segunda-feira, 15 de julho de 2019

Viagem Brasília - Buenos Aires - 4º dia (31/03/2019)

Quarto dia - rumo ao Rio Grande do Sul, tchê (31/03/2019)


Depois de uma tranquila e excelente noite de sono, levantei às 9 da manhã (meus planos eram de acordar às 7 para estar em Bento Gonçalves na hora do almoço). Depois de uma ducha e um café da manhã, Leandro e Andréa me sugeriram: "conheces o Farol de Santa Marta, em Laguna?" Como só conhecia o lugar de "ouvir falar", já não ia mais dar pra almoçar em Bento Gonçalves, eu poderia dar um passeiozinho mesmo antes de pegar a estrada, mesmo que para isso tivesse que voltar alguns quilômetros.

Saímos então, eu na minha moto e eles na CB 1300 deles, rumo ao Farol de Santa Marta. O caminho até lá é uma estrada com visual lindo, cercada de dunas e passando por algumas praias isoladas (mas que no verão ficam movimentadas - por "isoladas" quis dizer "sem edificações por perto" - o único sinal de civilização no local nesta época de baixíssima temporada está na estrada, no "calçadão de madeira"e no estacionamento asfaltado feito pela prefeitura). Subimos a estradinha que chega à base do farol e descemos até a praia (esta mais urbana) onde estacionamos para fotos.


De lá, fomos para a parte mais central de Laguna, transportando a balsa na balsa.


Passamos pelo canto da praia onde ocorre o MotoLaguna anualmente. Há um trecho em que o calçamento está com marcas de pneu já "permanentes" da zoeira que ocorre todos os anos, hehehe. De lá, fomos até a "ponte velha" da 101, que hoje praticamente só é usada por turistas, que param lá para tirar fotos da ponte nova. Sim, fizemos isso também. No vídeo a seguir temos os melhores momentos do rolé por Laguna.



Depois das fotos, resolvemos então os três almoçarmos juntos. Fomos no Bela Vista, um restaurante simples (mas lotado!) do outro lado da rodovia, que serve uma sequência de frutos do mar no esquema "pode repetir até explodir". Camarão, siri, mexilhão, pirão, moqueca, TAINHA... tudo isso, à vontade (se algum dos itens acabar é só pedir que repõem) , por apenas 48 REAIS POR PESSOA. Como frutos do mar realmente frescos são algo que não existe em Brasília, lógico que comi até bem.


De lá, nos despedimos antes de montarmos em nossas motos, fomos juntos até o trevo de Jaguaruna, onde nos despedimos "motociclisticamente" (uma buzinadinha e um aceno) , eles foram pra casa e eu segui meu caminho.

Fotos 360 das paradas do passeio:

Não lembro exatamente o horário em que cruzei a divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul (depois que eu fuçar os vídeos da Garmin Virb eu descubro isso) mas efetivamente eu estava incluindo mais um Estado na minha lista de "Estados em que já andei de moto". Isso será "marcado"efetivamente na moto, assim que eu descobrir onde guardei as bandeirinhas adesivas que ia colar durante a viagem. Acho que as esqueci em casa. 

Ao cruzar a divisa, a BR-101, que estava um perfeito tapete, começa a mostrar sinais de abandono. Não chega a ser uma via esburacada, mas nota-se que a conservação da estrada no trecho gaúcho não está, digamos, sendo feita com a mesma "dedicação" (de acordo com informações a rodovia estava privatizada, mas a concessionária a "devolveu" para o governo federal). Há alguns buracos rasos (vou chamar de trechos em que o asfalto perdeu camadas), outros trechos em que o asfalto está "frisado" na faixa da direita (isso pra andar de moto é uma droga!). Há ainda os limites de velocidade variáveis, 80 nos trechos de perímetro urbano e 100 nos trechos de rodovia aberta, só que esses trechos de 100 não chegam a durar 2 km em alguns locais!!! Era melhor deixar logo tudo a 80 e ficar por isso mesmo.

Mesmo com a questão da conservação (nota: a rodovia não está exatamente "ruim", só não está perfeita como as outras que passei - apenas poderia estar melhor), o trecho da BR-101 que passa próximo à Lagoa Itapeva, logo depois de Torres, oferece um visual bem bacana.

