Nono dia - Rumo a Colonia (05/04/2019)
Hoje a moto ganhou mais uma bandeirinha no alforge:
Saí do hotel El Remanso, em Punta del Este, exatamente às 11:11 da manhã, após um café da manhã bem reforçado.
Parei para umas fotografias na escultura Los Dedos e segui viagem rumo a Colonia del Sacramento.
Claro que tive que fazer uma foto para o momento "zoeira" do dia:
O GPS me deu uma "sacaneada" e em vez de me mandar seguir pela Rambla (a rota mais bonita e teoricamente mais rápida), me mandou para o centro da intendencia de Maldonado, onde peguei um trânsito bem carregado até chegar à maravilhosa "Ruta Interbalnearia" (Ruta IB), que liga a capital Montevideo a Punta del Este (nota: eu não precisaria cortar Maldonado para chegar à Ruta IB - era só seguir toda vida pela Rambla - mas como eu não sabia disso ainda, confiei no GPS).
Até então, todas as Rutas (9, 16) que eu havia trafegado pelo Uruguai eram estradas de pista simples, ainda que com pouco movimento e muito bem sinalizadas. Esta é uma verdadeira autoestrada de pista dupla, com limite de velocidade de 90kmh (e 110 em alguns trechos). O visual desta rodovia é sensacional!
Perto do horário de almoço estava chegando a Montevideo. Peguei a movimentadíssima (e com trecho em obras) Avenida Italia e encostei a moto em uma transversal para procurar um lugar para comer.
Não querendo sair muito da minha rota, dentre os vários restaurantes que apareceram, acabei optando por comer empanadas em uma loja da rede Bocatti Empanadas.
Enquanto sentava no banquinho de praça à frente da loja, para comer e tomar minha Coca-Cola (a Bocatti é uma rede de "empanaderías" que não tem mesas nem balcão, as empanadas são vendidas para viagem, SEMPRE) fiquei batendo um baita papo com os dois motoboys que trabalham lá.
Saindo da Bocatti meu caminho pegou um trecho da famosa Rambla de Montevideo e o GPS me indicou um caminho diferente, passando por alguns trechos de trânsito bem complicado (lembrando que era por volta de 2 da tarde de um dia útil) até chegar à Ruta Nacional 1, com destino a Colonia.
A Ruta 1 também é uma senhora autoestrada de pista dupla e limite de 110km/h (salvo nos trechos de travessia urbana). Porém, é um pouco mais monótona, pois é praticamente um retão interminável, me lembrando muito a BR-050. Porém, não posso reclamar de falta de pontos de apoio. Postos e "paradores" são onipresentes na Ruta 1 (devo dizer até mais que na Interbalnearia, já que nesta todos os postos que encontrei estavam no caminho oposto - isto é, sentido Punta del Este - o que me obrigaria a fazer retorno e perder tempo para utilizar os serviços caso necessário). Há apenas dois trechos sem duplicação na Ruta 1: a travessia de um pequeno vilarejo (do qual não me recordo o nome agora), algo rápido e indolor, e os 28 km finais até Colonia, devo dizer, um trecho belíssimo com a rodovia ladeada por palmeiras em ambas as margens.
Vale citar: aqui no Uruguai, quase não se vê motos grandes (e quando digo grandes, quero dizer: de 300 cilindradas para cima). Vi apenas duas BMW GS 800 com placa local na estrada, e em Punta vi uma Ducati Diavel. Todas as demais motos grandes que vi eram de brasileiros. Uma coisa importantíssima a mencionar é que no Uruguai, motos não pagam "peaje" (pedágio).
Já perto de Colonia, passei por um motociclista em uma moto custom, eu estava bem rápido e não consegui identificar modelo ou mesmo se a placa era daqui ou brasileira. O carinha estava tirando fotos com um celular em um "pau de selfie", o que me deu a ideia de fazer retratos daquele belo trecho também. Parei um pouco mais à frente e fiz minhas fotos, seguindo para Colonia.
Já no caminho para o hotel, passo em frente a um dos miradores da Rambla e dou de cara com um final de tarde maravilhoso (eram umas 17h15). Parei ali, fiz mais fotos (lógico) e parei um tempo para admirar a vista. Fui abordado por um cidadão local, um senhor (argentino aposentado que mora em Colonia), que estava curioso com a motocicleta e me passou muitas dicas e informações úteis para conhecer a cidade.
