quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

DOS ARQUIVOS - Um pouco da minha vida motociclista... (parte 3)

Então, na primeira parte deste artigo contei a história de como comecei a andar de moto, e na segunda parte como eu evoluí de um reles curioso que aprendeu a pilotar motos aos 27 anos e a usava apenas para se deslocar de casa ao trabalho para alguém que realmente se interessava pelo assunto e começou até a pegar umas estradinhas de vez em quando. 

No final da segunda parte comentei que vendi a Falcon por problemas particulares tendo decidido que não ia mais andar em 2 rodas.

Eis o que aconteceu.




Tive alguns problemas de saúde, que me desanimaram a rodar. Então vendi a Falcon. Peguei no negócio uma XTZ 125K, que foi deixada imediatamente em uma loja para a venda.


Passados alguns meses (não me recordo quanto), após um período de tratamento, a vontade de andar de moto também voltou. Então, como não tinha (ainda) conseguido vender a XTZ, trouxe ela de volta pra casa pra usar pelo menos pra ir e voltar do trabalho e às vezes encontrar os amigos. 

Enquanto isso, um amigo meu (de Belo Horizonte/MG), colocou a moto dele à venda, uma Suzuki Bandit 1200N ano 2005/modelo 2006. Moto com histórico (todos os donos anteriores eram conhecidos meus) e, o melhor, num valor que eu podia pagar.

Fechei negócio, peguei um voo até Belo Horizonte, para embarcar na (até então) minha mais longa viagem de motocicleta, pior, com uma moto muito mais potente do que qualquer coisa que eu já tinha pilotado na vida e com a qual ainda não estava familiarizado.

Os 750km de BH a Brasília foram extremamente libertadores, devo dizer. 
No caminho de BH para Brasília, próximo ao Rio São Francisco

Esta motocicleta ficou comigo por exatamente dois anos. Não recordo quantos quilômetros rodei com ela ao todo, mas com exceção da viagem Belo Horizonte/Brasília (no dia em que fui buscá-la), passeios na estrada ficaram restritos à tríade "Pirenópolis/Formosa/Abadiânia", das quais a cidade mais distante é Pirenópolis, a 170km de Brasília.

Um dos muitos passeios com a Bandit, levando a minha esposa na garupa...

Ah, uma história interessante. Durante o período em que estive com essa moto, houve uma fase em que fiquei com duas motos (ela e a XTZ 125). Só que houve uma época em que fiquei com TRÊS motos em casa. Sim. Ainda não tinha conseguido vender a XTZ; a Bandit era minha moto principal (a distância de apenas 4km ao trabalho não justificava usar a "Pequenina" só pra economizar combustível e manutenção - aliás, até hoje, mesmo morando um pouco mais distante, não vejo razão em ter uma segunda moto só pra isso); e vendi meu Honda Civic para um amigo, com a condição que pegasse a XT600E ano 98 dele como parte do pagamento. Como o mercado de automóveis usados estava muito complicado naquela época, aceitei.

A XT600E, vulga "Bitelona", uma das motos mais divertidas que já tive

Cara, que moto divertida! Antigona, sim, carburada, sim, cheia de gambiarras feitas pelo antigo dono (as quais consertei uma a uma para como manda o figurino), sim. Me deixou na rua algumas vezes, sim! Mas é uma moto do jeito que gosto: bruta, com torque abundante desde baixos giros. Confesso que ATÉ HOJE é uma moto que eu me arrependo de ter vendido: ela não valia muito no mercado na época e a venda me trouxe uma grande dor de cabeça posterior (e teria sido ideal para manter como segunda moto até hoje se fosse o caso). 

Falando de dor de cabeça, curiosamente, as duas motos "extras" (a XTZ e a XT600E) foram fontes de dores de cabeça jurídicas após a venda. Não vou entrar em maiores detalhes (é algo que não interessa a ninguém além de mim), mas só posso dizer que com essas duas situações aí, aprendi a lição: venda de veículo por procuração pra particular, nunca mais. E só leva o veículo pra casa depois de reconhecer firma no Documento Único de Transferência-DUT. 

