termos sido passageiros de táxi/Uber o tempo todo como em nossa visita anterior), prestamos mais atenção na loucura que é o trânsito de Buenos Aires!!! 


Tá vendo esse ônibus aí? Ele ia jogar em cima do Logan que fechava o cruzamento se este não desse ré.

Passamos pela Suprema Corte (a pé) e de lá pegamos um táxi.


Após o passeio fomos almoçar no famoso "Don Julio Parrilla", que fica a aproximadamente 500m de nosso apartamento. Pedimos um "ojo de bife". Devo dizer que é a carne mais macia que já comi (mas, sejamos justos, a carne uruguaia é bem mais saborosa que a argentina - mesmo a carne dos argentinos sendo salgada antes de ir para a parrilla - os uruguaios assam a carne sem tempero algum - a carne uruguaia tem mais sabor, ao menos na minha opinião).


Meus planos para a tarde eram de pegar a moto e ir até San Isidro visitar a concessionária Indian (de fato, a mais próxima de minha casa já que a marca saiu do Brasil, rsrsrs), mas infelizmente o vinho consumido durante o almoço não permitiu (hahaha). Então, fui de Uber mesmo.

San Isidro é o subúrbio dos ricos mais ricos dos ricos da Argentina. Mesmo considerando que o país está em crise há anos e que veículos importados de fora do Mercosul pagam impostos absurdamente altos (uma Roadmaster zero km aqui custa 60 mil dólares, mais que o dobro do que custava no Brasil quando era oferecida em nosso mercado), há concessionárias de marcas premium diversas no município: duas concessionárias da Mercedes-Benz, uma da DS (marca premium da Citroen, que no Brasil é oferecida junto com os Citroen comuns), uma da BMW (automóveis), outra da BMW (motocicletas), Porsche, Lotus (divide espaço com a tienda da Indian)... Falando de motos, vi pelo caminho tiendas da Royal Enfield (a bicilíndrica Interceptor 650, que nem sonhamos em ver no Brasil, já está disponível aqui - vi de relance ao passar de carro), Kymco-Suzuki, Vespa, Aprilia, Honda, Yamaha, Kawasaki, Indian, até Moto Guzzi. Só não vi da Harley-Davidson , pois ficava um pouco mais à frente de nosso destino - mas sei que existe.

Concessionária Moto Guzzi/Vespa/Piaggio/Aprilia em San Isidro

Sobre a concessionária Indian: como disse anteriormente, o espaço é dividido com a revenda Lotus. Trata-se de uma loja ampla, mas com poucas opções de vestuário, basicamente somente jaquetas e coletes de couro, algumas luvas e alguns acessórios principalmente para a Scout (a moto mais vendida lá). Valeria à pena trazer uma jaqueta de couro (em torno de 400 dólares, uns 1.600 reais - essas jaquetas da marca custavam mais de 3.000 reais quando havia concessionária no Brasil), mas eu já tenho jaquetas DEMAIS e não preciso de outras... todavia como minha luva de verão usada durante a viagem já está bem velhinha (a tenho há mais de dez anos), comprei outra, dessa vez com o logo da Indian. Queria mesmo algo mais simples como uma camiseta, etc. mas não tinha.


Sobre as motos, além daquilo que já conhecia (Scout, Chief Dark Horse), tive a oportunidade de ver a (que não chegou a ser oferecida no mercado brasileiro) Chieftain 2019, vulgarmente conhecida como "Chief Glide" por sua suposta (e bem aparente em fotos) similaridade com a Street Glide da Harley-Davidson. Devo dizer, trata-se de uma moto lindíssima, e o principal: pessoalmente, qualquer sensação de similaridade com a Harley-Davidson desaparece. Trata-se de uma moto com identidade própria. O "fairing" possui vincos bem mais evidentes que os da HD e dá um charme especial à moto, assim como o assento tipo "squareback". Eu não teria uma, pois prefiro o conforto do "sofá" da minha Roadmaster (ou mesmo do banco dividido das Chieftain "Classic" que é igual ao das Chief/Springfield), mas não nego que é uma moto bem interessante.


Esta é simplesmente a concessionária Indian mais próxima da minha casa desde a saída da marca do mercado brasileiro (posto autorizado de serviço não conta) - só 3.500km de distância! rsrsrsrs


Voltamos, então, para Palermo Soho e fomos descansar. Ainda havia sobras do risotto do almoço da chegada, então apenas comprei algumas coisinhas no Carrefour Express ao lado do apartamento para completar o jantar (e para o café da manhã do dia seguinte), dois latões de Quilmes para me despedir de B.A. e fomos dormir. Amanhã pegaremos o Buque de volta ao Uruguai, mas voltaremos via  Colonia del Sacramento já que Clarissa não chegou a conhecer a bela cidade histórica.


Viagem Brasília-Buenos Aires - 13º Dia (09/04/2019)

Décimo-terceiro dia - Buenos Aires via Buquebus (09/09/2019)


Eu já estava pilhado e de pé às 5 da manhã, mas deixei minha esposa dormir. Comecei a arrumar parte da bagagem. Ela acordou (eu a acordei) às 7 (note-se, em casa geralmente é ela quem me acorda) para tomarmos nosso café e terminarmos de reorganizar as bagagens. De acordo com as instruções do bilhete, nosso Buque sairia para Buenos Aires às 11, então teríamos de estar no local com duas horas de antecedência, para os trâmites de embarque e aduana.


Conseguimos chegar ao porto por volta de 08:45, fomos de fato os primeiros a chegar para o Buque das 11. 