Tá difícil decidir qual foi a mais bela imagem da viagem,
mas esta do fim de tarde em Colonia é uma séria candidata ao título
Cheguei ao hotel Costa Colonia por volta de 17h45, fiz o check-in e fui descansar um pouco.
Vídeo do dia (lembre-se que é 360 graus, melhor assistir em tela cheia e você pode girar a imagem):
Vídeo do dia (lembre-se que é 360 graus, melhor assistir em tela cheia e você pode girar a imagem):
Mais à noite, resolvi sair para jantar e peguei um táxi para o centro viejo de la ciudad. Todo mundo me alertou que não deveria ir para lá de moto, etc, que o piso de pedras é escorregadio... mas devo dizer, não vi nenhuma diferença para Pirenópolis, onde já estou plenamente habituado a pilotar. Aliás, achei o calçamento melhor, menos ondulado e mais conservado que da cidade histórica goiana. Mas anda assim os alertas me deixaram "cismado" (fora que eu tava querendo beber alguma coisa mesmo) e não tive coragem de passar lá nem mesmo no dia seguinte. Daqui a alguns dias eu volto a Colonia (sim, está nos planos) e arrumo coragem... rsrsrs.
um pouco do centro histórico de Colonia à noite
Também não fiz muito turismo na cidade já que dentro de alguns dias devo voltar aqui, dessa vez com minha esposa na garupa, pois em dois dias ela chega a Montevideo.
Continuando, então saí para jantar e pedi para o motorista do "remis" me deixar em frente à Catedral e de lá escolheria um lugar para ir.
Fui andando em direção a um restaurante que no TripAdvisor me parecia interessante, quando numa transversal vi um barzinho vazio que me chamou a atenção. Era uma cervejaria artesanal que oferecia algumas opções de pratos. Pedi uma cerveja (trouxeram pipoca de cortesia - aliás, em dois postos que abasteci aqui no Uruguai me deram saquinhos de pipoca de brinde, hahahah) e ela me agradou, então resolvi jantar por lá mesmo. Pedi um "chivito al plato" que estava simplesmente sensacional.
Cerveceria Barbot
Chivito al Plato
Pipoca de petisco
Enquanto estava na "cervecería" (deserta na hora que cheguei, mas que rapidamente tornou-se o "point" cidade, pois naquela noite de sexta-feira havia música ao vivo - teve até música do Alexandre Pires em espanhol rsrsrsrs) encontrei um camarada com camisa de motociclista e fui puxar assunto. E não é que o cara era brasileiro e era, adivinha quem? O mesmo que tava na moto tirando fotos na entrada de Colonia. O Nivaldo é de Curitiba e, assim como eu, estava em "vôo solo" em sua Suzuki Boulevard 800. Após um longo papo (sobre motos e viagens, é claro) nos despedimos e cada um seguiu seu caminho.
Detalhe, descobri que fiz photobomb na selfie do cara na entrada da cidade (olha a Indian passando na foto dele hahahaha):
A distância total percorrida hoje, no trajeto entre Punta del Este e Colonia del Sacramento, incluído o desvio para almoço em Montevideo, foi de 334km de acordo com os logs do GPS
A gasolina uruguaia
Gasolina aqui no Uruguai é bem mais cara que no Brasil, custando algo em torno de R$ 5,00 o litro. Todavia, é gasolina pura, sem etanol. Esperaria-se uma média de consumo melhor com ela, certo? Errado. De fato, a Indian está bebendo MAIS com a gasolina uruguaia, e estou usando (já no segundo tanque) a premium de 97 octanas. A 95 (pouca coisa mais barata, que coloquei já em Punta) me deixou um pouco encucado pois a moto pipocava muito o escapamento e até mesmo dava para ouvir um barulhinho de batida de pino no final do dia (com o motor mais quente). Com a 97 ela está rodando mais "liso", mas ainda bebe bem: a média de consumo em estrada subiu de 5.8l/100km para 6.1l/100km. Claro, os ventos fortes da região também podem ter colaborado para isso. Ela também está esquentando mais, mesmo em velocidades de autoestrada onde teoricamente o calor do motor não deveria incomodar tanto. Vamos monitorar isso.
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