segunda-feira, 15 de julho de 2019

Viagem Brasília-Buenos Aires - 2º dia (29/03/2019)

Segundo dia - "tá com a Macaca?" (29/03/2019)



O segundo dia foi o dia que parecia que ia dar tudo errado mas no final deu tudo MAIS CERTO que o planejamento original.

Eu havia combinado com meu amigo Rogério, de São Paulo e também dono de uma Roadmaster, de nos encontrarmos em um posto de Sorocaba às 9 da manhã, de onde sairíamos pra fazer o Rastro da Serpente até Curitiba.

Eu programei meu despertador para as 7:15 da manhã. Eu até acordei, mas quem disse que eu conseguia me levantar????

Eu estava simplesmente incapacitado da cervejada da noite anterior. Sem condições de subir numa moto, ainda mais para fazer uma estrada relativamente técnica como o Rastro da Serpente. Minha cabeça parecia que ia explodir. 

Sério, eu estava tão mal que eu estava cogitando a possibilidade de nem descer mais para Curitiba naquele dia. Tava pensando em tirar o dia, descansar e descer só no sábado, o que ia ferrar minha programação e também a de pessoas que estão me esperando em outras cidades por onde vou passar.

Mandei uma mensagem pro Rogério dizendo que talvez ele e a esposa fossem descer sozinhos, pedindo mil desculpas, etc e tal. E não é que ele foi lá na casa do Robson me visitar? Ficamos batendo papo até mais ou menos meio dia, eu melhorei da ressaca (kkkk) e falei: "vambora". 

A manhã foi pra descansar com um bom papo!

DUAS Roadmaster em Sorocaba?(Ainda na casa do Robson)

O Robson nos escoltou até a saída de Sorocaba, onde tirou essa foto das duas Roadmasters reunidas:

Na saída de Sorocaba

Seguimos na Raposo Tavares rumo a Capão Bonito, e quando paramos em Itapetininga para almoçar, discutimos as opções, a questão do horário e anoitecer na estrada, e decidimos: ir pelo Rastro da Serpente não seria uma boa opção. Vamos pela Régis Bittencourt mesmo, pois ainda que tenha a fama de "rodovia da morte"é uma estrada totalmente duplicada, com asfalto de excelente qualidade e muitíssimo bem sinalizada. Bastava arrumar um trajeto que evitasse o pior trecho da rodovia (isso significaria ir pelo interior até Registro onde pegaríamos a BR-116). Isso significa dois furos na minha programação: não fiz o Rastro da Serpente e peguei a BR-116, outra coisa que eu não queria fazer. 


Parada para rango e decisões

De Itapetininga seguimos até Registro, e eu devo dizer que este foi o trecho mais divertido, mais sensacional e mais lindo até agora. 

Depois que se sai da excelente (mas monótona) Raposo Tavares, pega-se no caminho para Registro umas estradas com asfalto não tão bom (mas as Roadmasters tiraram de letra) mas com bastante curvinhas hehe. Mas a minha surpresa foi quando paramos em uma guarita no meio do caminho: estávamos entrando na famosa Serra da Macaca!!!! 

A Serra da Macaca, apesar de inúmeros elogios, era outra rota que eu NÃO ESTAVA QUERENDO PEGAR. Terceiro "furo de programação".

Caras, ainda bem que fomos por lá!!!!!! Que lugar SENSACIONAL!!!!!!

Trata-se de uma estrada que corta um parque estadual, área de reserva ambiental. Não é uma estrada rápida: o piso dentro da reserva é de paralelepípedos (não asfalto) e tem MUITAS curvas, não tem acostamento e o limite de velocidade é de 40 km/h. Isso significa que gasta-se um bom tempo para cruzar os menos de 50km desse trecho. E uns 2km depois que entramos na reserva, começou a chover. Paramos para colocar nossas capas de chuva e seguimos (e eu num cagaço tremendo de escorregar naquelas curvas). O cheiro de natureza, o visual incrível do lugar, as curvas da estrada fazem dela uma tremenda atração para motociclista (nota: recomendada apenas para quem curte passeio lento: jaspeiros vão detestar).