Parei para abastecer em um posto Ipiranga na localidade de Terra de Areia/RS, antes de subir a "Rota do Sol" rumo a Bento Gonçalves.

A "Rota da Chuva"

A Rota do Sol (ERS-453) tem esse nome por ser uma estrada construída com o fim de facilitar as viagens da população do planalto para o litoral. Possui, inclusive, alguns mirantes com vista maravilhosa para a serra, locais em que seria interessantíssimo parar se... não estivesse chovendo!

Não havia vestido a minha capa, e assim fui até que a chuva parou. Subi a serra sob chuva (não forte, mas molhava bastante devido à baixa velocidade, em torno de 50km/h) então passei batido pelos pontos de parada, pois uma coisa, de moto, é tomar chuva andando, dependendo da sua "vibe" naquele dia é até legal, outra coisa é ficar parado tomando água na cabeça PARADO pra fazer foto com visibilidade zero, isso ninguém merece.

A estrada possui boas curvas no trecho de serra, é de mão dupla (em alguns trechos, como nos túneis ela se divide em duas pistas) mas não é "travada" como a Serra do Rio do Rastro. Possui algumas pontes em curva e, também, TÚNEIS CURVADOS. Isso mesmo, você vai deitando a moto para fazer a curva, mas DENTRO DE UM TÚNEL!!! Sensação incrível para motociclistas. Na minha opinião, a estrada da Rota do Sol (ou pelo menos seu trecho de serra) é um destino obrigatório para motociclistas que viajam pelo Rio Grande do Sul.

Ao terminar a subida da serra e entrar no planalto, a viagem torna-se mais monótona. Ainda há algumas curvinhas leves (para eu que moro em Brasília até posso dizer que tem curvas), o trânsito em alguns trechos fica travado por causa de veículos lentos (uma coisa que notei no Rio Grande do Sul é que os motoristas, diferente de outros lugares por onde passei, respeitam bem as faixas de "não ultrapasse"). Então, às vezes, havia LONGOS trechos de ultrapassagem proibida, com 10, 20, 30 carros presos atrás de um caminhão (isso em um domingo!) a 30, 40 por hora. Tudo bem que já não estava mais chovendo ali (mas ainda peguei um pouco de chuva em outros pontos do planalto) mas isso faz a viagem efetivamente render pouco.

No vídeo a seguir temos a subida da serra da Rota do Sol (aproximadamente 20 minutos), muito divertida, especialmente os túneis em curva... (na parte final do vídeo está a chegada a Bento Gonçalves/RS).


Cheguei a Caxias do Sul por volta de 17h45, ou seja, estava perto de Bento Gonçalves. O trecho entre Caxias e Farroupilha tem o pior asfalto que peguei em toda a viagem, com direito a algumas crateras (não caí em nenhuma).

Aliás, eu queria descobrir quem foi o engenheiro de tráfego que inventou os tais "demarcadores", uma praga das ruas e estradas da região. Para quem não é daqui explico: são tachões colocados NO MEIO da faixa. Em estradas movimentadas, aquilo lá é um tremendo perigo para nós, motociclistas , pois muitas vezes não conseguimos vê-los a tempo já que as placas que indicam sua existência estão literalmente em cima deles (pior ainda pra quem anda de triciclo, que nem tem como desviar daquilo). O meio das faixas é a área menos esburacada da pista, mas a gente tem que ficar LIGADO pra sair do meio da faixa quando aparece um troço desses.

sério, mano, mas que p...

Cheguei na porta do hotel Dall'Onder, em Bento Gonçalves, às 18h30, exatamente o horário que o GPS havia previsto quando saí de Jaguaruna.


Estacionei minha moto na garagem e vi duas outras motos estacionadas, uma GS 1200 e uma Ultra Glide. Olhei as placas e não acreditei: também são de Brasília! Não duvido que sejam alguém que eu até conheça.


Depois de tomar um banho pra descansar da viagem, fui até a casa do meu amigo Evandro, do fórum M@D, onde fui recepcionado com um belo churrasco (mais uma geladeira de cerveja esvaziada com sucesso! kkkk) !




A distância percorrida no dia, conforme os logs do GPS, foi de 447km. (O mapinha do dia está no outro computador e será incluído oportunamente).

Amanhã o destino é Gramado, bem pertinho daqui. Vou ficar dois dias lá pra descansar antes de seguir viagem, já que estou com boa folga na programação.



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