segunda-feira, 15 de julho de 2019

Viagem Brasília-Buenos Aires - 1º dia (28/03/2019)

Vamos então começar a série dos relatos da viagem.




Primeiro dia - cobrir distância e nada mais (28/03/2019)


Saí de casa, em Brasília, às 6h da manhã do dia 28/03, uma quinta feira. Temperatura de 14 graus e piso molhado da chuva da noite anterior. Como achei que a chuva já tinha ido embora, nem vesti a capa, achando que a proteção do fairing da moto seria suficiente (como era no dia-a-dia). Que engano!

Vídeo da saída do meu bairro até pouco depois da divisa com o Estado de Goiás (360º)


Logo depois que passei o Núcleo Bandeirante (menos de 5 km da minha casa) começou uma garoinha fina que foi engrossando. Passei a divisa DF-GO ainda "razoavelmente seco" mas em Cidade Ocidental/GO a chuva começou a engrossar. Como é uma região um tanto quanto perigosa e ainda não havia amanhecido o dia, fui assim mesmo. Parei apenas um pouco depois de Luziânia/GO, rodando 70km sem vestir capa de chuva. Ok, não estava ensopado como estaria em uma moto sem carenagem, mas estava molhado (risos). Vesti a capa e segui viagem, até pouco depois de Cristalina (aproximadamente 140km de casa) sob forte chuva.

Primeira parada do dia - um pouco depois de Luziânia/GO, para finalmente vestir a capa de chuva

Daí pra frente, o piso estava seco e peguei tempo ensolarado até Sorocaba.

A viagem correu praticamente sem incidentes. O primeiro abastecimento foi em Campo Alegre/GO (como dei uma boa "acelerada"em um trecho de reta após Cristalina acabei gastando mais combustível que o previsto então não deu pra parar em Catalão/GO como eram meus planos). Aproveitei a parada para comer um pão de queijo e um café.

Depois de Catalão/GO a temperatura começou a aumentar. Foi necessário andar por alguns trechos com a queixeira do capacete aberta para dar um um refresco. 

Parada para café, gasolina e lanche no Posto Décio, em Uberlândia/MG

E foi numa dessas, já entre Uberlândia/MG (onde parei para o segundo abastecimento e uma coxinha e café no Posto Décio - uma das melhores coxinhas de beira de estrada que já comi!!!) e Uberaba/MG que eu QUASE me lasquei.

Coxinha do posto Décio - Sensacional


Eu estava andando com a queixeira aberta em alguns trechos por causa do calor insuportável e resolvi fechar. DOIS MINUTOS DEPOIS, atropelei um enxame INTEIRO de ABELHAS. Tinha abelha estourada por toda a frente e parabrisa da moto, algumas vivas andando sobre minha perna... e como eu estava com a jaqueta semiaberta por causa do calor, minha neura é: será que alguma entrou na minha roupa e vai me ferroar? (imagine se eu estivesse em uma moto sem pára-brisas/carenagem?).

Parei no primeiro posto que achei (uns 10km depois, mas parecia uma eternidade!!!), tirei a jaqueta e o capacete, bati BASTANTE a jaqueta (e enquanto isso as abelhinhas mortas na frente da moto atraíam OUTRAS abelhas) e verifiquei umas vezes o interior do capacete pra ver se tinha alguma dentro (algo que já aconteceu comigo uma vez em um passeio e por sorte não fui ferroado). Lavei a frente da moto e segui viagem. Só nessa parada de "checagem de abelha" perdi uns preciosos 20 minutos.

Certificado que estava livre do risco de ferroadas (e me sentindo culpado por ter contribuído diretamente ao processo de extinção das abelhas), segui viagem. Entrei no Estado de São Paulo por volta de 13h, então resolvi que dado o avançado da hora (e o sol/calor de rachar) não ia parar pra fazer minha tradicional foto na frente de uma placa da Via Anhanguera. Segui até Ribeirão Preto/SP, onde parei no Posto Martineli para o terceiro abastecimento do dia e tomar uma coca-cola BEM gelada e comer um sanduíche (que foi meu almoço do dia). Dizem que a fome é o melhor tempero né? Já eram 14h30 (no meu dia-a-dia estou acostumado a almoçar antes de meio-dia) então (ao menos aparentemente) aquele bauru de carne no pão monstro tava bom pra caramba!!!!