Filmei toda a travessia do parque,  está no vídeo a seguir (contém também um pedaço da saída de Sorocaba e da Raposo como introdução).

Primeira parte do segundo dia.

Saindo do parque, os paralelepípedos viram (na rodovia "Neguinho Fogaça", sim, esse é o nome oficial da estrada) asfalto de EXCELENTE QUALIDADE até chegar à BR-116, na saída de Registro. Detalhe, essa rodovia também tem muitas curvas e também foi um trecho delicioso para pilotar.

Paramos, já anoitecendo, no Graal Buenos Aires (já na Régis Bittencourt) para abastecer as motos, esticar as pernas e tomar um café (não lanchei, Rogério e a esposa lancharam). Foi uma parada bem longa, de quase uma hora, mas esse descanso foi providencial.

Saindo de Registro já no escuro

Poisé, voltamos naquela história da "moto confortável". Assim como em 2015 (na HD 883) eu fui só até Leme (uns 150km antes de Sorocaba) e cheguei QUEBRADO lá (diferentemente da minha chegada a Sorocaba ontem), na viagem de 2015 (que também teve cervejada no primeiro dia rsrsrs) eu cheguei a Registro (por Juquiá) TOTALMENTE PODRE e parei para dormir naquela cidade, dessa vez foi diferente.

Curitiba or Bust


Já era noite, estávamos na Régis, mas decidimos: estamos juntos, todo mundo com reserva paga no hotel, são só 200km (meu GPS falava em 173km até a porta do meu hotel) , a moto é confortável e a gente aguenta? BORA PRA CURITIBA. 

Digo pra vocês: detesto a Régis. Detesto mais ainda pegar estrada à noite. Régis à noite? De moto ainda? Essa ideia seria condenada por muitos motociclistas "raiz". Sério. Mas dessa vez estava acompanhado (tá, em 2015 eu tinha conhecido uns harleyros nesse mesmo posto e não segui com eles até Curitiba porque eu simplesmente não aguentava mais, tava quebradasso) e em moto boa. Então fomos. 

Esse foi o quarto furo de programação original do dia. Pegar dois dias seguidos de estrada à noite. 

Valeu à pena? MUITO. Apesar de ser um trecho extremamente cansativo (eu já estava com duas noites maldormidas seguidas nas costas) e termos pego (muita) chuva, e mesmo faltando uns 100km para Curitiba eu já estar completamente dolorido, viemos. E foi muito bom (também filmei toda a aventura de Registro a Curitiba pela Régis À NOITE - o vídeo é longo, está na íntegra).





Cheguei ao meu hotel às 21:20, novamente, cansado, até um pouco dolorido, mas não "quebrado".  Tudo plenamente resolvido com um relaxante muscular, uma boa ducha e um pouco de alongamento. 

Detalhe: o hotel está CHEIO de motociclistas (eu, mais um grupo de São Paulo, e outro do Paraguai - Rogério e a sua esposa foram pra outro hotel em outro bairro de Curitiba). 


As motos paraguaias (uma Suzuki e duas Yamahas) ao lado da Indian

Os motociclistas paulistanos daqui do hotel iriam acordar cedo para ir à Serra do Rio do Rastro e, embora eu não fosse fazê-la nesse momento (decidi fazer só na volta) , como meu destino do terceiro dia era Jaguaruna/SC (praticamente no pé da serra) , eles me convidaram para acompanhá-los. Mas como eles vão sair às 6:30, já tive duas noites maldormidas e já havia programado programa para o dia seguinte, cedo, antes de ir para a estrada de novo, não rola (enquanto redigi o rascunho desse relato já passava de meia-noite, nem a pau ia acordar às cinco da manhã kkkk). 

Confesso que, ao chegar, não conferi no odômetro a quilometragem rodada. Mas o log do GPS fala em 438km rodados em 7 horas e 5 minutos de viagem.

Algumas fotos 360 do dia:

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