terça-feira, 3 de abril de 2018

Resumo dos primeiros 1000km


Vocês, amigos que acompanham o blog, devem ter percebido que nas últimas semanas não coloquei conteúdo.



Ocorre que nas últimas três semanas eu praticamente não andei com a moto, então não tive novidades para relatar (claro, continuo de olho nos sites gringos atrás de lançamentos de acessórios, mas nesses dias eu também não fiz isso).

Primeiro, as "águas de março fechando o verão" não eram o melhor ambiente para curtir e usar a moto (não sou de fugir de chuva, mas tava realmente chovendo MUITO), então demorei um pouco mais do que o esperado para fechar os 1000km; então nessa última semana antes das minhas (merecidas!) férias a moto descansou na garagem, sob a capa.

Em seguida a essa semana de dilúvio, eu saí de férias, e fiquei oito dias fora. Regressei apenas no dia 24. Mesmo assim, após a volta, eu usei bem pouco a moto, pois eu quis aproveitar o sossego da minha casa.

Então, na semana passada, tirei a moto da garagem apenas duas vezes: uma para resolver uns assuntos pessoais na rua (quando rodei uns 120km num dia, finalmente ultrapassando a barreira dos 1000km hehehe) e outro para um passeio bem curto com a minha esposa (que finalmente estreou a garupa da moto!) no último sábado.

Como estava descansando, também tirei umas férias da manutenção do blog, que estou retomando hoje. 😊

Dessa forma, conforme o prometido, segue o balanço dos primeiros 1000km de convivência com a Heritage 2018.

Nota: fiz questão de abastecer a moto quando ela completou exatamente 1000km (mesmo ela estando então com o tanque quase cheio) para que as médias de consumo fiquem mais precisas.

Comportamento da moto e amaciamento


A Heritage 2018 está se provando uma ótima companheira no uso diário. Ganha em agilidade em relação à minha antiga Deluxe 2014, é mais leve e esquenta bem menos (com o bônus da mudança de local do tanque de óleo em relação ao modelo antigo). Sim, em uso mais prolongado ela esquenta (como qualquer motor grande), mas o fato é que ela demora BEM mais até que o calor comece a incomodar. 

Nos primeiros km eu comentei aqui no blog que achava que faltava força à moto em giros mais baixos, e que ela não era capaz de subir de velocidade ao usar a sexta marcha a velocidades como 60/70 km/h por exemplo. Com o tempo de uso, a força do motor começou a aparecer, e ainda que (obviamente) uma redução de marchas seja recomendável ao retomar dessas velocidades, ela não é mais "absolutamente necessária", a moto parou de "embolar" nessa situação.

Uma grande melhoria na nova geração da Softail, a meu ver (impressões de uso) está no sistema de freios e suspensão. Na minha moto anterior (isso poderia ser defeito no sistema, mas poderia ser característico também, o ideal seria andar em outra delas para avaliar) eu sempre achei o sistema de freios (principalmente o dianteiro) meio "borrachudo", mesmo com o uso de mangueiras de malha de aço (conhecidas como "aeroquip"). Junte o freio borrachudo à suspensão molenga, e eu acabava usando o freio traseiro com bem mais freqüência e intensidade que o desejável. Como resultado, a cada revisão eu era praticamente obrigado a colocar um  jogo de pastilhas traseiras novas. 

Na moto nova, como tanto freios como suspensão estão mais "acertados", eu não tenho usado o freio traseiro TANTO assim. Dessa forma, acredito que um jogo de pastilhas traseiras vá durar bem mais. Obviamente isso influenciará um pouco no consumo de pastilhas dianteiras. Imagino que os intervalos de troca entre os jogos dianteiros e traseiros vá ficar mais equilibrado quando comparado à moto antiga.

No começo do uso da moto eu também percebi um "estalo" vindo da embreagem quando saía da imobilidade. Fui informado pelo consultor da Brasília Harley-Davidson que se trata de uma característica das novas motos. O fato é que não sei dizer se eu já acostumei com o tal estalo (acostumei a dosar a nova embreagem) ou se ele simplesmente reduziu (bastante) de intensidade depois que os discos de embreagem assentaram.

Aliás, vale mencionar uma curiosidade das Softail 2018: o cabo de embreagem não possui ajuste do manete. O cabo tem uma "mola" que "auto-ajusta", e o que existe é uma trava para permitir liberar o cabo em caso de necessidade de substituição do manete. Claro, um cabo de embreagem é um cabo de embreagem, então tecnicamente não vejo problemas para quem preferir um sistema de ajuste de cabo "tradicional" com porca e contraporca, o que será o padrão em troca de cabos por maiores (para quem optar por trocar o guidão - coisa que eu não pretendo fazer - por exemplo). 

Traquitanas


Gente, como eu estou gostando do cruise control (chamado erroneamente de "piloto automático). Para quem não conhece Brasília, é uma cidade bem plana, com muitas retas e uma boa quantidade de vias expressas retas e com pouquíssimos semáforos, especialmente no meu trajeto diário de 12km saindo de uma cidade-satélite até o centro (12km ida, 12km volta). Além disso, a cidade é literalmente "apinhada" de radares fotográficos.

Nesse cenário, o cruise control é mais que um luxo, é um aliado para economizar dinheiro.

O fato é que como eu tenho a mão direita um tanto quanto "pesada", esse equipamento está me ajudando não só a prevenir multas de trânsito, como até mesmo a economizar combustível. Já que ele ajusta automaticamente a aceleração conforme a velocidade programada, não há desperdício. Claro que essa situação de melhoria no consumo só se aplica em cidades com topografia plana como a minha. Detalharei isso mais à frente quando falar sobre o consumo.

