segunda-feira, 30 de julho de 2018

Novidades HD para 2019 e 2020! (tradicionalistas, tremei!). Tem até Big Trail.

A "Bomba" que estourou hoje na comunidade Harlista da Internet foi a apresentação dos lançamentos da Motor Company para o biênio 2019-2020, por meio de um press-release no site americano da marca, intitulado "More Roads to Harley-Davidson".


Além da já esperada e conhecida elétrica Livewire (apresentada em 2014 e que passou os últimos quatro anos sendo "afinada" para o lançamento oficial) e de uma nova linha composta por custom e naked (a qual eu acredito piamente que vai mandar as Sportsters, cuja geração atual já está há 15 anos no mercado, para o limbo, provavelmente herdando delas o nome), a grande surpresa está na apresentação da Pan America, uma "Adventure Touring" (que nós brasileiros estamos acostumados a chamar de "Big Trail") de respeito:

Com vocês, a Harley-Davidson Pan America! (foto: divulgação)

Devo dizer que apesar de ser um fã da H-D, não me considero um "tradicionalista" daqueles que torcem o nariz e fazem manifestos de reclamação na Internet a cada novidade apresentada pela marca. E, com isso em mente, eu admito: Por fotos de Internet, eu GOSTEI (muito!) da Pan America. Posso dizer com certeza que agora eu já tenho uma opção de Big Trail que mereça consideração para quando eu enjoar de andar de custom. rsrsrsrsrssr

Não é a primeira Trail da Motor Company. Nos anos 80 a Motor Company fabricou as MT350 e MT500, exclusivamente para venda aos militares:


A MT500 dos anos 80, que não foi vendida ao público civil e usava motores Rotax

Voltando à Pan America, veja bem, estamos falando de uma Adventure Touring com motor V2 de 1250cc, refrigerada a água, que ao menos aparenta não deixar nada a dever a uma BMW GS nesse quesito. Ambas usam arquiteturas tradicionais da marca (V2 no caso da Harley-Davidson, boxer 2 cilindros no caso da BMW); ambas partem de modernização na arquitetura tradicional (por exemplo a refrigeração a água); Sim, existem outras Adventure Touring no mercado, como a Tiger Explorer da Triumph, a Super Téneré da Yamaha e a Africa Twin da Honda, mas parece que o alvo principal da Harley-Davidson é exatamente a BMW com sua tradicionalíssima (e já respeitada mundialmente) linha GS. Será uma estratégia suicida, ao entrar em um segmento com o qual a marca tem pouquíssima experiência para bater de frente com aquela que é referência mundial? Só o tempo dirá. 

Este é o alvo principal

Outros detalhes interessantes da Pan America estão nas rodas raiadas com pneus sem câmara (espero que também tenhamos uma versão "light" com foco on-road e rodas em liga leve, como ocorre nas marcas concorrentes), suspensão dianteira invertida, freios Brembo e um generoso tanque de combustível (de capacidade não informada). O farol principal é em LED e aparenta ter foco mais em função do que em forma, mas ainda assim dando uma identidade própria à moto. 


O farol é "diferente"por assim dizer. Já vi na Internet comparações de sua aparência às antigas câmeras Polaroid


Todavia, diferentemente da competição, que geralmente usa eixo cardã para a transmissão final, a Pan America usa relação tradicional com corrente (correia não seria adequado para o perfil de uso da moto, por limitar o curso da suspensão, lição provavelmente aprendida com a Buell Ulysses), o que mostra que a intenção da Motor Company é fazer uma moto realmente apta ao off-road, mas sem as dificuldades inerentes ao sistema de cardã (que sabemos ser muito mais resistente que corrente, mas de difícil reparo em caso de emergências em locais isolados). 


Transmissão final por corrente, como na Honda Africa Twin

No vídeo de divulgação há até mesmo uma cena com uma Pan America saltando:


Eles não estão de brincadeira! A idéia é fazer uma Big Trail "pau pra toda obra"
(Obs: Essa foto é uma montagem. No vídeo de divulgação é visível que o salto não foi tão alto assim
😂😂😂)


Falando um pouco dos outros modelos, foram apresentados (além da já conhecida Livewire, dessa vez mais desenvolvida e pronta para o mercado) uma naked (que a Harley-Davidson denominou "streetfighter"), esta com motor 975cc, definitivamente uma moto para buscar novos consumidores. O grafismo no tanque remete às Sportster XR:

Esta moto foi apelidada por uns amigos de "Harley-Davidson Z975", uma referência à linha da Kawasaki

e também uma Custom (claramente visualmente inspirada na Indian Scout e na Softail Fat Bob):

A nova Custom tem elementos que remetem à Indian Scout e à Softail Fat Bob.
Podemos também esperar uma Custom com visual mais "tradicional". 

Para não dizer que não falei da elétrica Livewire, olha ela aí, provavelmente já na versão final de produção:



Pequenas diferenças em relação ao protótipo de 2014: ganhou garupa e uma carenagem sobre o farol



Detalhes técnicos


A Motor Company, em seu site americano, destacou que com a nova linha será apresentada uma nova plataforma modular, capaz de suportar motores de 500 a 1250cc. Esta é a plataforma utilizada nos modelos acima (exceto a Livewire). Note que a miríade de cilindradas cobre tanto o espectro da Street (que começa em 500cc) quanto da Sportster (que hoje vai até 1200cc), então podemos inferir que essa nova linha de motocicletas irá, aos poucos, substituir ambas. Até 2022, mais modelos serão lançados a partir dessa plataforma modular, então podemos supor também uma "custom" de visual mais tradicional, versões menores para substituir as Streets, dentre outras novidades, ficando garantido assim o lançamento de pelo menos 3 a 4 modelos novos (ainda que variações sobre um mesmo tema, como é o usual) a cada ano.


Os motores dos novos modelos (embora não mencionado no press release) são refrigerados a água (algo fácil de perceber pelos detalhes: os cilindros não possuem aletas de refrigeração e o radiador é enorme). Será uma evolução do Revolution (by Porsche) das finadas V-Rod ou um projeto baseado no Revolution-X das Street? 

Outros planos para o futuro

A Harley-Davidson também anunciou parceria com fabricantes asiáticos para desenvolver modelos ainda menores (de 250 a 500cc) , focando principalmente o mercado indiano.


E a tradição, onde fica?

No seu press release, a Motor Company deixou bem claro que nada muda em relação às cruisers de grande porte, ou seja, as Tourings e Softails continuarão vivas, obrigado:

"Expandir a liderança da companhia em motocicletas cruiser de grande porte, por meio da continuação do desenvolvimento de modelos Touring e Cruiser atualizados e mais avançados tecnologicamente, de forma a manter os atuais pilotos de Harley-Davidson engajados e rodando por mais tempo" (tradução livre).


Mas devemos saber que nem só de tradição vive o mercado. Reinventar-se é necessário para a sobrevivência. 




2 comentários:

  1. Gostei da frase do Josh Kurpius (@kurpius), fotografo que fez as imagens de divulgação:
    "I'll probably always live in the past but I'm excited for the future"

    ResponderExcluir

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