Nem mesmo os balcões de check-in estavam abertos... então complementamos nosso café-da-manhã com duas medialunas (que valeram à pena e estavam melhores que as do hotel que já eram ótimas) e dois cafés espresso.


Enquanto não abria o check-in, fui ajustar alguns detalhes, recalibrar a suspensão traseira da moto para rodar com garupa e bagagem (ainda não havia feito isso), etc. Fizemos os check-ins, os trâmites de imigração, e o embarque seria separado (para entrada, os passageiros dos veículos não entram junto com os condutores). Minha esposa entrou para a sala de espera e eu só a vi uma hora depois, já dentro do navio. Como já havia feito os trâmites da aduana, já me considerava como em território argentino, então colei mais uma bandeirinha na moto:


Enquanto esperava, conheci um grupo de motociclistas brasileiros, do GS22 Adventure Riders (instagram: @gs22advriders), de Santos/SP, viajando com suas esposas na garupa. 


Eles vão até o Oeste argentino (Mendoza, se não me engano). Acabei fazendo parte do stories do Instagram dos caras, e conhecendo o coxinha que eu (normalmente) sou, achei uma BAITA honra a homenagem deles.




Devo dizer, aliás, que o Buque Papa Francisco é uma das embarcações mais bonitas que já vi.

Embarcamos as motos no Buque, foram devidamente amarradas, etc e seguimos nosso caminho.


Bem antes de sair do Brasil, ouvi de vários motociclistas "Mas Bira, você nem vai viajar pela Argentina, só vai pra Buenos, andar de moto lá é horrível, ainda mais em uma moto grande como a sua, o trânsito é um inferno, o Buque é caro demais, bla bla bla, era melhor deixar no Uruguai e atravessar no Buque sem o veículo bla bla bla", Dá licença? Quando visitei (de avião) Buenos Aires há dois anos, estava no Puerto Madero e vi um grupo de motociclistas brasileiros (em suas HDs e BMWs) saindo do Buque. Coloquei aquilo em minha cabeça como sonho, então TÔ REALIZANDO, dá licença? Só gente chata bota areia nas vontades dos outros, especialmente quando essas vontades não fazem mal a ninguém, por mais "bobas" que sejam essas vontades.

Digo mais, o trânsito de Bs As REALMENTE é horrível, os motoristas portenhos não conhecem os conceitos de seta, espelho retrovisor e faixa de rolamento. Onde há espaço para colocar o carro, eles colocam. Pra completar, na saída do Puerto Madero há um monte de obras e o trânsito ali tá um inferno... para piorar mais ainda o calor voltou com força, pegamos 34 graus já em Buenos Aires, no meio do engarrafamento e com a moto bebendo mais que nunca (a média no computador de bordo subiu de 5.9 para 9,8l/100km). O calor nas minhas pernas era insuportável, assim como aquele anda-e-pára-todo.

Quer saber? Tudo é diversão. Fiz o que eu tanto queria que era atravessar o Buque com a MINHA moto, dar um rolezinho em Bs As (nem fiz a "batida" foto no Obelisco), tá valendo (até tomei uma batida na cidade, assunto mais pra frente). Foi caro? Foi cansativo Foi. E daí? VA-LEU. Ao menos para mim, já que eu sempre tive vontade de fazer isso. Programa de índio? Sem dúvida. Recomendaria fazer? Só se você, como eu, sempre teve o DESEJO de atravessar com sua moto no Buque. Se não faz tanta questão quanto eu fiz, aí sim é melhor deixar a moto em Colonia mesmo... kkkkk


Chegando ao Puerto Madero, em Buenos Aires, Argentina


Acabou que chegamos a Buenos Aires às 13:30 (o "Papa Francisco", além de ser um navio lindo, é RÁPIDO). O check-in do apartamento que reservamos no AirBNB era só às 15. Então informamos à nossa anfitriã que chegaríamos na cidade, iríamos almoçar e depois seguiríamos para o apartamento.


Em San Telmo, parada para almoço no Hierbabuena


Levamos exatamente UMA HORA do Puerto Madero até San Telmo, onde almoçamos (dos quais meia hora foi só pra sair do Puerto Madero por causa das obras), e mais 45 minutos para almoçar e outros 45 para chegar ao prédio em Palermo Soho.

A seguir, o vídeo do embarque no Buquebus e o trajeto de Puerto Madero a San Telmo, passando pelo Microcentro de Buenos Aires. O vídeo é em 360, então... assista em tela cheia, e não se esqueça que pode girar a câmera!


Voltando à hospedagem em Palermo Soho: O prédio é simples, mas tem uma lojinha do Carrefour Express do lado (pouca coisa maior que um típico kiosko portenho) e garagem. E, assim como no hotel de Montevideo, a garagem também tem acesso por elevador, he he he. Isso tá sendo um lado bem divertido da viagem já que não é algo que vemos em Brasília (e já ficamos em DOIS locais assim). O apartamento da Carolina (link do AirBnB), nossa anfitriã, é muito bem arrumado, ela fornece toalhas, sabonetes e tudo o necessário para os visitantes. Tem Wi-fi, TV com cabo e Netflix, etc. Totalmente recomendo.



Fachada do prédio, em Palermo Soho

Ficaremos duas noites em Buenos Aires, devo dar uma de teimoso para sair amanhã só para visitar a concessionária da Indian e voltar pro apartamento. Está a 15km daqui,e agora, seis da tarde (enquanto escrevo este) está dando 1h de trânsito, mas como devo pegar contrafluxo de trânsito pela manhã acho que vale tentar. Se for inviável ir de moto, vou de Uber mesmo.

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