Ah, devo dizer que já estou plenamente acostumado com o parabrisa "meio preto", que no começo eu achava claustrofóbico. Todavia, ainda o considero muito baixo para a minha altura (na verdade ele está no que se é considerado "ideal", mas eu gosto de parabrisa grande 😉

Os alforges laterais


Eu tenho que confessar que desenvolvi uma relação de amor e ódio com os alforges rígidos da Heritage 2018. Não só os considero mais bonitos que os das Heritages antigas (e mais ainda que os Boss Bags que eu usava na Deluxe), como o fato de serem rígidos e trancados com a própria chave da moto ser um item de segurança muito útil.

Todavia, eles são mais compactos, e isso cobra seu preço. Levo menos coisas neles que nos meus "alforjões" antigos O alforge esquerdo, por exemplo, está totalmente tomado pela minha capa de chuva e kit de ferramentas (tá, o kit de ferramentas que eu levo é bem exagerado - e devo dizer até desnecessário numa moto nova rodando na cidade - mas na moto antiga ainda sobrava um espacinho). E como são totalmente rígidos, não dá pra "espremer" coisas dentro deles (como por exemplo um laptop - se não couber, não vai caber mesmo e não dá pra improvisar).

Na estrada


Fiz apenas um passeio em estrada aberta com a motocicleta, um tiro rápido até o restaurante Rota 60, ponto de encontro dos motociclistas candangos e goianos, que fica em Abadiânia/GO, a 100km de Brasília (uns 120km de Goiânia).

Infelizmente não tive como fazer uma avaliação correta do consumo de combustível na estrada, pois o ritmo adotado na volta foi totalmente diferente  da ida. A ida foi tranquila, mas a volta foi "acelerada" pois meus amigos não estavam com capa de chuva e tentaram (sem êxito, devo dizer) chegar antes de pegar o aguaceiro. 

Pretendo refazer a avaliação (especialmente no que tange a consumo de combustível) em um "voo solo".

Despesas diversas


Além das despesas padrão com seguro e documentação, tive despesa com um manete de freio (quebrado num tombo parado na garagem de casa). Não tive despesa com mão de obra, pois troquei a peça em casa mesmo. O manete de freio (original e comprado na concessionária) me custou 191 reais. 

Consumo de combustível


Essa é a parte que (imagino) todos estavam querendo saber, he he he

Desde que retirei a moto da concessionária, fiz ao todo 7 abastecimentos. O primeiro abastecimento "de fato" não será computado na média já que foi aquele feito logo que a moto saiu da loja, com o tanque "no vapor".

O segundo abastecimento (uso estritamente urbano) foi feito com o odômetro parcial marcando 171,4km. 11,58 litros entraram no tanque. O consumo médio foi de 14,8 km/l. (a Deluxe 2014 em iguais condições de uso raramente passava de 13)

Terceiro abastecimento, também com uso estritamente urbano, odômetro parcial marcando 193,4km. 13,05 litros no tanque. Mesma média de 14,8km/l.

Quarto abastecimento, 190,1km  e 12,88 litros. Média bem próxima, calculada em 14,76 km/l.

O quinto abastecimento foi um experimento, não deixei o tanque chegar perto da reserva (abasteci na verdade antes de pegar a estrada para o Rota 60, pois minha intenção era medir o consumo no trajeto de ida e volta). Em 118,3km, foram 6,4 litros. Essa incrível média de 18,48 km/l em uso exclusivamente urbano foi obtida "usando e abusando" do controle de cruzeiro nas vias expressas de Brasília.

O sexto abastecimento foi após o bate-e-volta no Rota 60, trecho  100% rodoviário. Ida em ritmo manso e volta "sangue nos zóio". 205,6km e 12,7 litros. Consmo médio de 16,19km/l (nada mau, já que na volta a gente veio literalmente "moendo"). Suponho que em um ritmo mais "civilizado" a moto chegaria a médias próximas de 20 km/l (na ida o marcador de combustível quase não baixou). 

E, por fim, o sétimo e último abastecimento, feito quando a moto marcava exatamente 1000km no odômetro principal. O parcial marcava 113 km "redondos" e foram colocados 5,92 litros no tanque. A média foi de exatos 19,08, em um trajeto mesclando trecho urbano e rodoviário, sendo que boa parte do trecho rodoviário foi com muito "freia e acelera" porque era uma rodovia cheia de lombadas e que, devo dizer, não me preocupei muito em pilotar de forma econômica.


Em todos os abastecimentos a gasolina utilizadas foi do tipo comum (não uso aditivada nem Podium), com postos de bandeiras diversas (especialmente BR, Shell e Ipiranga que são os mais comuns aqui em Brasília). 

Em um total de 991,8km (sim, tem que descontar aqueles quilometrozinhos decorrentes do teste de pista pela equipe da concessionária e o trajeto de 1km entre a concessionária e o posto), a moto consumiu um total de 62,5 litros de combustível (arredondando, o valor exato foi 62,53), o que dá uma média de 15,87 km/l. Nada mau para um motor de 107 polegadas cúbicas ainda amaciando e com um piloto que não se preocupa tanto em economizar combustível. 

Este é o resumo dos primeiros 1000km com a Heritage 2018. Sim, eu estava esperando atingir essa quilometragem há pelo menos três semanas atrás (he he he) o que já a deixaria na quilometragem para a primeira revisão, mas não deu.

Para fechar o artigo, uma imagem da moto com exatamente 1000km rodados:


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