Bauru de carne do Posto Martineli, em Ribeirão Preto/SP

De Ribeirão segui direto até Limeira, onde parei no Graal Topázio para o último abastecimento do dia mas, principalmente, para encontrar meu amigo João, que tem uma  Harley-Porsche-Davidson V-Rod (e conheci esse carioca figura quando comprei dele meu carro, um smart fortwo que ele levou DIRIGINDO pra Brasília - comprei um carro e ganhei um amigo!). 


Eu e o João em Limeira

O João me "escoltou"na Anhanguera-Bandeirantes e pegamos a saída próxima a Viracopos sentido Sorocaba (não me lembro agora do nome da rodovia - depois atualizo o relato com essa informação) até Salto. Pena que eu tinha guardado a câmera (já tava de saco cheio do ruído e turbulência da câmera no capacete o dia inteiro), pois o final de tarde naquela estrada tava sensacional e ia dar umas imagens maravilhosas (apesar do trânsito). Paramos no "Posto 91" em Salto, onde nos despedimos, ele voltou para Vinhedo/SP (onde mora) e eu segui para Sorocaba via Rodovia Castello Branco (a melhor estrada em que já pilotei/dirigi à noite, sério - nem a Bandeirantes é tão boa).

Eu já tinha o endereço do meu amigo Robson (do fórum M@D, mas que conheço pessoalmente há anos, devo dizer, desde 2008) registrado como destino final no Garmin mas ele me encontrou pelo caminho e me escoltou até sua casa, onde me hospedei.

Uma(s) cerveja(s) bem geladas pra descansar a cabeça e ele me levou pra conhecer um lugar SENSACIONAL em Sorocaba: a Lucky Friends Chopper Garage.

A Lucky Friends, pra quem não conhece, é uma oficina de customização de motos Harley-Davidson famosíssima no Brasil, que também tem uma boa loja de itens relacionados à "kustom kulture", então não podia deixar de levar pelo menos uma camiseta de lembrança né? Além da lojinha, no local funciona um bar temático (detalhe: fecha pontualmente às 22h) que serve uma costelinha defumada simplesmente MARAVILHOSA. Sabem aqueles defumadores fodas que vocês devem ter visto naqueles programas de TV a cabo sobre os churrascos dos americanos? Então.

Olha o nível do defumador de carne dos caras

Costelinha, mais alguns chopes e voltamos pra casa, onde, adivinha? Mais cerveja. Isso causou algumas alterações de programação para o segundo dia (contarei mais à frente), mas como dizem "há males que vem para bem" né? kkkkk (não que seja um "mal" tomar umas geladas com um grande amigo, o problema é conseguir acordar cedo no dia seguinte, kkkkkkk).

É, né...

Contando o passeio para a Lucky Friends, a quilometragem total do dia foi de 998.9km (no odômetro da moto - o log do GPS reporta 1027km), 13 horas de viagem (das quais 11 em cima da moto, o resto foram as paradas). Meu recorde pessoal (o máximo que tinha feito em um dia foram os 780km de Brasília a Leme na HD 883 em 2015). Detalhe: na 883 eu cheguei simplesmente quebrado. Na Roadmaster (como seria também se fosse uma HD Touring como uma Road Glide da vida), cheguei cansado (estaria mentindo se dissesse que não me cansei) mas inteiro. Essa é a diferença que uma moto realmente confortável (banco, posição, suspensão, proteção contra vento) faz na vida. E usei o cruise control em um bom pedaço da viagem.

Fui dormir por volta de 1 e meia da manhã, e aí vem o segundo dia... rumo a Curitiba.

Algumas fotos 360 do dia:







Um comentário:

  1. Cara, viagem é isso. É óbvio que temos que ter uma programação, um rumo para ser seguido, mas os imprevistos é que fazem a coisa valer a pena.

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