sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

DOS ARQUIVOS - Um pouco da minha vida motociclista... (parte 1)

Então, vale recapitular um pouco da minha história.

Hoje eu piloto uma Harley-Davidson Softail Deluxe 2014, na cor "Sand/Brown Pearl" , a qual eu tenho que ser "puxa saco" e dizer que é a moto mais bonita que eu já tive (e provavelmente a mais bonita que eu terei em minha vida). Eu comprei essa moto em dezembro de 2015, ou seja, há dois anos.

Mas essa não é minha primeira moto, tampouco minha primeira Harley-Davidson.


A minha atual Deluxe (ainda sem muitas das modificações que fiz depois) e minha Sportster anterior


A minha primeira Harley-Davidson foi uma Sportster 883R laranja, ano 2009, que comprei em julho de 2013.

Essa moto foi customizada a meu gosto, em um processo que levou aproximadamente um ano. Dentre as modificações realizadas, um tanque de combustível maior (que veio de uma Sportster 1200 Custom), já que o tanque "peanut" não é uma preferência pessoal minha (além de eu não curtir o visual dele, há o agravante de ter apenas 12.5 litros - o das Custom tem 17). A pintura foi feita pelo meu amigo Humberto Maia "Bulldog", inspirada na FL ano 1968. Devo ainda dizer que com essa moto passei alguns "perrengues" mecânicos que comentarei em posts futuros. Foi com essa moto que eu realmente APRENDI a mexer em mecânica.

Devo dizer que rodei bastante com essa moto, e que foi com ela que fiz a minha primeira viagem longa de moto, em 2015, quando fui visitar amigos e meus primos em Santa Catarina. Nessa viagem, entre caminho de ida e volta e passeios pela região, rodei aproximadamente 7000km.

Aqui temos uma imagem de quando eu passei na Serra do Rio do Rastro, que é um destino obrigatório para qualquer motociclista que vá à Região Sul do Brasil:
De Sportster 883R na Serra do Rio do Rastro/SC

Mas, e antes disso, o que veio?

Vamos voltar para o ano de 2005. Nessa época eu era bem diferente. Pesava quase 150kg e só queria saber de andar de carro pra cima e pra baixo. Estava em um relacionamento novo (com a mulher que agora é minha esposa) e tinha alguns sonhos que queria realizar, e um deles era de aprender a andar de moto (sim,eu tinha 27 anos e nunca havia subido em uma moto na vida). Nunca tive apoio de ninguém em casa, já que não temos motociclistas na família (com exceção de uma prima da minha mãe, a Simone, que andava de moto nos anos 80, e hoje não pilota mais). Nessa época meu meio de transporte era um Chevrolet Celta 1.4, que era um carro obviamente pequeno para meu tamanho avantajado.

Resolvi tirar a habilitação de moto, e a única pessoa que sabia disso era Clarissa, minha namorada (e atual esposa). Sabendo que enfrentaria resistência com o pai e a mãe, não falei nada pra eles, até o dia em que cheguei em casa pilotando a MINHA primeira motocicleta, uma Suzuki Intruder 250, preta, ano 1998, que tinha apenas 13 mil km rodados e estava em estado de conservação praticamente impecável (salvo um pequeno "amassado" no tanque de combustível, o qual nunca me dei ao trabalho de tirar) na qual paguei 5500 reais. Claro que isso causou um tremendo rebu em casa. Mas entre mortos e feridos, todo mundo aceitou, "desde que eu tomasse cuidado".

Eu (sim, sou eu mesmo!) na minúscula Intruder 250

Essa moto, além de ser da mesma cor do meu carro, combinava com ele em outro aspecto: também era pequena demais para mim.

Investi algum dinheiro em equipamentos de proteção, com certa dificuldade em achar algo decente e com proteções no meu tamanho.

Foi também com essa motocicleta que eu sofri meu primeiro acidente. Estava trafegando pela via L2 Norte, voltando do serviço pra casa, quando um carro sai de uma via transversal (saída da Universidade de Brasília) e atravessa direto as três faixas da avenida. Já que na moto-escola só se ensina a passar o exame ("nunca toque no freio dianteiro!!!") , fiz tudo errado, soquei o pé no freio traseiro (e a moto não tinha ABS) e o resto vocês imaginam: roda traseira travada, moto escapa por baixo de mim, arrasto-me pela avenida igual a uma tartaruga de ponta cabeça, com mãos e pés pra cima, vendo aquela cena na minha mente em câmera lenta, as faíscas saindo do mata-cachorro da moto que se arrastava no chão, e a moto parando embaixo do mesmo carro que me fechou. Não fosse aquela jaqueta de cordura, eu teria lixado muito bem as minhas costas naquele dia.

Na hora não senti nada, mas depois que cheguei em casa senti meu joelho doendo (e estava inchado), mas radiografias mostraram que não havia nada de errado. Prejuízo material foi pouco: um guidão, um pára-brisa, um pisca traseiro, o retrovisor esquerdo e o protetor de motor empenado. Posso dizer que dei sorte, pois o motorista causador da batida arcou com todos os prejuízos.

Claro que rolou uma certa quantidade de "protestos" em casa: "tá vendo, não disse que moto é perigoso?" "vende isso" etc e tal. Mas o bichinho do motociclismo já tinha me infectado, e eu sabia que isso não ia acontecer. Então apenas fiquei uns dias (até ficar bom do joelho) sem rodar e depois retomei minha rotina, dessa vez aprendendo a dosar os dois freios. Não fui sofrer outro acidente até doze anos depois.

Nesse ínterim eu tinha trocado meu carro em algo mais adequado ao meu tamanho (troquei o Celta 2004 em um Honda Civic 2002, com câmbio automático) e por ter gostado TANTO de dirigir carro automático achei que seria interessante uma moto que também oferecesse o recurso.

Aí entraremos na segunda parte desse artigo.

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