Voltando à historinha da Bandit. Em 2010 eu tomei uma decisão importantíssima na minha vida: eu pesava mais de 130kg (cheguei a pesar 140) e resolvi optar por fazer uma cirurgia bariátrica, para que não morresse aos 40 (minha idade atual) de infarto ou algo parecido. Para o pré-operatório eu enxuguei 9kg, chegando aos 121kg. Fiz a cirurgia e precisei, então, ficar três meses (período pós operatório) sem nem pensar em pilotar moto. Desliguei a bateria da motocicleta, esvaziei as cubas dos carburadores e deixei a moto sob a capa. Recebido o "sinal verde" do médico, com 47kg a menos no corpo, resolvi dar uns rolês com a moto.

Eis o que aconteceu: Com os 59kg a menos, a moto que eu adorava passou a me dar MEDO. MUITO MEDO. Digamos que com o peso adicional a moto ficava grudada no chão, e com o "novo Bira" ela ficava com a frente MUITO leve (chegando a empinar em algumas arrancadas). Achei prudente (por minha própria segurança) vender a moto e pegar alguma mais "fraquinha" (talvez até outra igual só que com motor 600) para me adequar ao meu "novo eu". Vendi a moto para um colega do trabalho (que está com ela até hoje!) e peguei uma Fazer 250 como parte do pagamento.

A Fazer 250 que peguei na negociação da Bandit. Vendi rapidinho.

Em pouco mais de um mês consegui vender a Fazer. Acabei usando o dinheiro da Bandit para outros projetos e fiquei sem moto por uns meses (embora estivesse doido pra voltar a rodar). Neste período, em fevereiro de 2011, minha mãe faleceu, de forma repentina, em decorrência de um derrame cerebral.

Após essa situação, eu precisava de algum projeto particular pra ocupar minha cabeça. Foi aí que apareceu esta tranqueira aqui:

Trata-se de uma Honda Sahara NX350, ano 99, na qual paguei (pasmem) 1500 reais. Na verdade, foi muito caro. 

Entrei em um projeto de restauração (estética e mecânica) completo que me consumiu alguns bons reais. Mas no final, este foi o resultado (sim, é a mesma moto da foto anterior):

Fiz algumas modificações de conforto para adequar a moto ao meu tamanho (alongador de suspensão, banco com maior camada de espuma, descanso para suspensão alongada) e só. Rodei pouco tempo com essa moto e decidi que queria mudar de estilo: queria uma cruiser , ou uma custom como conhecemos aqui no Brasil (na verdade voltando às origens - minha primeira moto foi a Intruder 250, lembram?). Só que estava sem muito dinheiro e não queria (ainda) vender a NX, já que ela me consumiu tanto tempo (e dinheiro) na restauração. Nisso apareceu a oportunidade de comprar uma Kasinski Mirage 250cc, ano 2011, cor preta com prata, bastando assumir o financiamento e as parcelas.

A Mirage 250 ainda quase original (eu já tinha trocado o banco)

Esta moto foi bastante modificada por mim, dentre bancos, baús rígidos, guidão, escape, comando avançado, etc. Basta dizer que no final ela ficou assim (não foi repintada: a cor preto fosco foi resultado de envelopamento com vinil, preservando a pintura original).

A Mirage 250 "bagger" no seu estágio final. 

Acabei optando por vender a NX (não estava mais andando com ela, afinal de contas era uma moto antiga que vez ou outra me deixava na mão por conta de pequenos problemas, principalmente de elétrica - e já havia uma certa dificuldade em conseguir peças para ela) e consegui (pelo menos) empatar o dinheiro gasto na restauração. Em que pese ter "perdido" os 1500 da compra, só pela diversão do projeto (e principalmente pela satisfação em ver motociclistas veteranos "babando" no "estado de conservação" da moto) já valeu à pena. 

Pouco mais de um ano depois, eu já tinha quitado a moto, e estava procurando outra. Dessa vez, eu estava acostumado com o mundo "cruiser" queria chutar o balde e comprar, agora, uma Harley-Davidson. Mas isso é assunto para a próxima parte... 

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